Cecília
Foi difícil me abrir para André, contar tudo o que aconteceu até sobre o pensamento de abortar eu contei, mas foi preciso, precisava me libertar desse peso, e nada melhor que André para me escutar.
Não quero André do jeito que ele sugeriu, quero ele como meu homem, o homem que sempre amei, o pai da minha filha. Quero começar tudo de novo com ele, quero ser forte do lado dele e esquecer tudo que aconteceu, quero colocar uma pedra no passado, mas fui fraca, não conseguir falar para ele o que estou sentindo, não conseguir mostrar para ele que também o quero.
Ele sai do banheiro magoado por não receber uma resposta minha me deixando sozinha, não tiro a razão dele, também ficaria. Na verdade estou magoada por tudo isso. Fico mais um tempo no chuveiro esperando meu coração acalmar.
Quando saiu do banheiro André já não está no quarto, ele deve ter saído para esfriar a cabeça. Coloco uma calça e uma regata que trouxe na bolsa, faço um coque no cabelo e vou até a recepção deixar a chave para quando ele chegar poder entrar.
Sigo para o hospital e junto levo meus pensamentos da noite passada e do nosso banho que fomos tomar com intuito de sexo mas acabou sendo trágico.
Chego no hospital passo pela recepção e vou para o quarto da Maria, no meio do caminho encontro Eduardo.
- Oi Cecília, aconteceu algo com sua filha?
- Não, porque?
- Sua cara está horrível.
- É a consequência das escolhas. – respondo sem ânimo.
- Fica assim não gatinha, as coisas vão se resolver. Só questão de tempo.
- Tomara que resolva rápido.
- Olha, eu tenho que atender um paciente agora depois estou livre, se quiser um ombro amigo para desabafar estou aqui. Não quero ver você assim mais escutou?
- Sim, obrigar a por tudo Edu. – digo dando um sorriso forçado.
- Então eu vou, daqui a pouco eu volto. Se cuida bonequinha. – diz e se retira.
Edu é um fofo, se não fosse esse meu coração fudido eu me envolveria com ele sem dúvidas.
Entro no quarto de Maria e ela está do mesmo jeitinho sem alteração nenhuma, fico triste por isso, daqui a pouco passa a médica aí eu pergunto tudo direitinho. Sento na poltrona do lado e fico acariciando minha menininha.
- Oi meu amorzinho, mamãe precisa te contar uma coisinha. Você quer saber o que é? – pergunto mesmo sabendo que não vai haver resposta. - Eu contei tudo para seu papai, agora ele já sabe de você e esta doido para te conhecer. Eu só tem não, ele descobriu. Ficou muito bravo com a mamãe, mas agora ele está bem comigo. Me desculpa filhinha, mamãe ficou com muito medo do papai tirar você de mim, mas não adiantou fugir, quase perdi você de vez. – digo derramando lágrimas. – Perdoa a mamãe também? Preciso do seu perdão, para poder ficar em paz. – abaixo a cabeça e sinto a mãozinha dela apertando a minha.
Tomo um susto, limpo meu rosto e levanto para vê o rostinho dela, ela está com os olhinhos aberto. Não acredito que ela acordou, entro em desespero para chamar os médicos.
- Enfermeiras. – chamo um grupo de enfermeiras que passa pelo corredor. – Minha filha acordou. – digo desesperada.
- Fica tranquila, vamos chamar os médicos para fazer todo os exame nela. – confirmo com a cabeça e elas se retira, ficando apenas uma enfermeira.
- Ela está bem? Vai ficar com alguma sequela? – pergunto apavorada.
- A médica precisa fazer alguns exame nela para dizer o estado dela, ela abriu os olhos, isso é normal para quem está em coma, precisamos saber se a cabecinha dela está funcionando normal. – diz verificando alguma coisa na minha filha no meu estado não consigo identificar.
- Tudo bem.
A médica chega com alguns uns enfermeiros, deve ser da equipe dela e pede para eu retirar da sala. Faço que ela pede, mas fico observando tudo pela janelinha.
Estou agoniada, rezo mentalmente para que minha menininha não fique com nenhuma sequela, ela vai ser forte e vai sair dessa. Fico observando que eles fazem com ela, até André chegar desesperado do meu lado.
- Cecília aconteceu alguma coisa com Maria? – pergunta preocupado.
- Ela acordou André, nossa menininha acordou.
- A meu Deus é bom o tempo todo.
- Sim ele é maravilhoso. Agora precisamos esperar fazer uns exames para vê se está tudo bem. – acabo de falar e os médicos sai com ela do quarto.
- Aonde vocês vão com minha filha? – André pergunta nervoso.
- Calma senhor, vamos leva- lá para fazer uma tomografia computadorizada para verificar se não a nenhum hematoma intracraniano. É coisa rápida, eu e minha equipe estamos achando que Maria ficará com alguma sequela, mas só fazendo um exame detalhado para afirmar, assim que ela voltar eu explico com detalhe o caso dela. – Fala a médica com maior tranquilidade.
- Tudo bem. – respondo.
Eles se retira com minha menina, fico com o coração na mão não poder acompanhar.
- Cecília, comprei um lanche para nós.
- Estou sem fome André.
- Você precisa comer, não adianta ficar sem alimentar, saco vazio não para em pé. Então trate de comer. Eles ainda vai examinar ela ainda para afirmar qualquer coisa então acalma. – fala me entregando uma sacola. – Vou buscar um suco para nós. – diz e se retira.
Eu acho fofo André com toda essa preocupação , mas realmente estou sem fome. Queria minha menininha aqui do meu lado, estou com tanta saudade dela me chamando, me beijando, fazendo carinho em mim. Ela é tão fofinha, minha menininha. Meu celular toca me tirando dos pensamentos, é Sarah.
Ligação on
- Oi sua pirua, me deixa aqui toda preocupada sem notícia sua.
- Oi Sarah, bom dia para você também.
- O que aconteceu amiga? Sua voz não está boa, deu errado?
- Não, eu e André deu tudo certo, mas é Maria ela acordou, mas provavelmente pode ficar com alguma sequela estou com medo Sarah.
- Oh meu Deus amiga, estou indo aí agora.
- Não precisa Sarah eu te dou notícia.
- Nem pensar, ela é mais que afilhada para mim.
- Está bem amiga. – não adianta teimar com ela mesmo.
- Então tchau.
- Tchau.
Ligação off
Sarah sempre foi um anjo em minha vida não vai ser agora que vou negar seu apoio. Ligo em minha mãe, explico tudo e ela fica desesperada querendo vim para cá, mas acho que não á necessidade. André volta com dois sucos me entregando um.
- Você nem mexeu na sacola Cecília.
- Eu estava esperando você. – ele m olha desconfiado, sei que não acreditou.
- Anda Cecília, come. – diz autoritário.
- Ok André, vou comer.
Abro a sacola e vejo uma caçarola, fico impressionada de como ele lembra de tudo.
- Caçarola. – digo com brilhos nos olhos.
- Ainda você briga por uma? – pergunta e eu sei muito bem o porquê.
Uma vez guardei um pedaço na geladeira e meu irmão comeu tudo, meu Deus gente, eu sei que é pecado, mas sabe quando você chega toda empolgada achando que o negócio está lá e quando você vai ver não está? Pois é, eu virei o cão por causa da minha caçarola, é comida né? Eu brigava mesmo. Fiz André rodar a cidade toda atrás de outra pra mim é fiquei 1 mês sem olhar para meu irmão. Só fiz as pazes com Moisés quando ele chegou com uma bandeja de caçarola tudo pra mim. Final da história, comi até passar mal e ficar 1 semana de diarreia, ainda acho que ele colocou algum remédio na caçarola.
- Se alguém pegar a minha caçarola eu brigo sim. - ele balança á cabeça dando uma risada.
Eu e André era um casal tão unidos, e mesmo assim ele me traiu, não quero sempre voltar nisso, mas é inevitável. Suspiro triste.
- O que foi? – André pergunta sem olhar para mim.- Não é nada. -se no colocando um pedaço de caçarola na boca.
- Fala Cecília eu conheço esse teu jeito.
- Aqui não é lugar, depois nos conversamos. - invento uma desculpa, lógico que não vou tocar mais nesse assunto do passado, me magoa ainda, mas é passado.
Acabamos de comer nosso lanche e ficamos ali naquele corredor esperando Maria voltar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AS ESTRELAS SABEM DO NOSSO DESTINO.
RomanceUma história de amor, traição, reencontros, Cecília ao descobrir uma traição de seu noivo André preferiu desaparecer de sua cidade, deixando para trás todo seu passado. Meses depois ela descobre que carrega um bebê em seu ventre e por vingança ela...