Capítulo 41

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Cecília.

Jorge tinha que falar desse jeito comigo? André escutou e agora acha que eu já transei com ele, saiu daqui bravo. Sei que não devo satisfação a ele, mas foi um mal entendido. Oh saco viu, as coisas comigo não consegue da uma trégua, sempre com bastante emoções, haja coração.

Assim que André saiu a médica voltou me dando o diagnóstico de Maria, graças a Deus ela está bem, sem nenhuma sequela, se continuar assim ela já já receberá alta. Fico feliz por isso. Espero eles trazer Maria de volta para conversar com ela. Ela precisa saber do pai dela de uma vez.

Não estou preocupada com isso, Maria é muito esperta e entenderá o que passa. Por ora não vou falar o motivo que fez eu afasta dos dois, só vou falar da minha culpa sobre tudo isso, ela não precisa encher a cabecinha com os nossos problemas.

Maria chega no quarto, as enfermeiras ajeita ela na cama e fica só eu, a médica e Maria.

- Então Cecília, só estou esperando liberar um quarta para que Maria troque de ala, está tudo ok com ela. Vou deixar vocês sozinhas pelo visto vocês têm muito o que conversar. Só não abuse muito dela, ela ainda está recuperando.

- Obrigada doutora. – agradeço e ela se retira me deixando a sós com Maria.

- Oi meu amor. – falo passando a mão nas bochechas de Maria e ela abre os olhos me encarando.

- Oi mamãe, o que aconteceu comigo.

- Amorzinha um carro bateu em nós, mas agora está tudo bem.

- Eu fiquei com medo mamãe, eu vi anjos mamãe.

- Agora não precisa ter medo meu amor, mamãe está do seu lado. – falo beijando suas bochechas.

- Te amo mamãe.

- Também te amo meu amor, mas agora mamãe precisa te contar uma coisa, você lembra que mamãe estava te perguntando se você ficaria feliz se seu papai te buscasse na escola?

- Não consigo lembrar mamãe, minha cabecinha dói.- fala colocando a mãozinha na cabeça e me parte o coração.

- Me desculpa meu amor por te fazer passar por isso. – digo com os olhos cheio de lágrimas.

- Não chora mamãe, foi o moço que fez isso.

- Sim foi o moço. – digo forçando um sorriso.

- Mas mamãe você achou meu papai?

- Achei sim meu bem, eu escondi você do seu pai por todo esse tempo, me desculpa meu amor, nunca mais vou fazer isso.

- Eu te desculpo mamãe, eu já sabia que
meu papai estava aqui.

- Como você sabia Maria.

- O anjo que eu vi falou que eu precisava voltar que eu sou o nó dessa união.

Eu olho incrédula para ela, tentando absorver tudo isso, meu corpo arrepiar por inteiro, Maria é a nossa ligação, ela está aqui para nos unir. Deixo as lágrimas cair sem me importar, eu e André precisamos conversar, preciso falar com ele que também o quero, mas não como amigo. Preciso dar continuidade na conversa que ele começou no banheiro. Preciso dele.

- Não chora mamãe, papai não vai te fazer sofrer mais.

- Eu sei meu amor, agora você precisa descansar e obrigada por tudo.

- Você vai embora? – diz com os olhos arregalados.

- Não meu amor, vou ficar do seu ladinho.

- E meu papai?

- Ele deve está chegando, também vai ficar do seu ladinho. – escuto a porta abrir.

- Com licença. – fala Edu entrando no quarto. – vim vê você Cecília e fiquei sabendo que sua filhinha acordou.

- Oi Edu, acordou sim, pode vim cá.

- Oi menina linda. – André cumprimenta Maria.

- Oi.

Ficamos alguns minutos ali conversando, Maria gostou de Edu, ele fez algumas palhaçadas com ela que ela amou, mas tudo na medida certa, ela não pode se esforçar.

- Agora já vou garotas lindas.

- Tchau Edu. – Maria se despede.

- Tchau bonequinha, assim que você estiver boa vou levar uma cesta de chocolate para você.

- Ebaa, amo chocolate.

Edu da um beijo na testa de Maria e se retira, eu o sigo até a porta.

- Sua filha é um amor de pessoa igual a mãe, se você tivesse solteira juro que investiria em vocês.

- Para Edu assim você me deixa sem graça seu bobo. – fala sorrindo para ele. – E eu estou solteira.

- Não por muito tempo seu gavião não vai te deixar livre. – ele fala de André,  caímos na gargalhada.

Ao levantar meu rosto e olhar para o corredor avisto André tentando fugir de mim, mas não vou deixar, não posso permitir que ele se vá mais uma vez.

- André, venha vê sua filha. – a única frase que consigo soltar, e sei que vai prender ele aqui.

- Já estou indo Cecília, precisando só chamar. – Edu se despede de mim e eu assinto com a cabeça. - Oi André. – Edu passa por André e cumprimenta.

André cumprimenta Edu contra sua vontade, está estampado em seu rosto. Ele vem até o quarto e eu tento explicar que somos só amigos, ele me responde na grosseria, cospe na minha cara que somos só ex. É mas na hora que estava na cama comigo nem pensou ser o ex canalha, safado, cafajeste que me meteu o galho. Não rendo assunto, Maria não precisa presenciar logo agora uma DR de seus pais e também não preciso ficar me humilhando para homem algum.

Vou para um canto do quarto e deixo os dois conversar. Maria como sempre me surpreendendo com sua maturidade apesar de tão novinha. Ficou feliz por agora ter um papai, André por sua vez não tirou sua culpa por eu ter afastado os dois, graças a Deus os dois se deram bem.

André me chama para conversar a sós, ele vai ter que ir embora as pressas, ele não precisa me dá satisfação de nada, não sei porque insiste nisso.

- Mas tem um probleminha maior.

- Qual ? - pergunto curiosa.

- Minha mãe. – verdade já tinha esquecido de dona Clara. – E se prepare, ela está uma fera.

Por mais que dona Clara gostava muito de mim, ela vai aceitar isso. Ela vai me massacrar e vai querer a todo custo tirar Maria Antônia de mim. Ela sim posso temer. Ainda mais que agora ela trabalha do lado da juíza e nossa cidade. Para ela mexer os pauzinhos ela não troca de roupa.

- Sua mãe vai tirar Maria de mim. – digo já chorando.

- Não vai Cecília, eu não vou deixar. – fala me abraçando.

- Por favor fica aqui até ela chegar. – peço.

- Fico sim. – diz beijando o todo da minha cabeça.

Estou com medo de dona Clara, mas ela tem que me entender, e Maria é minha, ela não tem esse direito, ou tem ? Não, ela não tem.

Ficamos abraçados por alguns minutos até a médica nos atrapalhar.

- Com licença. Preciso liberar a paciente para o outro quarto, assim ela poderá ter uma pessoa para acompanhar. Mas vocês podem ir em casa almoçar e descansar um pouco, aqui vai demorar.

- Ah sim. Então só vou despedir dela e já vamos. – digo limpando as lágrimas.

- Certo.

Entramos no quarto e despedimos de Maria, ela não queria ficar sozinha, mas expliquei os motivos e ela entendeu. Fomos para o hotel, eu a pé e André de moto, ele queria ir a pé também, mas sei como ele é enjoado em deixar sua moto em qualquer lugar. E no hotel é mais seguro. Chego no hotel ele está me esperando na entrada.

- Deixei a chave com a recepcionista, espera que vou pegar. – digo indo até uma das moças.

Pego a chave e seguimos para o elevador os dois em perfeito silêncio. Eu preciso falar com André o tanto que  quero ficar com ele, o que Maria viu, mas estou com medo da sua resposta. Fico escorada em uma das paredes do elevador observando André. Ele está voando em seu celular, com os olhos bem fixo no aparelho e agindo como eu não estivesse aqui. Isso esta me incomodando. Chegamos no nosso andar, André da sinal para que eu passe em sua frente sem ao menos olhar para mim. André está tentando me evitar? Preciso fazer alguma coisa.
Entro no quarto coloco minha bolsa em cima da cama, pego meus remédios e lembro que não comprei a pílula do dia seguinte.

- Puta merda André. – digo apavorada.

- O que foi Cecília.

- Esqueci da pílula.

- Tem farmácia aqui perto, quer que eu compre?

- Não precisa eu vou lá. – levanto no desespero pegando uma garrafa d’água para tomar os remédios de dor, pego minha bolsa e saiu.

- Espera Cecília toma o dinheiro. – grita.

- Não precisa André, eu tenho dinheiro. – não espero ele responder e entro no elevador.

André e essa mania de pagar tudo.
Acho a farmácia, por sorte é bem perto do hotel, estou cansada e com as pernas doendo. Voltou para o quarto e escuto o chuveiro ligado, sento na cama e tenho uma brilhante ideia

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