Capítulo 57

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Micael narrando

Fui derrotado mais uma vez. Ver Sophia beijando aquele cara tinha me deixado puto. Algo dentro de mim havia quebrado.

Dei meia volta e entreguei os bombons a uma garotinha que passava na rua. Ela sorriu alegremente e me agradeceu.

Os meninos me esbarraram no meio do caminho.

Arthur- ei, cara.

Micael- deu tudo errado gente - respirei fundo - mais uma vez as coisas foram por água a baixo.

Chay- você viu ela com aquele cara não é? eu tentei te avisar, mas você não atendeu o celular.

Micael- ela estava beijando aquele imbecil - Chay e Arthur arregalaram os olhos - e eu fui um idiota em achar que a Sophia gostava de mim ou queria algo comigo - soltei uma risada dura - isso nunca vai acontecer, porque ela me odeia - fechei os olhos com força e respirei fundo.

Chay- não pode ser, Mel me disse tudo sobre Sophia, disse que tinha certeza ela sentia os mesmo por você.

Micael- talvez Mel estava enganada, porque o que vi hoje me prova totalmente o contrário. Eu cansei, estou sendo um idiota correndo atrás de Sophia, pra mim chega - disse irritado. Estava tudo tão bagunçado. Agora eu só queria ser o mesmo fodido de antes que não sentia nada por ninguém - estou indo embora, vocês vem comigo?

Arthur- eu preciso ir para casa, não vai dá.

Chay- eu também preciso ir - ele deu dois tapinhas no meu ombro - fique bem cara, isso é só o começo, não desista. Se você quiser Sophia ainda pode ser sua, apenas não desista - eles saíram me deixando sozinho na calçada. Eu queria acreditar no que Chay havia me dito, mas depois de hoje acho que as minhas esperanças tinham ido embora. Sophia pertencia a outro. Ela nunca pertencerá a mim, essa era a verdade.

Segui de volta para casa. Perdi meu dia pra nada. Cheguei em casa e bati a porta com força. Estava com raiva de mim mesmo por ser um imbecil tão fraco, que sempre fraquejava.

Fui para o banheiro tomar um banho, a água quente que caia no meu corpo era relaxante.

Depois de meia hora saí do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e procurei algo para vestir.

Fui para cozinha preparar algo para comer. Quando terminei de almoçar já era 1h40. Peguei meu celular e saí de casa indo para o meu serviço. Mais um dia exaustivo.

Sophia narrando

Felipe- você gostou do filme? - disse e mordeu seu hambúrguer. Estávamos na praça de alimentação. Depois que saímos do cinema resolvemos parar para comer.

Sophia- gostei sim - mordi uma batatada.

Felipe- que bom, podemos vir mais vezes se você quiser - ele pegou minha mão que estava em cima da mesa - eu gosto muito da sua companhia Soph - ele sorriu. Eu me remexi desconfortável na cadeira. Teria que falar com ele, mas não sabia como.

Sophia- felipe precisamos conversar - ele franziu a testa - eu gosto muito da nossa amizade, você é um cara bom e divertido, mas não vamos misturar as coisas está bem?

Felipe- eu fiz algo de errado? foi por causa do beijo? - perguntou preocupado.

Sophia- não, não você não fez nada de errado, e aquele beijo não deveria ter acontecido. Felipe a questão é que eu não me sinto preparada para entrar em um relacionamento agora - pausei - muitas coisas aconteceram na minha vida, estou tentando arrumar a bagunça que ela estava, preciso de um tempo para mim - seu olhar era triste e eu me senti culpada por isso - me desculpe. Você merece alguém melhor que eu.

Felipe- eu não preciso de alguém melhor que você Sophia, você já é uma garota perfeita para mim.

Sophia- não, eu não sou uma garota perfeita Felipe, sou uma garota fodidamente cheia de problemas, eu não posso entrar em um relacionamento com a mente toda errada. Preciso respirar, preciso saber o que quero de verdade. Você precisa de uma garota inteira, e eu não sou essa garota, sinto muito - suspirei - espero que você entenda e não me leve a mal - ele assentiu tristemente. Meu coração estava apertado por ele, mas eu tinha que fazer isso, não queria iludi-lo.

Felipe- podemos continuar com a nossa amizade?

Sophia- mas é claro - sorri desconfortável.

Terminamos de comer em um silêncio constrangedor. Ele me deixou em casa e me deu um tchau forçando um sorriso. Fiquei triste por ele.

Mel- como foi com Felipe? - perguntou enquanto colocava uma colher de brigadeiro na boca. Tinha chamado as meninas na minha casa para conversar um pouco, precisava desabafar com alguém depois de hoje.

Sophia- foi tenso, ele ficou chateado, eu não queria que as coisas tivessem acontecido dessa maneira - remexi o brigadeiro no prato - acho que até a nossa amizade babou.

Lua- ele só está chateado com tudo que aconteceu Soph, relaxa, ele vai voltar a falar com você, dê um tempo.

Sophia- assim espero - comi mais um pouco do brigadeiro.

Mel- sem tristeza ok? vai ficar tudo bem - sorriu - ah temos dever de matemática para fazer, lembram?

Lua- ah não, é serio isso? - reclamou. Lua odiava matemática, era sua pior matéria - eu não vou fazer nada nem vem - se jogou na cama.

Sophia- o professor disse que valia pontos, você vai perder? - ergui uma sobrancelha.

Mel- é verdade, além do mais, você não está em condições de recusar fazer nada nessa matéria, você tirou nota baixa na prova passada.

Lua- não precisa me lembrar disso ok? eu vou fazer essa porcaria - revirou os olhos - só lembrando que não trouxemos o caderno Mel.

Sophia- não tem problema, a gente responde juntas pelo meu, depois eu tiro foto e mando no grupo para vocês.

Mel- isso - disse animada. Lua apenas revirou os olhos e fez um bico enorme. Eu ri negando com a cabeça.

Sophia- professora - levantei a mão - eu posso ir ao banheiro?

Professora- claro Sophia - estava na aula de física, e eu já não aguentava mais ouvir Rosa falar daqueles assuntos chatos e tediosos. Resolvi escapar indo ao banheiro.

Andei pelo corredor vazio. Todas as salas estavam em aula. Algumas sem professores e o barulho era enorme.

Entrei no banheiro e fiz xixi. Depois que saí de uma das cabines lavei minhas mãos e meu rosto. Teria que voltar novamente para aquela aula insuportável. Bufei saindo do banheiro.

Levei um susto quando vi Micael parado na porta.

Sophia- virou minha sombra agora?

Micael- ainda não sou aquele seu amiguinho que vive atrás de você - ele apoiou uma das mãos na parede.

Sophia- o que você tem a ver com isso mesmo? ah, nada - sorri falsa

Micael- vi que vocês estão bem próximos agora, andam até se beijando no meio da rua, logo você que era toda tímida, tinha medo de todo mundo - riu irônico - você mudou muito rápido hein?

Sophia- agora você anda me espionando? - cruzei os braços e me encostei na parede.

Micael- que eu saiba a rua é livre, passa quem quer - alfinetou.

Sophia- e a boca também minha, eu beijo quem eu quiser, na hora que eu quiser.

Micael- ah é?

Sophia- é, agora da licen... - Micael me puxou pela cintura colando nossos corpos. Esmagou sua boca na minha, eu tentava me soltar, mas ele me segurava com mais força aprofundando o beijo. 

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