Capítulo 74

620 24 1
                                    

Narrador

Sorriu para Sophia que estava  olhando com seus lindos olhos azuis.
Micael- como você está se sentindo? - passou a mão no seu cabelo carinhosamente.
Sophia- péssima e envergonhada - sua voz saiu trêmula.
Micael- ei, não chore - passou o dedo na lágrima que escorreu livremente pelo seu rosto.
Sophia- quem te falou o que aconteceu comigo? - fungou.
Micael- foi Mel, ela me contou tudo, e disse que você estava tendo pesadelos e chamava por nós, elas convenceram sua vó de me deixar ver você - explicou.
Sophia- eu sinto tanto por isso - virou o rosto olhando a janela do outro lado - eu só decepciono as pessoas que eu amo por ser tão fraca, não consigo resolver meus problemas sem me machucar, eu me sinto um lixo por isso - um soluço escapou dos seus lábios. Ouvir aquilo cortou Micael por dentro.
Micael- Sophia, olhe pra mim - ela virou a cabeça lhe fitando com o seu olhar azul - Você vai se curar dessa depressão, e vai se tornar a garota mais forte do que já é, e eu vou está aqui para ver isso. Lembre-se, você não é um lixo, você suficiente e linda - sorriu em meio as lágrimas. Deu um selinho em seus lábios, ela era coisa mais linda da sua vida - eu amo você - aquilo saiu tão sem querer que ele se assustou com suas próprias palavras, foi tão baixo que Sophia não conseguiu ouvir.
Sophia- o que você disse?
Micael- eu não disse nada - coçou a cabeça sem graça. Nem ele entendeu porque disse aquilo.
Sophia- promete que não vai me deixar?
Micael- prometo, eu estou aqui para cuidar de você, e eu vou cuidar, até o fim - e iria mesmo. Pegou em sua mão e sorriu. Ver sua pele do braço costurada o doía, Sophia iria se curar daquele problema, ele tinha certeza disso.
Sophia- vai ficar uma cicatriz horrível - disse olhando os braços.
Micael- todo mundo tem cicatrizes.
Sophia- mas essas não são qualquer tipo de cicatrizes - suspirou.
Micael- pare de pensar bobagem, tudo bem? - ela assentiu com a cabeça - agora você precisa descansar pra se recuperar logo e sair daqui.
Sophia- fica aqui até eu dormir, por favor? - pediu com a carinha mais linda, impossível negar.
Micael- eu fico, pode ficar tranquila - a menina sorriu fechando os olhos, Micael deu um beijinho neles e se sentou na beira da cama observando Sophia. Quando a menina já estava no seu sono tranquilamente, ele deu um beijo em sua testa e saiu do quarto.

Micael chegou na sala de espera encontrou as meninas e a avó de Sophia sentada nas cadeiras, todas o encarou.
Lua- como ela está? - perguntou quebrando o silêncio.
Micael- está bem - pausou - quando eu cheguei ela acordou, conversamos um pouco e agora está dormindo.
Ana- só permiti você vir até aqui porque minha neta gosta muito de você, mas nada do que eu penso sobre você mudou.
Micael- eu também gosto muito de Sophia, isso é o que importa - Ana olhava com olhar duvidoso, não acreditava em Micael, ainda.
Mel- eu preciso ir embora agora, preciso terminar algumas coisas do colégio pra entregar amanhã - levantou.
Lua- eu também vou - levantou seguido da amiga.
Mel- dona Ana, qualquer coisa que acontecer com a Sophia nos avise, por favor.
Ana- tudo bem, fiquem tranquilas - sorriu fraco - e desculpa por ter tratado vocês tão mal naquele dia.
Mel- sem problemas - sorriu,
elas foram embora.

Ana- e você, não vai? - perguntou a a Micael que tinha sentado em uma das cadeiras.
Micael- não, eu vou ficar aqui até ela sair.
Ana- se você está fazendo isso para me mostrar ser uma pessoa boa, está perdendo o seu tempo.
Micael- estou aqui por Sophia e não pela senhora, não preciso provar isso para ninguém.
Ana- tudo bem - deu de ombros - eu vou voltar para o quarto - ela saiu da sala deixando Micael sozinho, ele suspirou. O que importava agora era a recuperação de Sophia.

No outro dia Sophia teve alta pela parte da tarde, Micael ficou feliz em ver que a namorada estava bem. Na hora de ir embora, Micael fez questão de ir deixá-las em casa, Ana chiou um pouco, mas cedeu pela insistência da menina.
Quando chegaram o moreno deu um beijo na testa de Sophia e elas saíram do carro vendo o partir.
Entraram em casa e Sophia se sentiu aliviada. Sem camas de hospitais, sem agulhas e sem remédios.
Ana- vá tomar um banho enquanto eu preparo uma sopa para você comer.
Sophia- sopa vó? - torceu o nariz.
Ana- sopa sim, você precisar comer coisas leves, pelo menos hoje.
Sophia- tudo bem então - ela subiu as escadas em direção ao seu quarto, entrou e tudo estava no seu devido lugar. Sua vó havia contratado uma empregada para que arrumasse toda aquela bagunça e sujeira do banheiro.
Tirou as suas roupas e foi para o banheiro, tomou um banho longo e relaxante, estava precisando daquele momento.
Saiu do banheiro e revirou o guarda-roupa em busca de algo para vestir. O médico havia lhe dito para não abafar os pontos, pediu para que ela usasse roupas mais leves, optou por um vestido soltinho na cor rosa de alças que tinha comprado no dia que foi ao shopping com as meninas, tinha provado uma vez mas não conseguiu usar. Até que não era tão ruim vestir roupas mais abertas, só se incomodava com fato dos seus braços ficarem expostos, mas tinha que se acostumar.

Ana- quanto tempo eu não via você com roupas assim - sorriu - está tão linda - Sophia estava pegando um prato para colocar sua comida.
Sophia- obrigada vó - sentou na mesa com sua comida, Ana a acompanhou - quero fazer uma pergunta.
Ana- diga - limpou a boca com o guardanapo.
Sophia- você vai mesmo me tirar da escola? - perguntou temendo pela resposta.
Ana- minha decisão ainda não mudou Sophia - mas iria.


SuperaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora