Trinta E Quatro

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Estávamos todos reunidos no horário de visitas, Carol me fazia rir mesmo eu não podendo por conta da cesaria. Essa menina é uma peste. Uma pena o pai do Guto não poder vir, teve que ir trabalhar, se ele não fosse, guto teria que ir. Fora a brincadeira nossos nervos estavam a flor da pele, hoje o resultado do exame de sangue da bebê sai. Por mais que eu tenha feito tudo certo, ainda tem aquela ponta de preocupação.

— Minha neta não quer sair do meu colo — Minha mãe diz toda boba.

Foi um sacrifício enfiar na cabeça dela que eu iria dar a bebê. Meu pai não fez questão de vir, principalmente depois que viu a foto sa bebê, disse que parecia com o marginal.

— Vai babar na criança — Gustavo disse irritando minha mãe.

— Escuta seu genro — Mayara diz.

Fiquei meia sem jeito mas tomeu coragem oara compactuar com aquela brincadeira.

— É mãe, escuta se futuro genro. — Eu disse.

Sabe o silêncio? Era o que se ouvia. Ninguém ali estava acreditando qur enfim eu tomei coragem para ter Gustavo só para mim. Ele esperou quase um ano por isso.

— CA RA LHO — Carol gritou sem querer. Ela soltou esse palavrão dentro de uma maternidade. Nossa sorte foi que a mulher que dividia o quarto comigo, achou graça.

— Ta falando sério? — Gustavo se aproximou. Seu sorriso largo demonstrava toda a sua felicidade. Por um momento em minha cabeça a voz dizia "nunca vai dar certo, você vai contaminar ele" mas eu a ignorei e é o que vou fazer a partir se agora.

— Sim, super sério — Me senti uma adolescente dizendo aquilo.

Notei que ele queria me beijar mas respeitou o meu espaço. Levei minha mão até a sua que estava repousanda em cima da cama. Gustavo me olhou pedindo permissão e eu balancei minha cabeça positivamente. Então ali ocorreu nosso primeiro beijo, foi um selinho rápido mas memorável. Todo aquele povo estava animado, e feliz por mim.

— Oi, quanto alegria. Assim que é bom — A doutora entra. Nossa atração foi diretamente para ela.

— É você quem da o resultado do exame? — Minha mãe foi direto ao ponto.

— Sim. O ouvido esta ok, olhinho também. — Ela disse analisando a pequena que dormia.

— E o de sangue, minha filha. Em nome de Jesus! — Novamente minha mãe ataca sem paciência.

— Ah vocês querem saber... A senhorita Luara, esta de parabéns, sua filha esta totalmente saudável. Você tomou todos os cuidados. — Ouvir aquilo foi um alívio tão grande.

— Glória a Deus. Obrigada Jeová — Mamãe só faltava ajoelhar ali.

Depois que recebi alta pedi para Gustavo me levar para outra casa, não seria fácil conviver com a bebê. Os pais dela a registraram, montaram todo o quarto e eu não queria estar lá para estragar aquele momento só deles. Então ele optou por alugar uma casa para mim, como eu não poderia fazer nada, minha mãe ficaria por ali comigo mas Carol voltou para o Rio porque sua mãe temia que Armando a obrigasse ficar.

— Não acho justo você ter que ficar pagando tudo para mim. — Digo ne deitando na cama com auxilio da minha mãe.

— Você é minha namorada, agora. Não há com o que se preocupar.

Era tão bom ouvir ele dizer que eu era sua namorada. Estamos nesta casa a cinco dias, três desses dias ele dormiu comigo... No chão. Me sinto péssima por isso.

— Vou fazer alguma coisa para vocês comerem — Minha mãe encara Guto e sai.

Ela não iria fazer nada, só inventou uma desculpa para nos deixar a sós.

- Você esta bem com tudo isso? - Ele pergunta.

- No início eu pensava que iria mw sentir péssima mas estou satisfeita. Poupei a vida de uma criança inocente.

Ele me ouvia atentamente, absorvendo cada palavra minha.

- Eu sou completamente apaixonado por você, mulher.

Não pensei muito, o puxei para o nosso primeiro beijo de língua. Enquanto nos beijávamos eu pensava no quanto gosto dele, isto afastava os pensamentos negativos.

Quando dei por mim Gustavo estava com suas mãos alisando a lateral do meu corpo.

Sua piranha.

A voz dele ecoava em minha mente. Por mais que não pudéssemos fazer amor por conta da minha cirurgia, eu me sentia suja. Ele notou que fiquei tensa e parou.

- Me perdoa - Digo com a voz embargada pelo choro.

- Ei, eu vou te esperar o tempo que for. Sem pressa, ta bom? Esse beijo foi melhor que qualquer outra coisa.

Nada vai me fazer desistir de te-lo para mim, se for necessário me tratar com um psiquiatra, eu vou. Por ess homem estou disposta a tudo.

- Posso te fazer uma pergunta? - Digo enquanto mexo em meus remédios, separando um por um.

- Claro.

Gustavo pega a garrafa de água mineral que estava ao meu lado e me entrega.

- Você não tem medo de sw infectar? - Ele me encara indiferente.

- Camisinha existe.  Não quero que me faça esse tipo de pergunta nunca mais. — Disse grosseiro.

— Não precisa ser grosso. É só a realidade. — Retruco.

— Não quero saber, Luara.

— Mas você precisa encarar a realidade, eu posso te passar e não quero faz...

— CHEGA LUARA, PORRA — Dou um pulo na cama, ele me assustou como nunca. Em toda a minha vida eu nunca o vi desta forma. — VOCÊ NÃO É CHERNOBYL, CARALHO, ENTÃO NÃO AJA DESTA FORMA. EU NÃO PENSO ASSIM E SE UM DIA QUALQUER FILHO DA PUTA TE TRATAR DESTA FORMA EU MATO! TA ME ENTENDENDO? — Aceno com a cabeça.

— Me desculpe — Eu disse de cabeça baixa. — Sou uma idiota.

— Sim você é, só por pensar por nós dois. Achando que não ficar comigo será melhor para ambos. Se ame mais Luara, só assim você verá o que sou capaz para ter você comigo. — Gustavo pegou seu celular em cima da cômoda e saiu do quarto dando espaço para minha mãe entrar.

Eu não quis o magoar mas foi necessário ouvir essas coisas. Preciso me levantar e saber que Deus não dá um fardo maior do que aguentamos.

— O que aconteceu? Ouvi gritos. — Mamãe pergunta.

— Aconteceu que estou cansada de ser eu mesma.

Neurótico uma paixão obsessiva (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora