Cecília
André me trouxe para um lugar deserto, nunca tinha vindo aqui antes, um lugar escuro que da medo, diz ele que é pra nós conversar a vontade, sem ninguém escutar nossos gritos. Eu não quero essa conversa, não agora.
Não quero sentir tudo de novo, não quero me entregar a ele, tantas coisas que não queria nesse momento, mas meu corpo não me entende e corresponde todos os comandos de André. Que ódio.
André me coloca em seu colo e da para sentir o seu membro bem duro, ele levanta o meu vestido até deixar minha bunda de fora, eu seguro seus cabelos com força e levo meus lábios em sua orelha, ele aperta minha bunda roçando contra ele, sem querer eu solto um gemido baixo e mordo a pontinha da sua orelha.
- Por favor Cecília se você não quiser que faça amor com você aqui e agora não geme desse jeito, você sabe como isso me deixa louco. – diz com voz rouca, subindo com uma mão para minha nuca e puxando de leve meu cabelo para trás.
Meu Deus, se eu não dá um jeito de fugir daqui eu vou acabar me entregando para ele e eu não quero. Tipo, quero sim, mas não posso, não agora, não desse jeito. O que eu faço senhor?
- Além dessas marcas o que mais você esconde de mim em? – será que foi uma pergunta ou ele pensou alto. Como ele sabe que eu escondo algo dele?
Fico sem reação, apoio minha cabeça em seu ombro e tento controlar minha respiração, estou em êxtase, ofegante, cheia de fogo que a muito tempo estava apagado, tento recuperar minha consciência.
Merda, merda, merda, lógico que ele sabe, ele sempre soube, nunca conseguir esconder nada dele, ele sempre descobria, não sei como até hoje, mas ele sempre descobria. Tenho que da um jeito de sumir daqui. “AGORA", meu consciente grita comigo.
Pensa, Cecília, pensa em uma maneira de fugir daqui. Ah já sei.
- Vamos lá pra fora? -peço. – Preciso um pouco de ar.
- Vamos sim. -ele concorda.
André sai pra fora e eu pelo impulso e adrenalina travo todas as portas.
-Cecília o que você está fazendo?
Vou para o lado do motorista respiro fundo ligo o carro, não posso deixar ele me dominar desse jeito, e se eu ficar mais um minuto do seu lado eu não vou resistir e vou acabar transando com ele e de brinde eu conto tudo sobre nossa filha. Minha filha, só minha.
-Cecília, não faz isso por favor. -ele grita.
- Deixo seu carro na porta da sua oficina. -grito de volta.
-Joga pelo menos minha carteira, preciso de algum documento.
Jogo a carteira dele e saiu dali sentindo vitoriosa.
Que loucura foi essa. Estou eufórica, sei que ele vai me matar, mas foda-se, eu estava quieta no meu canto.
Ligo para Moisés e peço ele pra me buscar na oficina de André, ele fica sem entender, mas depois eu explico tudo. Escuto o celular de André tocar, procuro e encontro no porta-malas. Não acredito no que estou vendo na tela.
Não é possível que André sai com essa vagabunda ainda, meu Deus. Ele realmente não vale nada.
Ela insiste, minha vontade é de atender, mas não vou fazer isso.
Chega uma mensagem e eu leio pela notificaçãoMensagem
“André, preciso de você urgente”
Ela precisa é da minha mão na sua cara urgente, aí meu sangue está mais quanto do que antes. Estou sem acreditar, como pode ficar com a pessoa que destruiu nossas vidas?
Eu parei minha vida, mas a dele continuou, única coisa de bom nisso tudo é minha filha. Pensamentos estão a mil, não sei o que fazer. Ando por uns 5 minutos sem direção.
- Vou voltar naquele canalha e passar com o carro em cima dele, pronto já sei o que fazer.
Volto pra onde deixei André e encontro com ele andando no meio da rua.
- Ótimo agora só passar por cima. -digo possuída.
Piso com tudo no acelerador e vou em sua direção, escuto de longe ele pedindo pra parar e acenando, não dou ouvido. E vou com tudo.
- Meu Deus o que estou fazendo com minha vida. -grito ao parar o carro na frente de André.
Ele me olha assustado, sem entender nada e vem em minha direção. Estou em choque, sem reação alguma, ele me chama e eu não dou ouvido. Desço do carro e corro para fugir de tudo.
André me chama mais uma vez e corre para me alcançar, já estava cansada, chorando muito, sem forças pra fugir dele. Ele me alcança e segura em meus braços com força.
- O que foi aquilo Cecília? Está ficando doida porra? Você poderia ter me matado!-diz super nervoso e eu começo a entrar em pânico.
Sempre tenho essas crises quando sofro muitas pressão psicológica. Piorou depois que peguei a traição.
- Cecília, fica calma, inspira e respira. Suas crises estão piores, nunca vi você assim. -diz mostrando preocupação.
Eu respiro e tento recuperar, meu corpo treme, respiro com dificuldade e André está me sufocando mais ainda.
- Eu quase matei uma pessoa, quase matei você André. -digo chorando.
- Você não está bem Cecília, tenta acalmar, por favor. Vamos eu vou te levar em casa.
- Não vou com você, não entro dentro do seu carro. – digo fria.
- Cecília para de bobeira.
- Não vou atrapalhar mais sua vida.
- Você nunca me atrapalhou Cecília, do que você está falando?
- Deixa de ser cínico pelo menos uma vez na vida André. -grito.
-Eu não estou te entendendo. -diz confuso.
- A não? Então vai lá e pega seu celular, você vai entender melhor.
Ele sai me arrastando até o carro achando que vou sair voando, estou tão fraca que não consigo nem andar direito, e muito menos medir força com ele.
André pega o celular olhada pra ele e olha pra minha cara.
- Agora você sabe o que está acontecendo né? Bom você sempre soube, quem não sabia era á trouxa aqui.
- Não Cecília, deixa eu explicar...-o interrompo.
- Não André, você não precisa me explicar mais nada, só liga para meu irmão vim me buscar por favor. Prometo que amanhã você já não vai ver minha cara. -digo com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.
- Você vai comigo Cecília e para de tirar conclusões precipitadas. Primeiro, depois aquele dia nunca mais toquei nela, segundo, eu sou sócio dela, ela tem uma loja de peças de motos. – Ele para e respira. – E terceiro, você vai embora comigo agora e amanhã nós vamos terminar nossa conversar, você tem muito para me contar.
Puta que pariu, eles são sócios, mas não acredito nessa, eu não acredito em nada que sai da boca dele, e puta que pariu eu não tenho nada para contar, não agora.
Sigo para o carro e sento no banco de trás, não quero que ele vê meu rosto, preciso absorver todas essas informações e pensar em um jeito de sumir dessa cidade, hoje antes de amanhecer.
Ele entra liga o carro e segue o seu caminho. Fomos calados cada um viajando eu seus pensamentos. Os meus é os piores.
- Como fui acreditar em suas palavras, em seu pedido de desculpa.
-Cecília.
- Deixa eu falar André, você não queria conversar? Então deixa eu falar. -grito.- Eu trouxa, acreditando no seu arrependimento, sei que você não ficou sem transar por 5 anos. Mas com ela, logo com ela, tinha tantas, até essa que você estava, é melhor que a Laura. E você traía essa com a Laura também?-Pergunto e ele fica calado.
- Responde porra.
- Não, eu e Vanessa não era namorados, ela tinha a vida dela e eu a minha. E eu e a Laura somos só sócios agora, acredita em mim porra, se ela me ligou uma hora dessa alguma coisa aconteceu e não é para transar.- fala e olha no retrovisor.
- Não quero explicações, só de você estar com ela ainda sinto nojo da sua cara. Deito no banco e as lágrimas desce como uma cachoeira.
Escuto André ligando para alguém porque ele coloca no viva voz. Está chamando até cair na caixa postal, ele insiste e a pessoa atende.
Ligação on:
-Alô, André. – Não acredito que ele está ligando pra mulher comigo aqui atrás.
- Oi Laura, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – ele ligou para a vagabunda na minha frente. Que ódio desse filho da mãe.
- Aconteceu sim, a nossa loja foi assaltada, estou aqui na delegacia e se você puder vim aqui eu agradeço. – ele não mentiu da loja.
- Nosso Deus, mas porque você não ativou sistema de alarme?
- Não foi eu que fechei hoje.
- Tá bom, vou ligar para a seguradora e daqui a pouco chego aí. – diz e desliga o celular.
Ligação off.
- Ela não me liga se não for sério.
Fico calada, não quero falar nada. Ainda estou com ódio nos olhos. Mando mensagem em Moisés e peço para me esperar no portão de casa.
-Chegamos. – Ele fala.
Abro os olhos, levanto pego minhas coisas e desço do carro, meu irmão esta no portão e me olha me pedindo explicação, eu não falo nada dou uma abraço nele e entro em casa.Estou arrasada, acabada, destruída, sofrendo tudo de novo, por que ele apareceu de novo em minha vida? Ele ainda mantém contato com a mulher que acabou com nossas vidas.
Mas uma vez vou embora, sumir dessa cidade que só me traz sofrimento. Junto todas minhas coisas, vou embora agora, ainda são 5h:30min, o primeiro ônibus é daqui 50min.
Chego no portão e escuto os gritos do meu irmão com André, o mesmo está calado de cabeça baixa.
- Moisés por favor para, me leva na rodoviária. -digo.
- Cecília eu te levo, já é caminho mesmo. -André se pronuncia.
- Melhor você sair andando “vei”, te ajudei e mais uma vezes você machucou ela.
- Moisés ele não me machucou. Por favor vamos?
Moisés entra no carro e eu o acompanho. André falando de longe.
- Cecília nossa conversa ainda não acabou, você tem muito o que me contar. – finjo não ter escutado e me afundo no banco do carona. - Não finja de surda. – André grita.
Moisés liga o carro e sai dali deixando André para trás. Seguimos o caminho calados, as lágrimas insiste em cair. Estou destruída, muitos sentimentos me perturbar, como André pode ainda tem contato com aquela "the monia" e como fui egoísta de esconder Maria de André? Eu não tinha o direito de fazer isso com nenhum dos dois, fui muito imatura e sei que vou pagar por isso. “EU SEMPRE TE AVISEI “ ignoro meu inconsciente.
...
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AS ESTRELAS SABEM DO NOSSO DESTINO.
RomanceUma história de amor, traição, reencontros, Cecília ao descobrir uma traição de seu noivo André preferiu desaparecer de sua cidade, deixando para trás todo seu passado. Meses depois ela descobre que carrega um bebê em seu ventre e por vingança ela...