Capítulo 59

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Clara POV  

   Sem a Mari ou a Letícia para conversar enquanto me arrumo para o show da Jessie J. Eu poderia estar chorando ou não ir por me sentir mal, mas não vou deixar outro coração partido destruir a minha noite.

- Tá gaaata! –Maria diz quando passa no meu quarto para me chamar.

   Riu e cumprimento o David quando pegamos o elevador para o hall do hotel. Não conversei com Bernard, mas provavelmente ele deve ir.

   Minhas hipóteses são confirmadas quando encontro ele sentado no sofá que eu estava mais cedo.

- Clara, eu queria saber se você quer ir no carro comigo. –Ele diz quando nos aproximamos.

   Minha vontade é de dizer não, brigar mais uma vez e colocar para fora todo o veneno que ele deixou em mim sair em palavras, mas já causei muito nessa viagem então afirmo com a cabeça e Bernard anda na frente.

   Ele ainda tem a ousadia de tentar segurar a minha mão, mas cruzo os braços e reviro os olhos. Estou começando a sentir nojo desse rapaz. Olha como ele está vestido: calça jeans, casado e aqueles terríveis bonés. É noite! E frio! Pra quê isso¿ Pra quê boné¿

- Sinceramente Bernard, porque ainda está aqui¿ -digo quando ele dá partida com o carro, seguindo o David.

- Como assim¿

- Eu não quero mais ficar com você e você não percebe isso...

- Você disse que estava pensando.

- Não acha que tenho motivos suficientes para deixar você¿

- Não quero brigar, Clara.

- Ah não, o que pretende então¿ -ele me ignora e aumenta o volume do som, eu baixo totalmente colocando no mudo e continuo- Responde! Espera que fiquemos bem e que essa palhaçada continue¿

- Palhaçada¿ Chama nosso relacionamento de palhaçada¿

- Não o relacionamento, mas sim você. Você é um palhaço Bernard, que depois do natal só fez com que eu me sentisse um lixo cada vez maior.

- Não me chame de palhaço!

- Sim, eu poderia chamar de pior.

- Desce do carro. –ele para o carro de vez quase subindo na calçada e se eu não estivesse de cinto provavelmente bateria minha cabeça no parabrisa.- Anda você me escutou, desce do carro.

- É sendo um idiota que você vai terminar o namoro¿ -as lágrimas já ameaçam cair dos meus olhos.

- Me desculpa Clara, mas realmente eu também estou cansado. Pega o dinheiro do táxi, eu vou para o aeroporto. –ele tira o dinheiro do bolso.

- Eu não preciso do seu dinheiro. Eu não preciso de você pra nada, nunca precisei. Continue sendo um idiota para as suas próximas namoradas e eu espero que você termine sozinho.

   Desço do carro e bato a porta com a força da raiva no meu peito. Preciso me controlar para não chutar o carro e xingá-lo mais, apenas entro na cafeteria ao lado e sento em uma das mesas para recompor a minha respiração

   Eu não vou chorar.

   Eu não vou chorar.

   Ele não me merece, não merece as minhas lágrimas.

- Clara¿ -escuto na minha frente e não olho. Talvez seja loucura da minha cabeça. A mão vai até o meu ombro e eu nem mesmo abro os olhos. –Clara, está tudo bem¿

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