Capítulo 14

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Cecília



Não é possível que ele está me seguindo, e veio com a mesma mulher do shopping, para me provocar. Ou será que estão namorando.

As meninas segue meu olhar e me olham de novo como quisesse se desculpar. O clima já fica tenso entre nós.

- O que está pegando? Estou boiando aqui.- Eduardo se pronuncia.

- Uma longa história. - falo com meus olhos cheios de lágrimas.

- Tem haver com o seu passado? - pergunta.

- Sim. - respondo.

Vejo a mulher falando algo e sai chorando, André me olha mais uma vez e á segue.


Todos da mesa me dá super atenção, mas a minha noite acabou.

- Cecília, não sei o que aconteceu no seu passado e não quero saber também, mas esquece ele só por agora, por favor?

-Eduardo diz pegando em meu rosto.


Confirmo com a cabeça e ele enxuga algumas lágrimas que insistem em cair e me beija. Resisto no começo, mas lembro da cena anterior e me entrego. Um beijo lento, doce e carinhoso. Ele beija muito bem, meu corpo esquenta com seu toque, vejo que é hora de parar.

- Me desculpe Cecília, mas não resistir. - diz.

- Não precisa se desculpar, eu gostei. - falo dando um sorriso.

- Quer sair daqui? - pergunta.

- Quero sim. Esse lugar já deu o que tinha que dá.- falo.

Despedimos do pessoal e fomos pagar a nossa parte da conta. Quando levanto vejo que André está me encarando com muita raiva. Edu não deixou eu pagar a minha e tivemos uma leve discussão no caixa.

- Edu, não gosto que pague as coisas para mim.- digo chateada.

- Cecília, enquanto você estiver comigo vai ter que acostumar.- diz e muda de assunto. - Você gosta de moto? - pergunta.

- Se eu gosto? Edu moto era a minha paixão.- digo eufórica.

- Por que era? - pergunta.

- Longa história, passado.

- A sim, então vamos? - diz .

- Mas você trouxe outro capacete? - pergunto.

- Já vim prevenido.- diz e da um sorriso de canto.

Seguimos até a moto e quando vejo a moto dele dou um grito.

- que você tem um Harley Davidson Iron V-ROD.

- Uau, conhece muito de moto assim?

- Muito, você não tem noção!- digo.

- Então vamos, sobe ai.

Ele me entrega o capacete e quando vou subir na moto escuto alguém gritar o meu nome. Eu o olho incrédula.

- A toma no meu cu mesmo.- digo.


Eu não sou de falar palavrão, mas hoje eu precisei falar como um desabafo.

- Cecília espera por favor.- André pede.


- Fala logo. - digo rude.

- Precisamos conversar, vem comigo.

- Você está brincando com minha cara, só pode! - falo indignada. - É muito cara de pau você viu.

- Cecília por favor.

- Não e tchau para você. - falo subindo na moto.

- Então vai lá vagabunda.

Edu escuta, tira o seu capacete encara André e fala.

- Vagabunda é a mulher que você chegou no bar, você sabia que ela queria transar comigo em meu consultório? - Edu diz e eu fico de boca aberta.

- Mas a outra todo mundo sabe que é vagabunda, já essa aí passa de santa e de santa não tem nada.- André diz, eu vejo que ele já está alcoolizado.



- Edu não caia nas provocações dele, vamos embora. - digo chateada.

- Só vou por você.- diz e liga a moto.

Fui o caminho todo pensando, André é imbecil, além de está seguindo a vida, ainda me chama de vagabunda. Que ódio que esse cara me faz sentir. Explico o caminho de casa para Edu e ele segue direto.

- Obrigada Edu e desculpa por tudo.

- Não se preocupe, ele merecia um murro para virar homem.- fala



- Não precisa sujar suas mãos com quem não vale nada. Mas obrigada mesmo assim.



Edu me beijou, mas dessa vez me afasto, não estou com cabeça para isso.

- Me desculpe Edu, mas não posso. - falo.


- Ele que fez você congelar esse seu coraçãozinho aí? - Pergunta.

- Sim. -digo com a cabeça baixa.

- Ainda bem que estou especializando em cardiologia. Posso cuidar desse seu coração ferido. - diz todo carinhoso.

- Não tenho dinheiro para pagar esse estrago que ele causou. - digo forçando um sorriso.

- Deixa eu pelo ao menos tentar Cecília. Me encantei com você desde o primeiro dia que vi você naquele hospital. Juro que não cobro a consulta. - diz dando um sorriso de lado.

Fico surpresa, por mais que nos aproximamos nesses últimos dias ele não demonstrava esse interesse.

- Edu tem muita coisa envolvida, não envolve só o estrago no coração. - digo lembrando da minha filha.

- Então me conta, fala o que é, deixa eu te ajudar? - pergunta.

- Não posso Edu, não posso te envolver nisso.- falo em meio lágrimas.

- Mas eu quero me envolver.



- Edu por favor vai embora. Não complica mais a minha vida e não deixa eu complicar a sua. - peço.

- Eu vou Cecília, vou para te deixar pensar. Mas eu vou atrás de você aonde você estiver.- fala firme.

Concordo com a cabeça e ele vai embora.


Não posso me envolver com Edu, eu não vou voltar para cá e muito menos posso falar que tenho uma filha e escondo ela de todos. Ele vai me achar um monstro por isso, todos vão achar. Minha cabeça dói só de pensar que André pode tirar minha filha de mim.

- Não, ninguém vai tomar Maria Antônia de mim. - falo para mim mesma.

Entro para dentro de casa nas pontas dos pés para não acordar minha mãe.

- Maísa. Merda, esqueci minha irmã no bar.

Vou ter que ficar na porta de casa até ela chegar, se eu entrar sem ela mamãe vai me matar.

Tento ligar para ela e não atende. Ligo na Flávia.



Ligação on:



- Flávia mulher Maísa ainda está aí?



- Está, vou passar para ela.



- Oi mana. - Maísa fala ao pegar o celular.



- Maísa pede alguém para te trazer agora. Mamãe vai me matar se eu chegar sem você.



- Putz, vai mesmo. Vou da um jeito aqui. - Fala.



- Tá bom. - desligo.



Ligação off.



Já se passaram 15 minutos e nada dá bendita chegar, estou nervosa pela noite desastrosa e pra piorar com essa demora toda.

Escuto um carro entrando na rua de casa achando que está no filme velozes e furiosos, cantando até pneu.

- Seu louco, aqui não é pista de corrida não- grito e o carro para.

Vejo Maísa descer do carro.

- Desculpa Cecília, não sabia que você era fiscal de trânsito. - Grita abrindo a porta


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