Vivian Santos
Usar short curto era normal para mim, mas vestido de couro super colado no corpo, não. É no mínimo estranho usar roupas caras já que eu nunca toquei em uma peça se quer.
- Pronta? - Luara pergunta. Deus, como ela estava bonita. Bota cano longo na altura das coxas, saia preta e algo que me lembrava um sutiã. Sua maquiagem impecável, seus cabelos loiros nem se fala.
- Sim. Tô me sentindo estranha mas uma estranha bonita. - Confesso me olhando no espelho, novamente.
Ouço a risada abafada as e Lua
- bebê, nem ouse criticar a minha obra de arte. Você está linda. - Sorriu. - antes de irmos, preciso deixar algumas coisas claras. - Ouço atentamente. - Você está ali para ser garçonete, vão tentar alguma coisa, eles sempre tentam mas cabe a você se impor. Não deixe bbstar controlar sua mente, ele é alucinado no dinheiro tanto quanto eu sou em cerveja.
Ri ao ouvir, mas concordei com tudo. Nunca pensei em prostituição, isso com certeza não é comigo, não como foi com minha mãe. Fico me perguntando se Mata rindo tem razão sobre eu ser como nosso mãe, quer dizer, olha só onde errou indo trabalhar.
- Tudo bem. Podemos ir? - Ela acena com a cabeça enquanto se olhava no enorme espelho em seu quarto.
O local era bastante movimentado, as garçonetes iam e vinham rapidamente, sempre com um sorriso no rosto. A agilidade era nítida, o que me deu um certo frio na barriga.
Como ela conseguem enxergar com essa luz fraca e vermelha? Os homens olhavam para elas como se as mesmas fossem um pedaço de carne bem gostoso. Vi tudo isso dentro de um quarto onde Laura estava retocando o seu batom.
A porta foi aberta bruscamente, o que me assustou mas Luara permaneceu intacta, continuo fazendo o que antes fazia. Um homem com calça branca e camiseta rosa Pink adentrou através da porta. O homem parecia um escorrega de mosca, era careca.
Fiquei envergonhada quando o mesmo me olhou de cima a baixo.
- Olha só flor, a senhorita está me devendo uma bela explicação - Ele se direciona para Luara.
Por alguns segundos era como se eu não tivesse ali.
- Não devo nada a ninguém - Ela responde totalmente rispda. Lua deixou de lado seu batom e encarou o homem. - Aquele homem é um doente.
- Não me interessa o histórico psiquiátrico dos clientes, o que me interessa é o dinheiro e com você deveria ser assim - Ambos estavam de cara amarrada
- Até uma de suas garotas aparecer morta aqui dentro, a polícia bate nessa merda e leva todo mundo.
- Você já está querendo voar alto demais, eu deveria ter cortado suas asinhas muito antes.
Era estranho estar no meio Daqui discussão.
- Oi, eu sou a Vivian. - Digo afim de terminar com aquela briga.
O homem me analisa e logo abre um sorriso.
- Nova garçonete, né? Tá fazendo o que aí parada? Anda circula - Disse batendo palma, tentando me apressar.
- Eu não sei o que fazer. - Minha ansiedade, e desespero já estava me dando dor de barriga.
- Vá até o bar e pergunte ao bar tender. - Permaneci ali parada - Anda, vambora bicha.
Que viado mais sem noção, grosso.
Passei no meio de todos aqueles homens que estavam vidrados no palco, provável que estejam a espera de Luara. O garoto do bar era bonito, alto e forte.- Oi, pode me dizer como faço para anotar o que os homens vão querer? - Pergunto ao menino.
- Opa, não precisa ser um gênio para descobrir o que um homem quer. Eles querem você - Diz cheio de graça.
- Sou a nova garçonete.
- Ah... Foi mal, eu não sabia. - assenti - Vem, entra ai e pega. O bloco aqui, depois é só ir nas meses e trazer os pedidos para mim se for bebida quente, caso não seja é só pegar no freezer
O trabalho era fácil, difícil era ignorar os homens que falavam besteira, me passavam a mão.
Não demorou muito para Luara se apresentar, uma vez ou outra eu parava para dar uma olhadinha na loira que dançava sem se preocupar.
Foi quando avistei um cliente que acabará de chegar, em sua mesa não havia nada ainda.
Uma hora depois Luara já estava fora do palco, no bar bebendo ela me chamou. Eu estava a todo vapor e já me sentia cansada.
- Tá curtindo? - Ela pergunta é quando bebia sua cerveja.
- É bem corrido, mas não é um bicho de sete cabeças.
Falando em bicho, Luara parecia ter visto um. Seus olhos ficaram arregalados, ela deu um pula do banco onde estava.
Foi rápido demais, eu só senti alguém puxar meu cabelo para trás.
- Tá fazendo o que aqui, vagabunda? - ouço a voz de quem eu menos imaginava estar em um lugar como esse.
Meu irmão.
- SOLTA ELA, ANDA. SEU DOENTE - Luara grita. Mata rindo me joga contra o chão chamando atenção de todos ali.
Ele puxa a arma da cintura e aponta para Luara. No momento todos ali estavam nos observando, até a música foi desligada.
- FOI TU NÉ PIRANHA? TROUXE ELA PRA ESSE LUGAR PRA SER IGUAL A MÃE DELA.
Luara chorava. Foi então que descobri, o tal maníaco que ela tanto falava, era ele, meu irmão.
- DEIXA ELA EM PAZ, MATHEUS - Grito me levantando do chão.
Um homem alto, negro e musculoso aparece atrás do meu irmão. Provavelmente era o segurança do local, mas não estava armado.
- Se acalme. Você vai ter que se retirar - O segurança tentou. Mata rindo continuou com a arma apontada para Luara que por sua vez chorava.
Ele então agarrou em seu queixo forçando a mesma encarar seus olhos.
- Tá fodida. - Ele a soltou e se virou para mim - Você vem comigo, piranha.
Encarei Luara triste, eu não queria que isso estivesse acontecendo em parte é culpa minha. Seus dedos apertaram meu braço.
- Ela não vai - Lua disse. - Você não precisa ir.
Aquilo vez meu coração doer.
Sem paciência alguma Mata rindo acerta um tiro no peito do segurança, surpreendendo a todos. O pior de tudo foi o seu sorriso de satisfação.
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Neurótico uma paixão obsessiva (Concluída)
Novela JuvenilPROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS. Até onde vai a obsessão de um homem? O ser humano é capaz de coisas terríveis, apenas para ter o que anseia. Ela é dançarina de boate. Bem resolvida, ela não dá chance para malandro fazer seu coração de playground...