Capítulo 46

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Sophia narrando

Micael estava na minha porta com o rosto machucado e com as roupas sujas, com ele havia um homem com aparência mais velha.

- oi querida, eu sou o pai do Micael. Jorge Borges - ele estendeu a mão e eu apertei - nós viemos falar com você e sua vó.

Sophia- ah claro, podem entrar - abri passagem e os levei até a sala.

Micael andava com dificuldades, quando ele sentou no sofá fez uma careta de dor.

Ana- o que esse garoto veio fazer aqui? - disse vindo da cozinha - e o senhor, quem é?

Jorge- sou Jorge, pai do Micael - minha vó sentou no sofá de frente para nós - o Micael tem algo a dizer, não é filho? - ele olhou para Micael.

Ele parecia desconfortável e com vergonha. Sempre olhando para suas mão que estavam em seu colo - anda Micael - Jorge disse já sem paciência. Algo nesse homem não me agradava.

Micael- é... eu - gaguejou - eu quero te pedir desculpas pelo que fiz com você Sophia e pedir desculpas para a senhora também dona Ana - sua expressão era triste. Havia algo de errado.

Ana- eu aceito as desculpas, mas por favor não chegue perto da minha neta nunca mais - disse com uma voz dura. Ele apenas assentiu com a cabeça e desviou o olhar para mim.

Sophia- está tudo bem Micael, mas o que aconteceu com você? por que está tão machucado? - perguntei ele arregalou os olhos, começou a gaguejar novamente tentando procurar as palavras.

Jorge- ele tropeçou da escada e acabou se machucando feio - ele disse e Micael apenas ficou calado. Eu não estava acreditando muito nisso - agora temos que ir, foi bom conhecer vocês - sorriu - prometo que isso não vai se repetir.

Ana- assim espero - Jorge levantou e Micael tentou levantar se apoiando no sofá. Peguei no seu braço para lhe ajudar e ele agradeceu acenando com a cabeça.

Sophia- eu levo vocês até a porta - continuei segurando Micael até lá.

Quando eles se foram fechei a porta e voltei para a sala, sentei junto a minha vó.

Ana- que foi? que carinha é essa?

Sophia- vó, você acha mesmo que ele só caiu da escada?

Ana- não sei, por que? Você acha que ele apanhou do pai?

Sophia- acho, os machucados do rosto parece mais de socos do que uma queda da escada. Será que Jorge bateu nele por minha causa?

Ana- claro que não filha, para de pensar nisso ok? - ela me deu um beijo na testa - agora eu vou até a cozinha terminar o almoço - ela seguiu de volta para a cozinha e eu fiquei pensado em como aquilo tinha acontecido com Micael.

A campainha tocou novamente, fui até a porta e era Mel.

Sophia- oi melzinha - sorri.

Mel- oi amor - ela sorriu de volta.

Sophia- como você está? - perguntei quando já estávamos no sofá.

Mel- estou bem e você? não sentiu mais nada não né?

Sophia- não amor, estou bem - eu amava essa preocupação que as minhas amigas tinham comigo - o Micael esteve aqui - ela arregalou os olhos.

Mel- sério? o que ele veio fazer aqui?

Sophia- ele veio com o pai dele me pedir desculpas.

Mel- como assim? eu encontrei com ele na rua e ele disse que tinha brigado com o pai.

Sophia- ele brigou com Jorge? - Então realmente era mentira.

Mel- sim, eu o encontrei na rua todo machucado, ele disse que queria ir para casa de uns dos meninos e eu o levei para casa de Chay.

Sophia- Jorge mentiu, ele disse que Micael tinha caído da escada.

Mel- Micael, me disse que Jorge bateu nele porque foi expulso do colégio - uma pontada de dor surgiu dentro de mim. Ele tinha apanhado por minha causa - o pai do Micael não é um homem tão bom - continuou - quando éramos mais amigos ele sempre aparecia com roxos no rosto, por mais que ele tentasse esconder com maquiagem, mas ainda dava para notar - comecei a imaginar que o relacionamento de Micael com eu pai não era um dos melhores. Jorge talvez fosse cruel demais com ele.

Sophia- agora me sinto culpada - não queria que as coisas tivessem acontecido desse jeito, mas eu não entendia porque Micael agia dessa maneira.

Mel- você não tem culpa de nada amor, o Micael é muito difícil de se lidar. Ele faz as coisas erradas e sempre acaba se voltando para ele, sempre foi assim, não se sinta mal por isso - ela me deu um beijo no rosto e sorriu.

A convidei para que ficasse até o almoço. Depois chamamos Lua e ficamos juntas praticamente a tarde toda.

No dia seguinte decidi que iria falar com a diretora. Cheguei bati na porta e ouvi um entra.

Entrei e ela estava sentada mexendo em seu computador.

Sophia- licença, bom dia dona Esmeralda - ela ergueu o olhar pra mim e sorriu.

Esmeralda- bom dia Sophia, aconteceu alguma coisa?

Sophia- não, está tudo bem, eu vim aqui para pedir que você aceite Micael de volta no colégio - ela ficou surpresa.

Esmaltada- como assim? por que você quer que ele volte?

Sophia- todo mundo erra - dei de ombros - não custa nada da uma chance para ele.

Esmeralda- acho muito bonito esse seu gesto Sophia - ela sorriu docemente - mas você tem certeza disso?

Sophia- sim - balancei a cabeça - eu tenho.

Esmeralda- tudo bem minha filha, vou ligar para o pai de Micael e informa-lo.

Sophia- obrigada - sorri - licença.

Encontrei com as meninas no pátio.

Lua- onde você estava?

Sophia- na diretoria.

Mel- fazendo o que? - franziu a testa.

Sophia- eu fui pedi para a diretora aceitar Micael de volta - Lua arregalou os olhos.

Lua- isso é sério?

Sophia- sim, é - suspirei - agora vamos, a aula vai começar.

A manhã passou voando, quando vi já era hora de ir embora.

Hoje era o dia em que eu iria na psicóloga com a minha vó, já que o médico exigiu que eu fosse.

Ela era uma mulher que aparentava ter uns trinta anos. Era super simpática e divertida. Ela me fez diversas perguntas sobre a minha vida, eu contei tudo, desde o início até aqui. Disse que iria me ajudar, que iria me fazer sentir-se bem comigo mesma. Assim eu esperava.

Quando saímos do consultório minha vó resolveu passar no shopping, nós fizemos algumas compras e depois comemos.

Chegamos em casa já eram oito da noite, subi para o quarto e fui tomar um banho. Depois fui assistir um pouco de tv com a minha vó até a hora de ir dormir.

Como sempre cheguei na escola vinte minutos antes do horário.

Fui para a árvore onde eu tanto gostava de ficar, peguei um livro e comecei a ler.

Estava distraída até quando ouvi passos.

Micael parou bem na minha frente.

Ele me olhava com aqueles grandes olhos castanhos. Seu cabelo estava levemente bagunçado. Ele realmente era muito lindo.

Micael- Sophia - saí do transe quando o ouvi me chamar.

Sophia- o que você quer? 

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