Capítulo 28.

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Sarah Cropper.

Minha vida mudou da noite para o dia com a morte de Ana, minha cabeça doí e meu coração... Já não sei se ainda o tenho. Após uma breve conversa com meu pai, onde ele me disse que estão suspeitando  de Ryan pela morte de Ana, acho que isso foi demais para mim, então a única coisa que pude fazer, foi me entupir de calmantes, pois não estou aguentando mais. Acordo após ter me sentado na biblioteca e tentar ler um livro, mas acho que não tive sucesso, pois ao olhar para baixo, vejo que não sai do primeiro capítulo. Suspiro e levanto meu olhar, sorri brevemente ao ver meu porto seguro me fitar.

— Como você está? – Se curva e se apoia em suas pernas.

— Com o raciocínio lento e perdida… Acho que tomei calmantes demais. - Coloco a mão na testa. - Que horas são?

— São quase 17 h.

— Nossa, que horas vai ser… Você sabe. – Suspiro.

— Ás 18 h. – Faz uma pequena careta ao dizer.

Fico quieta por um momento refletindo  sobre isso, não sei se é por causa dos calmantes, mas não consigo me alterar, minha mente está lenta e meu corpo relaxado, e claro, não deixo de sentir tristeza.

— Acho que tenho que me aprontar, não é? - O fito. - Mas preciso te dizer uma coisa antes.

—  Pode dizer... - Ele se levanta e começa a caminhar pela biblioteca.

— Meu pai foi a procura de quem matou Ana, e por algumas testemunhas... Bom, estão acusando você.

— Fiquei sabendo, isso é um absurdo, eu não seria capaz de matar Ana, fora que você esteve comigo o tempo todo. – Diz calmo.

— Quase todo. - Digo em um fio de voz.

— Você está falando sério? - Sorri com deboche. - Você não acredita nisso, não é?

— Não... Claro que não... Eu só. - Penso nas palavras. - Só falei bobagem. - Desvio o olhar.

— Não está parecendo. – Pega um livro e o abre. – Olha, posso ser o cara mais errado dessa casa, posso já ter matado algumas pessoas, mas nunca seria capaz de matar sua melhor amiga. – Se aproxima e por trás sussurra em meu ouvido. – Também não sou o diabo.

Suas palavras são sinceras, sinto isso com a firmeza com que as diz. O mesmo coloca o livro sobre a mesa e o sigo com olhos, até que pare em minha frente. Ele se agacha e me fita com aquele olhar sem sentimento, o mesmo de quando o vi pela primeira vez, tão vazio. Quebro nossa conexão e desvio o olhar me sentindo intimidada, mas logo meus olhos se encontram com o seus novamente, pois ele fez por onde isso acontecer ao segurar meu queixo e virar meu rosto.

— Deixa eu te ajudar…- Se levanta e pega o livro em meu colo. - Não sabia que gostava de finais tristes. – Sorri após ver o título do livro.

— Gosto de romances e esse a história é bonita, já o li mais de mil vezes.  - Me levanto.

— Sim, muito bonita, eles se amam, mas não podem ficar juntos, Romeu acha que Julieta morreu e se mata ou algo assim… - Dá de ombros.

— Para quem não gosta de romance, você resumiu até bem. - Sorri.

— Eu tenho mais de cem anos, se eu não soubesse disso. - Sorri. - Eu assisti a primeira peça teatral dessa baboseira.

— Isso é sério? Você assistindo uma peça romântica? – O fito desacreditada.

— Bom… Quando você tem motivos, você vai, mesmo que passe a peça toda no tédio.

— E qual foi esse motivo? - Ergo a sobrancelha.

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora