Capítulo 1 - Amy Potter

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- Amelia Potter? - a senhora ajeitou os óculos minúsculos e me olhou com atenção.

- Amy. - corrigi. Eu não gostava de Amelia. A recepcionista continuou a me olhar à espera de alguma coisa. - Sim, sou a filha mais nova de Harry Potter. E sou bem igualzinha a ele, a cor do cabelo e os olhos, sabe? Exceto pela cicatriz, é claro. E por ser mulher também.

Ela franziu o cenho e pensei que era uma ótima hora para pegar meus documentos de volta.

- Bem, Amelia, o Sr. Carter te receberá em alguns minutos. - me entregou minha identidade e acenou para as poltronas ao canto da sala.

Ao me sentar, liberei os pés daquelas sapatilhas apertadas, imediatamente. Enquanto massageava os dedos, me imaginei usando botas de quadribol e me perguntei pela milésima vez porque havia deixado Lilian me ajudar com as roupas. Minha irmã, a maravilhosa ruiva de olhos verdes, estudante de medicina bruxa que além de saber fazer penteados incríveis ainda sabia cantar e tocar piano, havia me convencido a vestir aquela roupa cheia de botões e listras, meias-calças e ainda prendera tantos grampos na minha cabeça que eu era capaz de sentir os buracos causados no couro cabeludo até agora.

"Você precisa mostrar ao Sr. Carter que é mais que uma jogadora de quadribol", ela dissera, o que era mesmo bem estranho já que eles me queriam exatamente por isso. Porque eu era a melhor apanhadora de Hogwarts e isso me garantiria uma bolsa na universidade mais considerada do mundo bruxo. A universidade na qual meus pais estudaram e que nenhum dos meus irmãos conseguira entrar já que buscava por campeões do esporte. Esta era a coisa que apenas nós três (eu, minha mãe e meu pai) tínhamos em comum: o talento para o quadribol. Enquanto Tiago só queria saber de fazer manobras arriscadas para impressionar as garotas e Albus fugia disso como da aula de Poções, eu amara voar desde a primeira vez que experimentara, no meu primeiro ano de Hogwarts.

Eu era oito anos mais nova que Tiago, sete que Albus e cinco que Lilian. Meus pais já haviam perdido a esperança de que algum de seus filhos fosse gostar de voar quando receberam a notícia que eu perdera pontos para a Grifinória em minha primeira aula de voo por me recusar a descer. Eu estava completamente viciada e desde então, não parei mais. Entrei para o time da Grifinória, primeiro como artilheira e depois como apanhadora e agora, em meu sexto ano, eu era a apanhadora oficial do time de Hogwarts que disputava os campeonatos interescolares.

- Srta. Potter? O Sr. Carter pode recebê-la neste momento. - a recepcionista disse e acenou para o corredor. Fiquei de pé e me dei conta que precisava recolocar os sapatos.

Ficava nervosa com entrevistas como aquela, mas também estava confiante de que conseguiria aquela bolsa. Parei em frente à grande porta de madeira, olhando para as letras esculpidas em dourado e inspirei fundo.

George Carter

Reitor da Universidade Bruxa de Wizz

Eu estava pronta para o jogo.

˜*˜*˜*˜*˜

Assim que saí de lá, encontrei Albus no café ao lado. Ele conversava com meu cunhado, Max (sim, de Maximillian, acreditem), que assim que me sentei me deu um grande e bonito sorriso.

- Pela sua cara, imagino que não tenha sido muito... Bom.

- Ficar duas horas dentro daquele lugar, meu amor, bom que não seria. - Max argumentou com Albus. - Mas não está vendo aquele olharzinho de vitoriosa ali, não? E as bochechas coradas? Algo me diz que esta noite teremos um jantar comemorativo.

- Hum... - suspirei e roubei um pouco de capuccino do meu irmão. - Tenho que voltar para Hogwarts esta tarde, então nada de jantar.

O Céu é O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora