Seus olhos entram nos meus, algo neles me fascina e ao mesmo tempo que me dá medo. Me afundo no azul intenso de seus olhos e me perco brevemente, não sei porque, mas é como se eles me chamassem para algo, algo ruim e bom ao mesmo tempo.
— Por que você tem tanto medo de mim? - Diz quase em um sussurro.
Minha respiração já está falhando e meu coração batendo a mil, engulo seco e desvio meu olhar por um momento.
— Como você mesmo disse, é mais forte do que eu... É normal termos medo daquilo que nos ameaça. – O fito.
Ele se afasta me liberando, o mesmo dá um sorriso de canto, ainda com seus olhos em mim, me pergunto quando vou parar de me meter em confusão.
— Não devia, não vou lhe fazer mal. – Olha brevemente para a cachoeira. - Até porque nós já percebemos que algo sempre nos coloca e colocará na frente um do outro.
— Algo não... Você se coloca em minha frente, simplesmente porque precisa de mim.
Ele olha para baixo e sorri para o nada, logo seus olhos sobem lentamente ao meu rumo e para por alguns segundos.
— Quem estava a minha procura hoje foi você. - Ergue a sobrancelha.
— Foi somente para deixar minha família em segurança. - Cruzo os braços.
Declan se aproxima novamente com lentidão, permaneço no mesmo lugar e dessa vez, não demonstrarei medo algum.
— Já percebeu que nos damos bem? - Sussurra. - Que pensamos iguais?
— Não pensamos não. - Me afasto. - Você é maldoso e eu não sou.
— Engano seu. - Nega com a cabeça. - Você também tem maldade... E deve ser por isso que nos damos bem.
— Você só pode estar de brincadeira. - Sorri incrédula.
— Verdade? Vamos ver... Vai me dizer que quando matou aqueles três homens você não se sentiu... - Fica em silêncio. - Forte. - Me viro de costas para ele. - Ou quando bebi sangue, só pensa em matar tudo que vê. - Sussurra em meu ouvido. - E melhor, quando está sedenta e experimenta o sangue em sua boca, sente o sabor maravilhoso que ele tem sem se preocupar com sua presa, somente se sente satisfeita. - Pega em meus ombros e os aperta levemente.
— Isso não é verdade. - Me viro para ele. - Você está tentando mexer com minha mente.
— Se é isso que prefere acreditar. - Sorri e dá de ombros. - Não podemos fugir do que somos.
Fico brava com suas palavras, eu só quero sair daqui agora, nunca quis tanto ficar longe dele, fecho meus olhos e os aperto com força. Sinto um vento em meus cabelos e ao abri-los, estou em meu quarto, tiro rapidamente o colar e o jogo no chão com toda minha força. Me sento no banquinho da penteadeira e respiro fundo sabendo que ele não mente, tudo que descreveu, de fato é verdade. Me levanto e vou até minha janela para tomar um ar, parece que o dia continua de onde parei, fito o relógio e ele está no horário em que fui para outra dimensão. Me escorro na janela e respiro fundo, não pode ser verdade o que disse, será que tenho algo de ruim em mim ou é somente extinto? Saio de meus devaneios ao ouvir um bater em minha porta e logo digo para entrar, ainda escorada na janela.
— Podemos conversar? - Diz uma voz conhecida.
Me viro para ele ainda furiosa, mas que diabos que não me deixa em paz.
— Agora não, Ryan, tenho um assunto para resolver. - Ando até minha penteadeira.
— O que esse colar faz aqui? Eu o joguei no lago. - Diz com o colar em mãos.
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Escolhida pelo destino. - Livro 2.
Romance**Atenção, essa obra tem todos os direitos autorais, em caso de plagio, responderá a processo, plagio é crime.** Da saga O que desconheço continuarei com minha nova vida cheia de decisões difíceis, após minha melhor amiga ser transformada em vampira...