Sophia narrando
Naquele dia eu fui para casa sozinha. Mel até tentou falar comigo, mas eu a ignorei.
Estava cansada, não queria falar com ninguém, principalmente com as meninas. Precisava ficar um pouco sozinha e respirar sem tanta gente a minha volta.
Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto tomar um banho, vesti uma roupa confortável e desci para almoçar. Não estava com fome, mas não queria ouvir sermão da minha vó, estava muito cansada pra isso.
Ana- e aí filha, como foi no colégio? deu tudo certo com o trabalho? - perguntou quando já estávamos na mesa comendo.
Sophia- hm, foi bom, e sim deu tudo certo - bebi um pouco do meu suco.
Ana- ih que carinha é essa? Aconteceu alguma coisa?
Sophia- não aconteceu nada vó, está tudo bem - sorri fraco.
Ana- eu te conheço Sophia, anda, fale logo o que aconteceu - respirei fundo querendo não ter essa conversa.
Sophia- eu briguei com as meninas - remexi a comida com o garfo.
Ana- mas porque?
Sophia- porque elas estavam me pressionando por causa da droga do trabalho, a senhora sabe que sou muito tímida para essas coisas não é? - assentiu - Lua foi super grossa comigo e eu não gostei. As vezes acho que sou um peso para elas, eu não sou uma adolescente normal, não saio de casa e não tenho uma vida social e elas são o oposto de mim - engoli o nó que se formou na minha garganta. Não queria chorar, não na frente da minha vó.
Ana- ei não fale assim, as meninas gostam muito de você Sophia. Isso é só uma fase, coisas de amigas, logo vai passar. No momento vocês precisam conversar para se acertarem.
Sophia- a senhora acha que eu estou fazendo drama?
Ana- claro que não - ela pegou minha mão sobre a mesa - vocês brigaram, e você tem total direito de ficar chateada.
Sophia- obrigada por me ouvir vó - forcei um sorriso.
Ana- você sabe que eu sempre estarei aqui não é? - assenti.
Terminei de comer depois da minha vó ter insistido muito.
Subi para o meu quarto e dormi a tarde inteira. Era a única coisa que me deixava longe dos meus problemas, dormir.
No dia seguinte eu estava com cara de poucos amigos.Tinha dormido muito pela tarde me fazendo ter insônia durante à noite.
Meu corpo pedia por cama, mas eu estava lá, naquele maldito colégio.
Sentei em uns dos bancos e coloquei meus fones como eu sempre fazia.
Mel e Lua apareceram para minha infelicidade, não estava afim de atura-las, não a essa hora da manhã.
Continuei com meus fones fingindo não ter ninguém do meu lado.
Senti uma delas puxar e eu bufei.
Mel- queremos conversar com você.
Lua- eu não disse isso - Mel deu uma cotovelada em seu braço e ela resmungou.
Sophia- não estou obrigando vocês a falarem comigo, eu não vou implorar por isso - disse grossa.
Mel- é assim agora? Você vai ficar fazendo cu doce? - ela cruzou os braços.
Sophia- eu? - apontei pra mim mesma e sorri debochada - quem começou tudo isso não fui eu Mel, foram vocês, e tudo por causa de um trabalho idiota. Não sou obriga a aguentar insultos de ninguém.
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Superação
RomansaSophia Abrahão é uma adolescente de 17 anos que perdeu seus pais em um acidente de carro há 3 anos atrás. Sofrendo pela perda, a jovem entra em depressão e é rejeitada pelos seus colegas de classe. Micael Borges um jovem de 18 anos, marrento, mima...