Capítulo 17 - Uma droga

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Em meu último dia em casa, o sol surgiu por entre as nuvens e com muita alegria levitei a cadeira para o meio do jardim e me sentei embaixo dos raios quentes. Fechei os olhos, sentindo o calor no rosto, sentindo uma deliciosa energia vital em meu corpo.

Alguns minutos depois, papai fez o mesmo.

- Está muito branquelo. – comentei.

Ele olhou para a própria pele e fez uma careta.

- Eu devia mesmo aprender com a minha filha a correr todas as manhãs.

- Devia mesmo.

Voltei a olhar para o céu, com os olhos semiabertos.

- Não está com saudades? – ele perguntou.

- Nossa, estou louca! – respondi.

- Temos vassouras aqui, Amy. Você pode...

Vassouras?

Ah... Ele estava falando sobre voar. Eu estava falando sobre Hogwarts. Ou, mais especificamente, sobre um sonserino espertinho que andava habitando meus sonhos ultimamente.

- Você não se exercitou nem voou em nenhum dia do feriado.

- Pai, estou de férias.

- Você está concorrendo a uma bolsa, filha. – ele disse. - E mesmo quando não estava, eu nunca vi você passar mais de dois dias sem voar.

Era verdade. Desde que eu me conhecia por gente, eu não havia passado tanto tempo sem subir para os ares a não ser quando ficava doente, o que era extremamente raro. Mas, por algum motivo eu havia passado o feriado ouvindo música, deitando pela casa, conversando com a minha família e pensando em Troy Malfoy.

- Eu acho que é por isso. – expus meu pensamento – Eu acho que o meu corpo estava precisando de um descanso. Agora, estou pronta para voltar.

Eu não sabia dizer se era verdade. Eu não sabia se estava pronta para voltar a treinar tanto todos os dias. Se eu pudesse escolher, passaria todas as horas dos meus próximos dias sentindo as mãos do Troy me fazendo enlouquecer de prazer.

Mexi a cabeça, jogando os pensamentos lascivos para longe. Por Merlin, meu pai estava do meu lado!

- Pai, você e mamãe jogaram quadribol na Wizz até o fim da faculdade?

- Todos os dias, até o fim. Sua mãe ainda chegou a treinar no time por dois anos, até sermos chamados para a agência de Aurores.

Só de pensar em passar os próximos cinco anos da minha vida jogando quadribol todos os dias, eu me sentia exausta.

- Você acha que eu poderia me tornar uma bióloga ou uma alquimista?

- Acho que você vai ter tempo para escolher a sua profissão com mais calma, Amy. Agora precisa focar no quadribol, melhorar suas habilidades e competir.

Ele tinha razão. Mas, eu estava começando a me sentir um tanto cansada com isso. Wizz. Quadribol. Treino. Competição. Notas.

*~*~*~*~*

Chegamos na plataforma 9 ¾ em cima da hora e meus olhos insistiram em procurar por ele por todos os lados. Subi no trem, enviei beijos para a minha mãe e meu pai e saí caminhando à procura dele logo que tive oportunidade.

Merlin, eu precisava vê-lo.

Caminhei por muito tempo, mesmo depois que partimos e encontrei vários setimanistas da Sonserina, mas nada de Troy Malfoy.

Depois de quase quarenta minutos, me sentindo um tanto frustrada, voltei para o vagão em que estavam Alice, Victor, Laura e Gui.

- E aí, Amy? – Gui perguntou. – Como foi seu Natal?

O Céu é O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora