Capítulo 40

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André

Foi um alívio escutar de Cecília que nossa filha acordou, foi como tirasse um peso de minhas costas. Mas Maria ainda precisa passar por alguns procedimentos e isso está deixando Cecília bem chateada, eu coloquei tudo nas mãos de Deus e sei que ele não vai me abandonar logo nesse momento, Maria vai sair dessa.

- Cecília, vamos lá fora um pouco? – pergunto ela nega com a cabeça. – Vamos por favor, ela vai ficar bem.

- Só saiu daqui quando Maria voltar. – responde grossa e não insisto mais.

Cecília sempre foi grossa, e não adianta pedir, implorar, forçar, ela realmente não vai sair daqui.

Se passaram 15 minutos e nada de Maria e esse clima já está me estressando, o celular de Cecília toda é um tal de Jorge. Quem é Jorge? Ela atende.

- Oi Jorge, como vão as coisas.

- Sua vagabunda já foi da pra outro. – por nós estarmos colados um ao outro deu para escutar os gritos do rapaz juntos com uma gargalhada.

Ela me olha toda sem graça e afasta de mim. Quem será esse cara? Será namorado? Deve ser o homem da fotografia, pela conversa eles são bem íntimos.

- Jorge, não fala assim, depois te explico tudo agora estou no hospital... sim ela acordou e está bem, só fazendo alguns procedimentos...não precisa... ok... até mais beijos!

Ela desliga e senta no mesmo lugar.

- Seu namorado? – pergunto sem rodeio.

- Já foi. – responde no mesmo tom.

Explicado porque a intimidade, sinto a raiva me consumindo, por essa conversa bem íntima recuso acreditar que ela não teve na cama com outra, mas vou me controlar,  por hora não falo nada, não vou cobrar explicação. Ela sente o meu desconforto.

- Mas nunca rolou nada André. –  me explica.

- Você não me deve satisfação, mas por ele conversar nesse tom com você, vocês eram bem íntimos.

- Não... – interrompo.

- Não precisa explicar, vou lá fora, quando Maria voltar pede alguém para me avisar fazendo favor. – digo me retirando do local.

Escutar o cara falando assim com uma mulher você vai achar o que? A não ser que o cara é gay, mas se eles namoravam não é gay. E ela veio com aquele papo que não transou com ninguém e agora me acontece isso ?  Não a julgo, eu sair com várias e não via mal ela sair com outros também, mas pra que mentir?

Vou para fora do hospital tentar esfriar a cabeça, avisto um barzinho e vou até ele, preciso beber uma cerveja, com certeza vai me acalmar. Sento em uma mesa que tem do lado de fora e peço uma Brahma gelada.
Enquanto isso ligo em Allan apara saber como está as coisas por lá. Chama e ele atendo no primeiro toque.

Ligação on

- Fala mando, como está as coisas aí? – pergunto.

- Está tranquilo, só aquele cliente o Roberto que está impaciente esperando o projeto.

- Nossa esqueci dessa porra, eu estava terminando de fazer quando Cecília me ligou pedindo ajuda.

- É, eu dei uma olhada aqui e vi o projeto, está ficando bom se ele não aprovar esse desiste desse cara.

- Ele é muito exigente, não acho que vai aceitar. – digo chateado. –Faz o seguinte, você também é bom nisso, acaba esse projeto para mim ainda hoje, marca com ele amanhã as 10horas. Vou dormir em casa hoje.

- É uma responsabilidade muito grande, posso acabar atrapalhando você André.

- Eu confio em você, sei que você é capaz, e não se preocupe com isso, se não deu certo não deu, não vamos nos matar por isso. Já fiz de tudo e ele não aceita nada. Se ele não estiver satisfeito arrume outro lugar, estou cansado de tentar agradar ele.

- Você quem sabe, mas ele pode falar mal do seu serviço.

- Que fale Allan, o pessoal sabe como meu serviço é, nunca desapontei ninguém e não vou mais ficar me matando por esse projeto. Tem 6 meses que estamos nessa, já mostrei ele 7 projetos e nada.

- Estou com você irmão.

- Eu sei, e te agradeço por isso.

- Vou desligar tem muitas coisas pra fazer aqui ainda. – diz Allan.

- Ok, até mais tarde.

Ligação off

Minha cabeça já está um caos agora tem mais essa, o bom disso tudo é que hoje vou conseguir ficar longe de Cecília e pensar, e já dou um jeito de pegar Vanessa de uma vez só. Essa mulher está Armando para mim, eu sinto. Eu acho q ela não está grávida, mas vou fazer o exame para confirmar.

Bebo duas garrafas de cerveja e já estou sentindo o corpo mais relaxando. Agora posso voltar para o hospital, estou mais calmo. Vou até o caixa pago o cerveja e compro um chocolate branco para Cecília, sei que ela ama.

Chego no corredor e não vejo Cecília no mesmo, quando vou da meia volta para sair vejo o doutorzinho sair do quarto de Maria com um sorrisão largo, Cecília aparece na porta para despedir dele. Vejo o quanto ela fica confortável com ele e isso me incomoda. Acho seria melhor eu deixar ela livre, não posso forçar a barra com ela, as vezes ela só foi para cama comigo por não conseguir falar não comigo. Ao pensar nisso vou me afastando. Eles percebe minha presença antes que consigo fugir, é isso que eu ia fazer, ia fugir dali e deixar Cecília viver sua vida longe de mim. Não ia abandonar minha filha, jamais, porém não acho certo Cecília se entregar a mim por não conseguir responder pelo seu corpo.

- André, vem vê sua filha. Ela está bem. – fala com um sorriso no rosto.

- Já estou indo Cecília, precisando só chamar. – o doutorzinho desperte de Cecília. – Oi André. – me cumprimenta passando por mim.

- Oi. – respondo.

Vou até o quarto e Cecília me espera na porta.

- André nós somos só amigo. – tenta justificar.

- E nós somos só ex, não precisa me dá satisfação de nada. – eu tenho que ser rude com ela.

Não posso deixar ela se envolver mais comigo, não quero criar expectativa. Ela ainda está ferida, magoada comigo precisamos nos afastar.

- Não precisa falar assim.

- Desculpa, mas só falei a verdade. Posso ver minha menina? – pergunto fugindo do assunto.

Ela assente com a cabeça e me da passagem para entrar.

- Está tudo ok com ela graça a Deus, até conversamos um pouco. Falei sobre você com ela, mas vai com calma. – pede.

- Ok.

Sigo até onde Maria está e vejo seus olhinhos aberto.

- Oi. – ela me olha desconfiada.

- Oi. – me responde tímida.

- Meu nome é André e qual é o seu? – pergunto.

Preciso ir com calma com ela, não posso falar de uma vez com ela.

- Maria, você é o meu papai? – ela pergunta com um pouco de dificuldade ao falar.

- Que garotinha esperta, eu sou seu papai. Você gostou da ideia de ter um papai?

- Gostei. – diz dando um sorrisinho mais lindo.

- Eu também gostei de ter uma filha linda como você. – falo com os olhos cheio de lágrimas.

- Não chora papai, mamãe não vai me esconder de você nunca mais, né mamãe? – pergunta olhando para Cecília.

- Nunca mais filha. – responde com a voz embargada e abaixa a cabeça envergonhada.

- Não vamos falar disso agora, mamãe já se arrependeu, mas ela teve motivos para isso. Agora eu quero saber quantos aninhos você tem. – troco de assunto, ainda Cecília fica incomodada com isso.

- Eu tenho 4 anos. – diz me mostrando os dedinhos com dificuldade.

- Ela faz 5 dia 10 de setembro. – diz Cecília.
- Então temos que preparar uma mega festa para Maria.

- Eba. – Maria fica super alegre.

- Agora Maria eu preciso conversar com a mamãe, você espera um pouquinho?

- Espero, mas não demora.

Dou um beijo na testa dela.

- Não vamos demorar. Cecília vamos lá fora por favor. – ela assente com a cabeça e me segue.

- Pode falar André.

- Então, eu preciso de ir embora hoje a noite, amanhã tenho que esta cedo na oficina.

- Não tem problema André, não precisava de avisar. Eu sei que você tem sua vida e não quero te atrapalhar.

- Vocês não estão me atrapalhando, vou lá resolver esse problema e volto amanhã de tarde. Mas tem um probleminha maior.

- Qual ?

- Minha mãe.

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