Capítulo 36.

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Sarah Cropper.

Ele começa a se aproximar lentamente, não vejo sinal de vampirismo nele, mas sua atitude está estranha. Fico parada no lugar e meu coração bate a mil quando o mesmo para a centímetros de mim, sinto sua respiração em meu rosto, sinto o toque de seu rosto passar sobre o meu, o que me assusta, acho  que ele vai me atacar a qualquer momento.  Dou um passo para trás e ele me puxa pela cintura e me beija com muita vontade, sua boca tem gosto de sangue e sua vontade parece querer me devorar, literalmente. Estou com medo, então me afasto de Ryan, não quero machucá-lo caso me ataque, mas sei que aquela bolsa não acabou com sua fome. Ryan olha em meus olhos fixamente, sinto algo estranho, ele está tentando me hipnotizar, eu sabia, sua fome continua e ainda sou sua presa. O mais difícil é que sei que está usando 100% de seus poderes, difícil não entrar em sua hipnose. De repente, sou jogada entre as árvores e antes que me levante, Ryan me encurrala entre uma das árvores, não sabia que ele era tão forte, tenho que dar um jeito de fugir sem que a gente lute, se isso acontecer, vou ter que usar meus poderes nele e não é isso que quero, ele está fora de si. Suas mãos apertam meu corpo contra a árvore e sinto algumas farpas entrarem em minhas costas, seus olhos se fixam nos meus, como se estivesse lendo minha alma antes de me matar, posso ver o vermelho intenso de seus olhos, parece me mergulhar em um rio de sangue, é intenso e negro, tem maldade neles, como se Ryan tivesse vindo diretamente do inferno, não é como o verde que me traz paz. Não sei como, mas ele está me fazendo ver sua infância, ele está correndo de um lado para o outro, logo vejo um  um homem que briga com ele e logo depois o dá um tapa em seu rosto. Sinto sua dor e lágrimas escorrem por meu rosto, depois vejo muito sangue e pessoas mortas, tem fogo e gritos para todo lado, escuto choros, é a cena de um massacre, suas mãos estão suja de sangue como o resto de seu corpo, estou com o coração partido, é apenas uma criança, foi apenas uma criança quem fez tudo isso. Sinto o abraço de uma linda mulher, é sua mãe, ela seca suas lágrimas e limpa o sangue em sua pele. A vejo discutir com o mesmo homem e uma dor me invade ao vê-la levando um tapa, o que me faz ver o rosto de Ryan em minha frente novamente, não consigo sair dessa hipnose. Suas presas ficam amostra e as vejo vindo em minha direção, simplesmente fecho meus olhos e espero. Logo um vento passa por meu rosto e quando abro os olhos, Ryan não está mais em minha frente. Vejo que estou presa nas farpas da árvore, dou um impulso para frente e caio no chão com dor, olho ao redor e ele está saboreando um cervo, respiro aliviada, não sei se rezo agora ou depois de vê-lo alimentado. Me encosto em uma pedra sentindo dor, com o impacto do meu corpo a árvore se quebrou, deixando assim muitas pontas afiadas, pontas que estavam em minhas costas a segundos, mas que diabos que sempre sou machucada nas costas, ainda mais por madeira, sorte que dessa vez não foi de carvalho branco, por sorte minha recuperação será bem mais rápida. Levo um susto quando ele aparece na minha frente todo cheio de sangue, acho que não conseguiu nem se controlar ao matar o animal.

— Sarah me desculpe, eu não queria te machucar. - Me abraça.

— Ryan… Ryan… - O afasto sentindo dor. - Está tudo bem, só me lembre de nunca te deixar com fome.

— Você está sangrando, eu te machuquei? - Diz assustado.

— Um pouco, mas está tudo bem… Vou me curar, não tão rápido quanto você, mas vou. - Sorri.

— Que droga. - Se joga no chão. - Como vou provar para seu pai que posso cuidar de você, se tento te matar? – Esbraveja.

— Não se preocupe, esse será nosso segredo. - Sorri. - Até porque você não me mataria. – O mesmo se levanta e me fita com atenção.

— Por que não? - Ergue a sobrancelha.

— Uma, sou mais forte que você e duas, se você quisesse me matar, não teria escolhido o animal.

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora