Capítulo 39.

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Acordo em uma cela fria e escura, o corredor iluminado por algumas velas, é igual a um cala bolso, na verdade, tenho uma vaga lembrança desse lugar, o que me deixa intrigada. Sinto meu pescoço doer junto aos meus pulsos, estou presa com uma corrente de madeira que vai do pescoço aos pulsos, uma lembrança passa por minha mente e é isso, eu já estive aqui quando aquela bruxa me sequestrou. Vejo as feridas em meu corpo e tenho certeza que isso é carvalho branco.

— Arg, mas que inferno, lobos malditos. - Diz uma voz do outro lado da parede.

Pela arrogância nas palavras, tenho certeza de que é Ryan, me aproximo da parede para falar com ele.

— Ryan? Está aí?

— Estou... E preso com madeira de carvalho branco, essa dor está insuportável. - Resmunga. - Como você está?

— Do mesmo jeito, não consigo usar meus poderes. - Suspiro. - Sabe de Lorena?

Estou aqui. - Diz na outra parede. - E na mesma situação.

— Temos que sair daqui. - Respiro fundo e prefiro não dizer nada sobre já ter estado aqui antes, olho para a cela e já imagino Ramon aparecendo.

A ideia é boa, mas a pergunta é, como vamos sair desse lugar nojento? - Diz Lorena.

— Calma, vou pensar em algo.

Encosto minha cabeça na parede e olho ao redor, não há nada que possa ser útil, fico apreensiva ao ver meus pulsos sangrando por conta das pontas afiadas da corrente e lembrar que fiquei dias aqui pensando em como sair. Perco toda esperança que tinha de salvar minha família, não esperava que seria capturada e viraria refém dos lobos e bruxas traidoras. Ficamos horas em silêncio, estou morrendo de fome e acho que os outros mais ainda, teve momentos que Ryan apresentou um comportamento muito agressivo e já sei até o porquê, Lorena por si ficou muito quieta, não sei se por estar fraca ou porque não tinha mais o que dizer. Tentei algumas vezes fazer magia, mas sem chances, não consigo me concentrar em nada, minha cabeça está uma bagunça de pensamentos e claro, a dor pega toda minha energia. Após pegar no sono, acordo com algo batendo nas grades de minha cela, ao olhar é o alfa dos lobos, Raoni, fico parada no mesmo lugar enquanto o mesmo me encarra com um sorriso de lado. Vejo movimentação na cela que Ryan está, e o lobo bate nas grades, o irritando de forma selvagem, tenho certeza que ele quer matar esse lobo agora mesmo, já Lorena continua quieta, até demais.

— Fique quieto vampirinho. - Diz Raoni ao bater em sua cela.

O mesmo dá um passo para trás quando Ryan tenta mordê-lo, em seguida minha cela é aberta e ele me pega pelo braço para me levantar.

— Vamos, o chefe quer te ver. - Me puxa para andar.

Passo em frente a cela de Ryan e ele está agitado andando de um lado para o outro, nossos olhos se encontram por segundos e vejo o desespero em seu olhar, pois sei o demônio que nele vive.

— Achei que você fosse o chefe. - Digo enquanto caminhamos.

— Sou chefe dos meus lobos.

— Hum... coitados, escolheram um grande traidor para ser seu líder. - Sorri de canto.

— Eu não sou um traidor. - Aperta meu braço. - Só estou tentando protegê-los. – Esbraveja.

— Vocês são sim, tanto os lobos quanto aquelas bruxas, éramos para estar do mesmo lado, protegendo o mundo mágico de possíveis vilões, mas vocês preferiram me entregar para dar mais poder ao mal, para mim isso é traição sim. – Esbravejo.

— Você acha mesmo que estou fazendo isso por querer? - Me fita. - Eu sei que brigamos uma vez por causa de homens da aldeia, mas se soubesse que você era a escolhida, teria dado o respeito, se o Oraculo te escolheu, não foi à toa. - Solta meu braço. - Eu não tive escolha, fomos ameaçados e como um líder, tenho que protegê-los, mesmo fazendo o que não quero.

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora