Capítulo 73

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Narrador

Ana estava sentada na sala de espera com o rosto molhado e os olhos inchados pelo choro. Estava impaciente pela falta de notícias da neta, vê-la naquele estado tinha a abalado muito, nunca iria se perdoar se acontecesse algo com a menina.
Duas horas depois uma enfermeira apareceu na sala com uma prancheta.
Enfermeira- responsáveis de Sophia Abrahão.
Ana- sou eu - levantou rapidamente - como a minha neta está? Me diga que ela está bem - disse desesperada.
Enfermeira- a senhora precisa manter a clama - ela assentiu - ela está bem, pegou pontos nos cortes e agora está dormindo por causa dos medicamentos.
Ana- eu posso vê-la?
Enfermeira- pode sim, me acompanhe - elas foram de elevador até o segundo andar onde Sophia estava.
Enfermeira- qualquer coisa aperte neste botão aqui - mostrou o botão perto da cama. Ana assentiu, a enfermeira saiu deixando as duas sozinha.
Sophia estava pálida com os belos espalhados pelo travesseiro, as costuras em seus braços estavam expostas fazendo a senhora ao seu lado se sentir culpada por aquilo.
Ana- eu juro que não queria que nada disse estivesse acontecendo, meu amor - passou a mão no cabelo da menina com lágrimas nos olhos.
Quando Ana já estava cansada de velar o sono da neta, resolveu se sentar na poltrona que havia dentro do quarto.

Duas horas se passaram e nada de Sophia acordar, Ana já estava preocupada, foi até a cama da menina, mas ela continuava tranquila no seu sono. A senhora resolveu esperar mais um pouco, acabou dormindo pelo cansaço, acordou com os gritos de Sophia ecoando pelo quarto.
Sophia- MICAEL, MICAEL - a menina se debatia na cama - LUA, MEL, POR FAVOR NÃO, FIQUE AQUI, FIQUE AQUI - sua avó olhava assustada sem saber o que fazer, lembrou do botão indicado pela enfermeira e apertou várias vezes.
Ana- SE ACALMA, SOPHIA - ela tentava de alguma forma parar Sophia, mas era em vão.
A enfermeira entrou no quarto e viu a situação de Sophia, injetou algum medicamento no seu soro fazendo-a acalmar e dormir novamente - o que aconteceu? Por que ela teve esse surto? - perguntou Ana aflita.
Enfermeira- ela deve ter tido algum pesadelo, algo que aconteceu não a deixou bem fazendo com que ela tenha surto como esses durante o sono - explicou calmamente - é muito importante que ela tenha presença de pessoas que ela gosta nesse momento.
Ana- você quer dizer amigos?
Enfermeira- exatamente, e namorado também se ela tiver, bom - pausou - agora eu preciso ir ver outros pacientes, qualquer coisa me chame - sorriu docemente e saiu.
Ana ficou pensando no que a enfermeira disse, sentiu a necessidade de ligar para as meninas e avisa-las do que tinha acontecido.

Lua- como a Sophia está? - perguntou assim que chegou com Mel, viu Ana sentada novamente na sala de espera. Ana olhou para cima encarando-as.
Ana- oi pra vocês também - estava com uma cara péssima.
Lua- eu quero saber o aconteceu com Sophia, agora! - exigiu.
Mel- amiga, calma.
Ana- foi o que eu disse pelo telefone, ela teve mais uma de suas crises e se cortou, só que dessa vez mais grave - fungou e secou as lágrimas.
Mel- será que podemos vê-la?
Ana- temos que falar com a enfermeira, creio que não pode entrar as duas juntas.
Enfermeira- olá, falando de mim? - sorriu. Ela era muito simpática.
Ana- as meninas querem ver a Soph, será que elas podem?
Enfermeira- claro, mas uma de cada vez, por favor - assentiram.
A primeira a entrar foi Lua, ela chorou por ver o estado da amiga, não queria que nada daquilo estivesse acontecendo com a menina, se pudesse roubaria toda a dor que estava sentindo. Depois de vinte minutos Lua saiu deixando que Mel também visse a amiga. Só que Sophia não a recebeu tão bem assim, teve outro surto enquanto estava dormindo, chamava por Micael e pelas meninas, Mel ficou assustada e saiu correndo do quarto em busca de ajuda. A enfermeira novamente lhe deu um calmante.
Ana- quando isso vai passar? eu já estou preocupada.
Enfermeira- olha, como eu já disse pode ser algo que ela se sentiu mal e fica tendo pesadelos como esses, talvez Sophia já tenha sonhos como esses, a senhora só não sabe.
Lua- eu lembro de quando ela dormiu na minha casa, Sophia nos acordou gritando por conta de pesadelos, ela disse que sonhava com os pais.
Mel- só que agora ela sonha com nós duas e Micael.
Enfermeira- o caso só foi substituído - ela anotou alguma coisa na prancheta - preciso ir, creio que agora ela ficará bem, eu vou permitir que vocês fiquem no quarto para ver se ela tem alguma melhora - elas assentiram, a enfermeira se foi.

Mel- acho que o melhor a fazer agora é avisar o Micael - as três já estavam no quarto.
Ana- de jeito nenhum, aquele garoto nunca mais vai chegar perto de Sophia.
Lua- dona Ana, se você não percebeu, ela sempre chama ele quando tem pesadelo, então por favor, colabora. É pela recuperação da Sophia.
Mel- ela tem razão, vai ser o melhor a fazer agora.
Ana- tudo bem - suspirou cansada - podem chama-ló.
Mel foi para o lado de fora do hospital para falar com Micael. Ela explicou tudo, o moreno ficou alterado e muito preocupado, perguntou em qual hospital Sophia estava e saiu de casa como um louco.
Mel ainda estava o esperando do lado fora.
Micael- cadê ela Mel? Como ela está? - disse assim que saiu do carro.
Mel- calma ok? Ela está bem, vem comigo - pegou na mão do moreno e se direcionou de volta ao hospital.

Quando Micael chegou ao quarto, Ana o olhou com seus olhos fundos e cansados, apenas saiu do quarto sem falar nada.
Lua- você precisará ter paciência com ela se quiser continuar esse namoro com a Sophia.
Micael- eu sei disso, e vou tentar conquistar a confiança dela. Agora vocês podem me deixar sozinho com a Soph?
Mel- tudo bem, vamos Lua - saiu com a amiga deixando os dois as sós.
Micael se aproximou da cama de Sophia, viu o estado da namorada e seus olhos marejaram. Era muito difícil vê-la naquela situação.
Micael- moranguinho, eu prometo que você vai sair dessa, e vou te ajudar a superar tudo isso, eu sei que você é forte - uma lágrima escorreu dos seus olhos. Sophia começou a se mexer na cama e abrir os olhos devagar, piscou várias vezes tentando se acostumar com a claridade do quarto.
Sophia- Micael - disse baixinho fitando o moreno na sua frente.

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