Dezesseis

9.7K 955 106
                                    

+18.

"Baby, você tem algo especial
Seu corpo é uma obra de arte mas temos um pequeno problema,
Eu sinto seu peito
Mas não consigo encontrar seu coração" - Maggie.

Luara Oliveira

Caio estava me tratando como se nada tivesse acontecido, como se o jantar onde nos estranhamos, nunca tivesse acontecido.

— E então, está se sentindo melhor? — Pergunta após desligar o rádio.

— Estou. — Afirmo.

— Da pra parar de me tratar assim? — Desvio meu olhar para a janela, fechada por conta do ar condicionado. — Lua, já passou, quero me desculpar pelo que falei a você.

— Sem problemas, só estou cansada.

— Tudo bem, então. — Ele para no sinal.

O silêncio se instalou. Não demorou muito para seu carro entrar no estacionamento do condomínio. Através da janela vi o porteiro olhando descaradamente para o carro.

— Obrigada pelo almoço e por ter ido me buscar.

— Nada a ver você agradecer, sabe que sempre irei fazer se você pedir. — Caio se aproxima mais de mim, inclinando seu corpo.

— Perdi o emprego mas ganhei um motorista particular. — Brinco.

— Você é linda, Luara. — Não me neguei, eu queria beijá-lo, então fiz. Eu o beijei.

Paramos o beijo após alguns segundos, minha respiração estava ofegante. O beijo poderia nos levar para algo a mais, entretanto, não estou com cabeça.

— Tinha me esquecido do quão você beija bem. — Digo e ele fica sem jeito.

Olho através do retrovisor, meu batom borrado. Não há problema, já estou com um pé em casa.

— Luara, se quiser posso arrumar um emprego para você, na minha empresa. Bom, você não vai ganhar o suficiente para manter esse apartamento mas será o suficiente para se manter.

— Conversamos sobre isso amanhã, pode ser? Afinal, o patrão é meu amigo — Dou uma leve risada e abro a porta do carro.

Sai do carro, Caio me deu um breve aceno e logo deu partida. O porteiro me encarava com uma cara estranha, indiferente. Nunca se quer dei confiança pra ele.

Vou em direção ao elevador mas antes o vejo balançar a cabeça negativamente como se eu tivesse feito algo de errado.

— Que foi? — Pergunto ríspida. Antes que ele pudesse responder o elevador abre suas portas. Entro e continuo o encarando.

Era só o que me faltava, o homem nem me conhece. Tô cansada desses homens machistas do caramba.

Paro em frente a porta do meu apartamento, busco pela chave no fundo de minha bolsa, com tantas coisas que eu carregava era difícil achar. Até lixo tem dentro da minha bolsa de grife; papel de bala, caixa de pastilha, cartões com número de telefone —, nada que uma boa limpeza não resolva.

Finalmente encontro as terríveis chaves. Quando abro a porta não ouço nenhum barulho, nenhuma música, normalmente a faxineira gosta de ouvir música. Encaro o relógio na parede e vejo que já havia passado do horário dela ir embora.

Jogo minha bolsa no sofá, junto com as chaves. Olho para o chão e vejo alguns produtos de limpeza jogados ali.

Ninguém merece.

Neurótico uma paixão obsessiva (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora