Escolhida pelo destino. - Livro 2.

Capítulo 31.

Sem resposta, vou para o corredor e o chamo mais uma vez, nada ouço. Volto para a cozinha depois de alguns minutos e vejo que meu celular continua a tocar, o pego e atendo.

— Alô?

— Caramba onde você estava? Te liguei mais de cinco vezes. – Esbraveja.

— Ryan? Eu que pergunto aonde estava.

— Estava trancado nesse lugar com elas, agora que as coisas se acalmaram e consegui um telefone nesse fim de mundo, o lugar chato e meloso.

— Isso é para você aprender a conviver com o que mais odeia. - Sorri.

— Que graça… Agora me diz onde se meteu?

— Estava aqui na cozinha, mas aconteceu algumas coisas estranhas agora a pouco. – Olho ao redor.

— Que tipo de coisas?

— Eu não sei, mas parecia ter alguém aqui.

— Você está sozinha? – Sinto preocupação em sua voz.

— Não, meu pai está na biblioteca, pelo menos a minutos atrás estava. – O ouço suspirar.

— Melhor assim e não se preocupe, pode ter sido uma assombração, elas vivem aparecendo por ai. – Sorrimos. - Enfim, você foi até meu quarto?

— Você sabe que sim, como disse no bilhete, sou curiosa demais.

— Então achou o presente que deixei… Você gostou? Saiba que pergunto já sabendo a resposta.

— Depende de qual deles você está se referindo. - Sorri.

— Como assim qual deles? Tinha mais de um?

Antes que o responda ouço outro barulho atrás de mim, olho ao redor e fico em silêncio, saio de meus devaneios ao ouvir a voz insuportável de Lorena chamando Ryan.

— Ei você ainda está ai?

— Estou e parece que você tem companhia. - Reviro os olhos.

— Ela não sai do meu pé, deve ser saudade… Digamos que seu pai, a colocou de olho em mim, algo que ela não reclamou nada… Espera. - Diz a Lorena que já vai e volta ao telefone. - Tenho que ir, eu te ligo depois, tudo bem?

— Fique à vontade e divirta-se. - Encerro a ligação sem esperar um “tchau".

Não acredito que ele parou de falar comigo para atender o capricho daquela cobra, perdi até minha fome, então vou para biblioteca e dou boa noite ao meu pai. Em seguida vou para cama, amanhã acordarei cedo para destrancar a faculdade e voltar a fazer algo, deito em minha cama sem sono algum, pego meus fones de ouvido e coloco alguma música, fecho meus olhos e imagino alguma cena para combinar com a música tocada, é talvez eu seja sonhadora demais. Minha música é interrompida brevemente por uma mensagem que chega no meu celular, e adivinha, é do meu amado Ryan, reviro os olhos já prevendo a ladainha da vez, abro a mensagem e começo a ler com uma certa raiva.

Mensagem: Não precisava desligar na minha cara assim, tenha certeza que será castigada por essa falta de educação… Alias você é bem ciumenta, não é? Gosto quando minha namorada cuida bem do que é dela.

Como é? Não acredito no que estou lendo, castigada eu? E não sou sua namorada, essa mensagem eu vou fazer questão de ignorar, ele deixa de falar comigo para dar atenção aquela nojenta e depois vem dizer que sou sua namorada? Ele está muito engado se acha que vou me derreter de amores por isso. Continuo escutando minha música até cair no sono. O dia amanhece rápido e já vejo o sol dando as caras, o que é bem raro por aqui. Já preparada para ir na faculdade, entro no carro com meu pai para resolver isso. Em minutos já está tudo certo, meu pai assinou tudo certinho e pagou alguns livros e o uniforme novo da faculdade. Me sinto feliz e ansiosa, amanhã mesmo já posso voltar a ativa, não me lembro mais de como é esse lugar, mas sei que alguns conhecidos ainda estão por aqui. Bom resumindo meu dia foi muito tedioso, recebi algumas mensagens de Ryan que fiz questão de ignorar, estou com raiva dele, quer dizer, com ciúmes, minha vontade é de acabar com raça daquela cobra, só para ela aprender a nunca mais mexer no que é meu. Ou seja, não fiz nada de novo ontem, e graças a Deus já estou a caminho da faculdade, no outro dia claro, estou tão ansiosa. Ao entrar vejo que não mudou nada, tem muitas pessoas novas e algumas velhas que me cumprimentam ao me ver, meu armário continua o mesmo, só que agora minha vizinha é uma garota bem mau encarada, prefiro não  dirigir a palavra a ela, não por medo, até porque sou mais forte que todos aqui.