Dezoito.

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Luara Oliveira

Agora fiquei preocupada, Luara. Você odeia esse lugar.

Mamãe diz, sua voz me passava puro nervosismo ao outro lado da linha.

Encaro Caio que por sua vez me guardava meus objetos pessoais dentro de uma caixa.

— Mãe, se eu não puder ir é só avisar.

Tá doida? Mas é claro que você pode vir. Seu pai se aposentou devido a coluna, agora fica mais tempo em casa... Era só por isso. — Explicou.

Meu pai e eu não temos uma relação muito boa, ele nunca aprovou meu antigo trabalho.

— Amanhã estarei aí.

Você não vai me contar o porque de você está vindo? Luara, sua voz está triste.

Respiro fundo tentado não chorar. Aquilo não era assunto para telefone.

— Amanhã eu explico tudo, prometo. Tenho que desligar, estou empacotando minhas coisas. — Olho para Caio que me dá um breve sorriso.

Tá bem, Luara. Se cuida, que Deus te ilumine e te guarde.

— Ta. — Digo antes de desligar. O que minha mãe queria ouvir era um "amém", como eu sempre disse. Mas Deus não fez absolutamente nada por mim, ele me deixou sofrer, ele deixou aquele homem podre roubar de mim minha dignidade, autoestima, minha saúde mental.

— Bom, terminei aqui. Amanhã irei disponibilizar um dos caminhões da empresa para ajudar na mudança. — Caio diz enquanto sobe mais as mangas longas de sua camisa social. Ele encara meu enorme guarda roupas — E alguém para desmontar seus móveis.

Olho cada canto do meu quarto, todos os objetos de decoração já estavam empacotado, tudo estava monótono.

— Obrigada por me ajudar. Não sei como agradecer — Mordo meu lábio inferior, temendo sua resposta. Depois do que houve parece que nenhum homem é confiável.

— O que estou fazendo não é nada perto do que você merece — Caio se aproxima, eu me afasto.

O clima pesa, meus olhos buscam qualquer outro ponto naquele quarto. Ele pega seu celular verificando algo.

Ele lança um sorriso satisfeito para mim.

— O que? Que sorriso é esse? — Pergunto desconfiada.

Ele respira fundo guardando seu celular.

— Eu... Luara... — Ele limpa sua garganta, desvia seu olhar. — Eu contratei um detetive.

NÃO!

— Você o que? Não acredito! Quando foi que isso se tornou uma experiência? — Pergunto perplexa.

— Lua, a polícia não vai lhe dar prioridade, todos os dias mulheres passam por isso algumas vivem de baixo do mesmo teto que o agressor. Essas duas viaturas lá em baixo — Ele aponta para o chão. — Daqui a três dias não vai estar mais. Você não é prioridade da polícia....

— CALA A BOCA. EU NÃO QUERO DETETIVE ALGUM. EU QUERO VIVER MINHA VIDA LONGE DAQUI. SEM TER MEDO DE TOPAR COM ESSE HOMEM NOVAMENTE — Grito esvaindo minha raiva.

— PRA ISSO ELE PRECISA SER PRESO! — Caio rebate no mesmo tom que eu.

— EU NÃO QUERO MEXER MAIS COM ISSO. NÃO TE DEI AUTORIZAÇÃO PARA BANCAR O POLICIAL COM A MINHA VIDA.

— Lua... Eu quero te ajudar, esse monstro destruiu sua vida.

Era coisa demais para minha cabeça. Agora além da polícia, teria Um outra pessoa investigando meu caso. Eu não queria isso para mim

— Isso é tão injusto. — Me sento na cama encarando o chão.

Ouço o barulho do seu sapato social contra o chão. Caio se posiciona em minha frente segurando em meu queixo, fazendo com que eu o encare.

—Você pode fazer com que outra mulher não se sinta assim.

Após um longo suspiro eu assunto. Sinto sua colchão afundar ao meu lado, Caio se senta, junta suas mãos umas às outras e prossegue.

—Minha ex mulher pediu para que eu fosse até a casa da mãe dela, para conversar comigo. — Ele riu pelo nariz.

— Provavelmente quer tratar sobre o divórcio. — Digo.

— Não, ela quer voltar...

—Ah... isso é ruim? Quer dizer, quem errou foi você. — O assunto estava me incomodando.
— Sim mas eu não quero mais. — Sia convicção era palpável.

— Mas por que?

Ele solta uma leve risada enquanto me olha.

— Eu preciso ir — diz verificando a hora em seu relógio de pulso — mas se quiser eu posso ficar.

Eu sei, Caio está se apegando demais a mim e no momento isso não é muito bom. Quero retribuir tudo o que ele está fazendo por mim, mas isso não significa que eu vá cair em seus braços.

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Meninas, eu estava muito desanimada para escrever por isso sumi mas através de alguns comentários me senti revigorada.

Neurótico uma paixão obsessiva (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora