Capítulo 63

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Sophia narrando

Passei o resto do dia enfiada no meu quarto, era a única coisa que eu fazia depois que os meus pais morreram, viver na minha zona de conforto com medo de sair e enfrentar o que tinha lá fora.

Minha vó veio algumas vezes no quarto para perguntar se eu estava bem de verdade, eu apenas dizia que sim, que só estava cansada. Ela não acreditava muito, mas estava me dando espaço, me deixando um pouco sozinha sem tantas perguntas.

Na hora do jantar ela veio deixar no quarto, Dona Ana e a sua necessidade de me alimentar. Eu apenas tomei o suco, estava sem fome.

Assim que anoiteceu Lua havia me ligado, mas eu não atendi, não estava afim de ouvir suas estupidez.

Um pouco mais tarde recebi mensagens de Felipe, como se ele conhecesse muito bem, mesmo através de uma tela, percebeu que eu não estava bem e insistiu para que eu contasse o que estava acontecendo. Contei tudo, e ele me disse que iria ficar tudo bem, que se eu precisasse ele estaria lá.

Conversamos até tarde, quando o sono bateu, me despedi e fui dormir.

Amanhã seria um longo dia que eu não queria que chegasse.

Fui para o mesmo lugar onde eu sempre ficava no colégio, aquela árvore era o meu refúgio.

Estava lendo uns dos meus livros de romances, até que ouvi passos, olhei para ver quem era e era Lua.

Lua- oi, podemos conversar? - ela se sentou na grama a minha frente cruzando as pernas.

Sophia- acho que preciso mudar o lugar de ficar, esse já está muito movimentado - continuei minha atenção no livro.

Lua- Sophia, baixa a guarda - pediu

Sophia- tudo bem - me rendi com as mãos - fale o que você quer, já vou avisando que se for pra ouvir suas grosseirias pode ir embora.

Lua- eu quero te pedir desculpas, fui muito babaca com você, desculpa, de verdade. Eu não queria te magoar - respirei fundo.

Sophia- tudo bem, eu só preciso ficar um pouco sozinha agora.

Lua- não precisa nada. Eu sei que você ainda está chateado comigo, mas eu não vou te deixar sozinha, por mais que você queira - pausou - eu e Mel prometemos que íamos cuidar de você, e vamos cumprir com a nossa promessa, não vai ser uma briga boba que vai mudar isso - meus olhos estavam marejados - agora eu quero um abraço - ela estava com o braços abertos e sorrindo, eu continuava parada, ainda estava absorvendo tudo que ela havia me dito - anda logo - ela me puxou e me envolveu em seus braços. Sorri em meio as lágrimas com o seu jeito grosseira mesmo em um momento fofo.

-eu também quero abraço - ouvi a voz de Mel. Ela se juntou a nós formando um bolinho de abraço.

Eu amava aquelas meninas, não tinha dúvidas.

Fomos para a aula entre risadas. Lua sempre fazendo suas piadias que Mel detestava, e sempre acabava em discussões entre elas me fazendo rir.

Chay- vejo que as frescurentas voltaram a se falar - Chay estava no corredor junto com Arthur.

Arthur- ainda bem, eu já não aguentava mais essas três brigando igual loucas.

Mel- a gente ama o nosso bebê - apertou as minhas bochechas e eu resmunguei.

Sophia- cadê o Micael? - estrenhei ele não está com os meninos.

Arthur- olha só ela querendo saber do mais novo amigo colorido.

Sophia- idiota - mostrei língua - só perguntei porque vocês vivem grudados.

Arthur- aham, sei - riu e eu revirei os olhos.

Chay- ele está na sala copiando a lição que esqueceu de fazer em casa.

Lua- e a gente precisa entrar, o professor já está vindo - o professor de matemática vinha em nossa direção com livros e cadernos nas mãos.

Entramos na sala começando mais uma manhã cheia de matérias cansativas para assistir.

No intervalo aproveitei para ir até a biblioteca pegar algum livro para ler.

-oi - me assustei com voz baixa de Micael no meu ouvido. Me virei me deparando com um belo sorriso.

Sophia- que susto, Micael.

Micael- desculpa, eu não quis te assustar - sorriu - está fazendo o que aqui?

Sophia- escolhendo um livro? - disse óbvio mostrando o livro que estava na minha mão.

Micael- queria ter paciência de ler como você.

Sophia- eu amo ler - disse indo até uma das mesas me sentando, ele me acompanhou - eu imagino cada coisa que está aqui como se estivesse assistindo um filme.

Micael- hum, entendi - sorriu - e aí, você voltou a falar com as meninas? Chay e Arthur comentaram comigo.

Sophia- sim, Lua veio me pedir desculpas, algo que eu nunca imaginei que ela faria.

Micael- a Lua é bem impulsiva mesmo, e muito difícil de lidar, tem que ter paciência.

Sophia- isso é verdade - sorri - bom, agora preciso ir, elas devem está me esperando - levantei.

Micael- mas já? ah não moranguinho - resmungou.

Sophia- tchau, Micael - sorri me virando. Senti a mão forte de Micael puxar o meu braço, me fazendo sentir uma dor ardida - aí - resmunguei.

Micael- eu machuquei você? - sua expressão era preocupada.

Sophia- não, eu falei por impulso - menti.

Micael- não minta pra mim, Sophia. Você se cortou? - meus olhos se arregalaram. Eu mesma tinha me colocado em uma situação super desagradável, queria me estapear naquele momento.

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