André
Minha ficha ainda não caiu que Vanessa está grávida, e pelo resultado o filho pode ser meu. Não vou descartar a hipótese dela ter engravidado de outro na mesma época que aconteceu o fato para poder dizer que o filho é meu. Depois que Marcelle me contou sobre a crise que eles estão vivendo não duvido de mais nada.
Vanessa foi o tempo todo jogando em minha cara sobre a gravidez, sobre eu duvidar dos exames, e o quanto sou um idiota. Me controlei o caminho todo para não tampar a boca dela com um murro. Não posso fazer mais merda nessa vida e nem ser tão canalha a ponto de em uma mulher, e outra tenho que ser muito cauteloso agora.
Chego em casa e vou direto para a estante onde tem várias bebidas fortes, preciso de algo para esfriar a cabeça. Pego a minha predileta que é a famosa tequila encho o copo e viro de uma vez, sem sal e nem limão. Tiro minha camisa e me jogo no sofá.
Que dia vai conturbado que foi esse, queria Cecília aqui do meu lado para dizer que tudo ficará bem. Quero deixar ela ciente de tudo, mas ao mesmo tempo estou com medo de perde-la.
Levanto e vou direto para o banheiro. Tomo um banho gelado e demorado para ver se me animo um pouco. Toda essa história está me deixando bem mal, não sei se é por Vanessa está grávida, ou por ser ameaçado a casar, ou por ser descoberto pelo delegado ou por perder Cecília. Agora eu sei o real sentindo da frase “A felicidade de pobre dura pouco”.
Estava tão feliz ao lado de Cecília e minha filha e agora corro o risco de perder tudo novamente e o pior se esse filho for meu mesmo e se eu não casar com essa “the monia” corro risco de ficar sem meu filho ou morto.
É destino você brinca com as pessoas mesmo.
São 17 horas, está ficando tarde, preciso pegar a mãe da Cecília antes de ir para o hospital. Pego uma mala pequena com algumas peças de roupas e coloco dentro do carro. Allan vai dormir aqui até o chaveiro vim trocar a fechadura, depois que peguei Vanessa aqui não confio de deixar minha casa sozinha, não sei o que essa louca é capaz.
Chego na antiga casa de Cecília e dona Joana já estava me esperando na porta.
- Oi dona Joana. Desculpa a demora. – falo descendo do carro.
- Não tem problema meu filho, pelo horário vamos chegar bem na hora da visita. – diz pegando suas coisas do chão.
- Deixa que eu pego. – vou até ela e pego suas coisas. – Não precisa de coberta dona Joana. senhora pode ficar no hotel onde estou hospedado ou na casa de Cecília.
- Quero dormir com minha neta hoje, por isso estou levando uma cobertinha.
- Jamais eu e Cecília deixará você dormir naquelas poltronas duras de hospital dona Joana.
- Até você André ? A Cecília falou a mesma coisa, mas não vou escutar, vou dormir e ponto.
- Não muda nada em?!
- Não mesmo. – diz e dou uma risada.
Porque mulheres são tão difíceis ?
Pegamos a estrada rumo ao hospital, estou louco para ver minha filha e saber de sua melhora.
- Vai mais devagar André, preciso chegar viva. – dona Joana me repreende.
- Estou devagar, 90km/h estou igual uma tartaruga gigante andando na estada. É Se eu for mais devagar as carretas vão passar por cima de nós.
- Porque homens sempre falam a mesma coisa quando está correndo? Mulheres sempre mais cautelosa no volante.
- Você que nunca pegou estrada com sua filha então. -digo rindo e dona Joana me olha assustada.
- O meu Deus, vou lembrar de suas palavras quando isso acontecer. – fala e eu dou crise de risos de sua cara.
Dona Joana tem pavor de viajar de carro. Acho que já sofreu algum acidente antes de ter Cecília, ou quando Cecília era novinha, não me lembro direito. Por isso esse pavor todo.
Andamos alguns km calados e Joana resolveu quebrar o silêncio.
- André.
- Oi. – respondo sem tirar os olhos da estrada.
- Você gosta dela ainda? – olhos para ela e a respondo.
- Eu nunca deixei de ama-la. – volto olhar para estrada.
- Mas nunca deixou de curtir com outras. – fico sem jeito com suas palavras, mas não deixo que isso me atinge.
- Sim nunca deixei, isso não posso negar. Até porque a nossa cidade é minúscula e todos sabem de tudo, inclusive a senhora. Mas onde você quer chegar com essa conversa? – pergunto.
- Você e Cecília deve ter conversado, ela deve ter falado o quanto sofreu com sua traição.
- Nós dois sofremos.
- Bom, vocês dois sofreram, mas Cecília foi embora e teve que dá conta de tudo sozinha enquanto você ficava na farra.
- Dona Joana o que a senhora queria que eu fizesse? Você não me contou onde ela estava, você não entregou nenhuma carta que eu escrevi, nenhum presente que mandei para você entregar você entregou, você escondeu as duas de mim sabendo de todo meu sofrimento. Se você sabe das farras, você sabe dos sofrimentos também.
- Sim eu sei.
- Então não me julga.
- Não estou te julgando, só não quero que você faça minha filha sofrer novamente.
- E eu não vou.
- Espero.
Antes dessa conversa a viagem estava até confortável apesar do silêncio, agora está um clima muito tenso e ainda falta muito para chegar.
Eu sei o que fiz todo esse tempo e acho que ninguém precisa ficar me lembrando do passado. O destino já está se encarregando em fazer isso.
...
Bato na porta e escuto a voz doce da minha filha pedindo para entrar.
- Oi meus amores. – falo ao entrar.
- Papai. Vovó. – Maria grita ao perceber que é nós e vejo a felicidade em seu olhar, isso enche meu coração de mais amor por essa garotinha.
- Oi minha menininha mais linda. – falo sentando só seu lado.
- Achei que o senhor não ia vim mais papai.
- Desculpa pelo atraso, papai estava resolvendo alguns problemas.
- Está tudo bem? – pergunta Cecília.
- Está sim. – minto, não quero falar nada perto de minha filha e muito menos de dona Joana. – Agora me da um abraço meu amor.
- A vovó também vai querer um abraço. – dona Joana fala se sentando do outro lado da cama.
- Um de cada vez, o médico Edu falou que não posso fazer muito esforço.
Ah médico Edu você continua rondando minhas meninas.
Maria me da um abraço muito apertado e fala no meu ouvido.
- Acho que mamãe está namorando o Edu papai.
Cecília escuta e tenta o mais rápido justificar.
- Não estou namorando ele meu amor.
- Mas eu vi vocês se beijando. – Cecília olha assustada para Maria e me olha querendo se explicar.
Escuta isso parece que foi a mesma coisa de levar um murro na cara bem doloroso.
- Ah você viu Maria? – pergunto olhando nos olhos Cecília.
- Vi papai.
- Tudo bem. Maria olha o presente que eu trouxe para você. – dona Joana percebe o clima e troca de assunto.
Confesso que estou muito triste com Cecília, mas não vou tirar conclusões precipitadas. Depois se Cecília quiser ela me explica.
Maria e dona Joana estão focadas no presente que até agora não vi o que era. Cecília mostra interesse mas sua expressão é de quem está voando nos pensamentos. E eu estou no canto do quarto sem saber o que fazer e como agir diante dessa descoberta.
Saio do quarto, preciso de ar puro, o clima está muito tenso lá dentro. Preciso esclarecer as ideias. Meu coração está doendo muito, como nunca doeu. É essa dor que Cecília sentiu ao descobrir a traição? Meu Deus dói muito. Vontade de sair correndo desse lugar. Vontade de sumir.
Quando estou saindo do hospital escuto alguém me chamando.
- André?
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AS ESTRELAS SABEM DO NOSSO DESTINO.
RomansaUma história de amor, traição, reencontros, Cecília ao descobrir uma traição de seu noivo André preferiu desaparecer de sua cidade, deixando para trás todo seu passado. Meses depois ela descobre que carrega um bebê em seu ventre e por vingança ela...