Capítulo 48

686 28 0
                                    


Micael narrando

Consegui a alcançar e puxei no seu braço.

Micael- Sophia, espera - minha respiração estava acelerada e meu peito subia e descia pela correria - desculpe eu não quis falar aquilo.

Sophia- não tem nada que se desculpar Micael, me solta! - ela puxou seu braço com força e tentou ir embora de novo, mas eu a segurei pelos cotovelos.

Micael- Sophia pare de fugir de mim e me ouve - seus grandes olhos azuis me olhavam com fúria - eu não queria falar nada daquilo, me desculpe. A Letícia que é uma víbora que me tira do sério, e eu não acreditei no que ela disse ao seu respeito, mas eu fiquei tão furioso que falei besteira - quando vi que ela estava mais calma e não iria fugir novamente, a soltei - a verdade é que eu me importo com você Sophia.

Sophia- engraçado que você se importa e fez tudo aquilo comigo - ela soltou uma risada irônica - não fale o que não sabe Micael, não minta para mim, eu não sou tão boba assim.

Micael- mesmo você não acreditando nisso - continuei ingnorando seu comentário - desde o dia que te vi naquela cama de hospital tão mal pela minha causa, eu senti que estava fazendo tudo errado em relação à você, eu agia sem pensar e agora estou totalmente arrependido. Me desculpe por ter sido um idiota arrogante.

Sophia- pare de tanto pedir desculpas, isso não conserta nada do que você fez! Agora da licença, eu tenho que ir embora - ela virou as costas e seguiu seu caminho.

Micael- não vá - susurrei. Eu queria que ela ficasse, nem que fosse para brigar comigo e dizer o quanto eu era imbecil, mas eu necessitava de sua presença.

Letícia- acho que alguém ficou bravinha - Letícia se pois ao meu lado.

Micael- você é uma cobra, garota - apontei o dedo para ela - a única coisa que sinto por você é desprezo - saí a deixando sozinha.

Fui para casa, onde menos eu queria ir também, mas era necessário.

Cheguei e me joguei no sofá tentando recuperar fôlego.

Estava cansado, não só fisicamente como também mentalmente.

Meu pai desceu as escadas vestido em um terno preto e uma maleta na mão.

Jorge- antes de você ir para o seu trabalho, Micael, arrume o seu quarto porque aquilo está igual um chiqueiro.

Micael- eu não vou para lugar nenhum - disse sem olha-lo

Jorge- como?

Micael- isso mesmo que você ouviu, eu não vou mais trabalhar no mc. Eu cansei de fazer suas vontades e sempre ser insuficiente para você, se quiser que eu trabalhe vai ter que me aceitar na empresa ou então nada feito.

Jorge- quem você pensa que é para me desafiar assim, seu moleque?

Micael- eu sou uma pessoa que cansou das suas arrogâncias e exigências, eu não sou um robô que faz tudo que você quer na hora que você quer, pai. Eu também tenho sentimentos, e você está os ferindo com suas palavras estúpidas.

Jorge- você não fale assim comigo, eu exijo respeito - ele falou um pouco alto e erguiu a mão para mim. Eu continue no meu lugar sem me mexer.

Micael - olha só como você é - ele abaixou a mão - não sabe conversar civilizadamente, você acha que só porque tem direitos sobre mim pode me bater quando quiser, mas acontece que eu não sou seu saco de pancadas - alterei a voz.

Jorge- faça o que bem quiser da sua vida, Micael - seu olhar era de fúria - mas faça de conta que nunca teve um pai.

Micael- eu nunca tive um pai. Você é só um homem que eu chamo de pai, mas você não faz papel de um - saí da sala e fui para o meu quarto. Eu decidi que iria embora daquela casa, com o dinheiro do meu trabalho e a mesada que meu pai me dava eu conseguiria um lugar para ficar. Iria procurar um novo emprego já que meu chefe tinha me mandado embora por todas as minhas faltas. Pedi para que ele não comentasse nada com meu pai, e pelo jeito ele atendeu meu pedido.

Arrumei minha coisas, peguei o necessário e coloquei na minha mochila.

Quando voltei para sala ele não estava mais lá, com certeza já teria ido trabalhar.

Andei pelas ruas silenciosas, era tudo tão calmo e sombrio, não havia barulhos de carros ou qualquer movimento de pessoas. O mato cobria alguns terrenos que ficavam ao lado da rua.

Passei pelo portão de grades brancas e me direcionei até o túmulo de minha mãe. Me agachei e passei meu dedo indicador em sua foto que havia lá. Foi eu que a coloquei lá no dia de seu enterro.

Micael- eu sinto tanto a sua falta mãe. Eu sei que não sou um homem bom, e já fiz besteiras demais, você nem deve se orgulhar de mim - meus olhos já ardiam, mas eu segurei as lágrimas e engoli em seco - mas eu estou tentando me tornar uma pessoa melhor e eu prometo que não serei igual ao meu pai - já faziam 8 anos que a minha mãe tinha partido, mas ainda assim, ela me fazia muita falta. Eu me lembrava dela quase todos os dias, foi a única pessoa que me amou de verdade, quando me olhava era com tanta ternura e admiração, mas desde sua ida eu nunca mais senti aquele aconchego e proteção novamente - sabe, eu nunca admiti isso para ninguém - continuei meu desabafo para o túmulo a minha frente - mas eu gosto da Sophia, ela me desperta coisas que eu jamais senti, ela é a garota mais linda e doce do colégio, é diferente de todas as outras, mas eu a feri e agora ela me odeia e eu não sei como consertar isso - uma lágrima quente escorreu pelo meu rosto. Eu estava com um turbilhão de sentimentos dentro de mim, era tudo tão incerto e confuso, nunca tinha me sentido assim antes. Funguei e limpei as lágrimas com as costas das mãos - eu te amo mãe e você sempre estará na minha memória - coloquei a rosa que tinha levado perto de sua foto,

me levantei e saí do cemitério em busca de um lugar para ficar.

SuperaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora