Capítulo 3 - Bebê Cicatriz

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Segunda-feira

Quando entrei na sala para a Aula de Poções, Malfoy já estava lá. Dei um tchauzinho bem muxoxo para a Alice e inspirei fundo antes de caminhar até a sua mesa e me sentar.

- Olá. - eu disse, educadamente, mas não obtive resposta.

Ok. Se ele não ia dizer nada, eu também não falaria mais.

Reparei que em cima da nossa mesa havia vários ingredientes, rigorosamente organizados, e no meio um caldeirão. Os alunos foram chegando e se sentando com suas duplas até que Snider apareceu. Todos ficaram quietos imediatamente. Sem uma palavra, ele escreveu o nome da poção que faríamos no quadro e depois se sentou atrás da sua mesa.

Olhei para o Malfoy, esperando que se manifestasse, mas a criatura parecia bastante compenetrada em seu livro.

Decidi pegar o meu livro de Poções e olhar a lista de ingredientes, e qual não foi a minha surpresa ao notar que eram exatamente os que tínhamos na mesa, com as quantidades exatas?

Sorri internamente. Enquanto todos os alunos se amontoavam nas estantes para pegar o que precisavam, Malfoy já tinha separado tudo para nós. De repente, me senti um pouco mais animada. As instruções diziam que quase todos os ingredientes precisavam ser picados, então peguei minha faca e comecei o trabalho.

- Wizz, então... - Malfoy disse, de repente, e por um momento achei que ele falava sozinho. - A "melhor universidade bruxa do Reino Unido". Por que Wizz?

Não. Ele estava falando comigo.

- Acho que você acabou de responder. - respondi - É a melhor.

Ele deu um meio sorriso e então voltou a olhar o seu livro, enquanto eu voltava a picar um ingrediente.

- Não me parece um motivo muito convincente.

Sinceramente? Pouco me importa o que você pensa, Malfoy.

Peguei um alho grisalho e comecei a picar.

- E o Quadribol? - ele perguntou. - Você está treinando para ser jogadora profissional?

- Sim.

- Que posição?

- Apanhadora.

- Hum... Então você pretende ser tipo uma Kathleen Marra? - referiu-se a uma famosa apanhadora.

- Não. Bem, não sei o que vou fazer depois da faculdade, mas acho que posso fazer outras...

Parei de falar ao me dar conta que estava contando coisas importante da minha vida para o Malfoy.

- Outras...? - ele finalmente tirou os olhos daquele livro tão interessante e os colocou em cima de mim.

Senti um frio estranho na barriga. Estava realmente interessado na minha vida? Ou será que estava tramando alguma coisa...?

Tentando finalizar o assunto, voltei a picar o alho. Ao terminar, coloquei todos os ingredientes no caldeirão. Malfoy acendeu o fogo e deu uma olhada na mistura que se formava, parecendo satisfeito.

- Bom... Se não pretende jogar na Copa Mundial, eu não entendo porque tanto esforço e dedicação só para entrar numa faculdade tão medíocre.

Oi?

- E eu posso saber para qual universidade incrível você vai, Malfoy? - perguntei, sentindo um bolinho de raiva começar a se formar no meu estômago.

Ele me fitou por um tempo e respondeu:

- Nenhuma. - então virou a cabeça para seu livro novamente.

O Céu é O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora