Capítulo 58

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Sophia narrando

O empurrei e dei um tapa no seu rosto. Com certeza doeu porque minha mão ardeu pra caramba.

Sophia- você ficou maluco? - estava puta da vida com Micael. Esse garoto me irritava.

Micael- vai me dizer que você não gostou? vamos, admita que você gostou, pare de fazer ceninha.

Sophia- NÃO - alterei a voz - eu não gostei, e quer saber? VOCÊ É UM IDIOTA - o empurrei e saí pisando firme.

Micael- é o que todos dizem - ouvi Micael gritar atrás de mim. Me virei e ele estava com um sorriso cínico no rosto. Saí em disparada para a sala.

Cheguei na sala um pouco corada e cansada pela correria nos corredores, precisava me acalmar. As meninas me olharam confusas, com certeza perguntariam o que tinha acontecido.

Depois de cinco minutos Micael entrou na sala, e eu o fuzilei com os olhos.

Não consegui prestar atenção nas aulas, o beijo sempre vinha na minha cabeça. Não foi tão ruim, afinal mesmo negando no fundo eu sentia algo por Micael. Era estranho, eu não conseguia explicar.

As horas se passaram até que fomos liberados.

Lua havia nos convidado para ir até sua casa mais tarde.

Tomei um banho rápido e almocei com a minha vó. Deitei um pouco e acabei dormindo.

Acordei com o meu celular tocando desesperadamente. Lua estava me ligando, atendi, ela estava puta porque eu estava atrasada meia hora. Revirei os olhos e disse que dormi demais.

Depois que Lua chiou mais um pouco eu desliguei.

Coloquei minhas sandálias e desci me despedindo de minha vó.

Levei dez minutos para chegar na casa de Lua. Toquei a companhia, sua cara mal humorada apareceu na porta.

Lua- até que enfim né garota? achei que tivesse se perdido no caminho - eu entrei e sentei no sofá.

Sophia- não enche Lua, eu estava cansada e acabei dormindo. Dá um crédito.

Mel- mudando de assunto, por que voltou hoje para sala toda estranha? - sabia que elas não deixariam isso passar.

Sophia- não foi nada - menti.

Lua- olha só, nem tenta mentir, você apareceu na sala com uma cara de quem tinha acabado de ver um fantasma - eu tinha mesmo e ainda fui beijada por ele.

Mel- e depois de alguns minutos Micael apareceu com uma cara ótima - riu.

Lua- é verdade! - disse um pouco alto - não me diga que vocês estavam se pegando escondidos - ela arregalou os olhos rindo - você está muito safadinha Sophia Abrahão.

Sophia- claro que não! - bufei - foi ele que me agarrou, eu estava no banheiro e quando saí ele estava lá na porta igual uma planta. A gente discutiu e aquele imbecil me beijou.

Mel- uau que atitude essa de Micael - riu - ele está super na sua e você não percebe.

Sophia- jura? - ri debochada - ele apenas quer brincar comigo igual faz com todas, mas eu não vou admitir isso.

Lua- como você sabe? ele vive correndo atrás de você Sophia, podia dar uma chance de pelo menos deixa-lo falar com você.

Mel- eu concordo com ela Soph, ouve o que ele tem a dizer.

Sophia- estão do lado dele agora? me poupe ne - cruzei os braços com raiva.

Lua- ih percebeu que ela está toda marrenta agora Mel? - se encararam.

Mel- estou vendo, vamos acabar com essa marra dela? - se olharam cúmplices, e me atacaram com cócegas. Comecei a me debater em cima do sofá rindo desesperadamente, rolei e caí no chão junto com elas, um bolo de risadas e cócegas se formou ali.

A tarde foi bem agradável, fizemos brigadeiro e pipoca. Assistimos cinquenta tons mais escuros e em algumas partes eu corava com vergonha, as meninas gargalhavam e eu ficava com mais vergonha ainda.

Antes de chegar à noite voltei para casa, minha vó estava na cozinha como sempre. Estava fazendo macarrão ao molho branco que eu tanto amava. Enquanto a janta ficava pronta fiquei vendo um pouco de TV.

Quando minha vó acabou ela me chamou para a mesa.

Ana- como foi o seu dia querida? - disse colocando o carrão na boca.

Sophia- hum, foi bom, e o seu?

Ana- foi tudo ótimo - sorriu - você tem certeza que está tudo bem? - franziu a testa.

Sophia- vó, você acha que tem como se apaixonar por uma pessoa que já te magoou muito?

Ana- depende - pausou - se ela se arrependeu de tudo que já fez, viu que o que estava fazendo era errado e resolveu mudar e pedir perdão, pode ser que com essa raiva e ódio vire amor - sorriu - como por exemplo eu e seu avô, nós nos odiavamos, quando nos víamos na escola sempre alfinetava um ao outro, até que com toda a implicância nos apaixonamos - minha vó havia perdido meu vô à oito anos atrás. Ele morreu de um infarto, ela sofreu muito com a perda, mas felizmente conseguiu superar e hoje é uma pessoa feliz.

Sophia- a senhora e o meu vô formavam um belo casal - sorri.

Ana- sim, eu amava muito ele - bebeu um pouco do seu suco - mas porque a pergunta? minha netinha está apaixonada?

Sophia- hum, não, acho que não, é muito confuso, nunca me senti assim antes.

Ana- dê tempo ao tempo, uma hora você vai descobrir - acabamos de comer e lavamos a louça.

Felipe me mandou mensagem naquela noite pedindo desculpas pelo o que havia acontecido, me desculpei também e conversamos até tarde. Gostava tanto de Felipe, mas também gostava de Micael.

Esses sentimentos eram tão novos para mim, por Micael era algo mais intenso, por Felipe nem tanto. O beijo de Micael voltou na minha mente novamente, será que eu estava apaixona por ele?

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, tinha que descobri antes que eu ficasse louca.

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