Capítulo 23.

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Ryan Norhan.

Sarah fica pensativa e acho estranho seu comportamento desde que acordou, porém o fato de um Collins a procurar, é mais estranho ainda. A muito tempo não ouço falar dessa família, a última história, eu era novo, estava em uma floresta como sempre, obedecendo tais ordens, quando dei de cara com um lobo, que logo se transformou em humano, não me lembro ao certo de sua aparência, apenas sua frase dita.

—  Vá embora garoto, não sou confiável.  – Ele disse após se levantar.

—  Quem é você? – O questionei.

—  Um Collins. – E assim fez um portal e sumiu.

Saio de meus devaneios ao ver Sarah se olhar no espelho e pegar em seu colar, colar que não me é estranho.

—  É isso! - Nos fita. - Foi através desse colar. – Aponta para o mesmo em seu pescoço.

—  Deixe me ver. - Samantha se aproxima e olha com atenção o colar, ao tentar toca-lo a mesma leva um choque. - De onde você tirou esse colar? Ele está complemente enfeitiçado. – Diz fitando Sarah e apenas as observo, acho que não devo me intrometer em conversas de bruxas.

—  Eu ganhei de aniversário. – Fica pensativa.

E então algo vem a minha mente, eu toquei em seu colar enquanto ela estava inconsciente, fiquei pensativo sobre ele e talvez estivesse certo, o estilo de sua pedra, não é algo que alguém daria de presente como um agrado ou conquista, seus detalhes e desenhos, são muito parecidos com o colar que Sarah usava quando chegou a mansão, ou seja, bruxaria.

—  Eu me lembro desse colar, mas por que não levei um choque ao toca-lo? – Ergo minha sobrancelha e Samantha fica pensativa.

—  Provavelmente porque ele não estava preso a ela. - Nos fita.

—  Espera... Então eu não posso tirar esse colar? – Arregala seus olhos.

—  Até então não... A pessoa que te deu isso, pode te levar para outra dimensão quando quiser. - Suspira. - Posso tentar alguns feitiços, mas não sei se consigo quebrar o encanto.

—  Então eu posso ficar presa em outra dimensão como ele? – Leva as mãos a cabeça e dá uma pequena volta, parando de frente a nós novamente e deixando um suspiro escapar.

—  Se ele quiser... Você precisa se lembrar qual o nome dele. – A pressiona. - Você está nas mãos dessa pessoa.

—  Então se ele quiser... pode levá-la para sempre? Como isso é possível? – Fito Samantha, pois não quero que Sarah suma mais uma vez.

—  Talvez, ele é um hibrido. – Sarah afirma.

—  Você tem certeza disso? Porque se ele é um hibrido, ele só pode ser uma pessoa, o único hibrido dos Collins.

—  Eu não sei... Parece que tudo sobre ele sumiu da minha cabeça. – Luta com sua confusão e percebo que já está ficando angustiada.

—  Espera um pouco... É isso. – Samantha nos fita. - Você só irá lembrar dele quando ele quiser que você lembre, provavelmente ele não quer que ninguém saiba de sua existência. – Fita Sarah ao dizer.

—  Sarah do que você se lembra em relação a ele? – A fito.

—  Ele quer fazer um acordo comigo e em troca o casamento é cancelado. – Fica pensativa. – Ele tem cabelos loiros e olhos bem azuis, diria que é muito atraente. – A fito com ciúmes? Como assim ele é atraente? É nosso inimigo. – E também fala muito formal, como se fosse de épocas atrás.

—  E o que ele quer nesse acordo? - Diz Samantha.

—  Não me lembro ao certo... Tem a ver com caixões. - Fica irritada. - Mas que droga, eu não consigo lembrar madrinha. – Esbraveja.

—  Caixões? Então ele está morto? – Digo pensativo, pois não me lembro de um Collins ainda vivo.

—  Eu não sei Ryan. – Fita a bruxa velha. - Madrinha eu preciso ir para o mundo dos mortos de novo... São aqueles caixões, são dois.

—  Ficou maluca? Com você ao domínio dele, ele pode muito bem te levar para outra dimensão e eu não vou conseguir trazer sua alma de volta. – Samantha esbraveja e não pude deixar de concordar.

—  Certo, mas e se ele não me levar? São algumas horas que o feitiço dura, não?

—  Sim, mas pra isso eu vou precisar de magia negra, Evan conseguiu porque querendo ou não, seu sangue corre magia negra. – Suspira. – Sarah, isso é loucura.

—  Ou seja você precisa do Príncipe encantado! -  Reviro os olhos, tantos ao seu redor.

—  Não posso pedir isso a Evan... Ele não quer falar comigo. – Sarah coça sua cabeça. - Mas tem outra pessoa que pode. – Sorri.

—  Quem? - Diz Samantha um tanto confusa. – Cuidado com quem vai mencionar Sarah Cropper.

A mesma fica calada por alguns segundo e parece estar nervosa, ou seja, essa pessoa não é aceitável, certo Sarah, você só pensa nas pessoas erradas.

—  Victor! – Morde seu lábio ao dizer e não pude evitar de sorrir, essa passou dos limites.

—  Espera... Você quer pedir ajuda para Victor? Por acaso deixou seu cérebro cair na outra dimensão? – Não consegui evitar.

—  Tem ideia melhor? – Me fita e cruzo os braços.

—  Não, pelo incrível que pareça Ryan está certo... Você não pode pedir isso a Victor sem pagar um preço, e outra se ele souber que tem outro querendo usar seus poderes para alguma coisa, você acha mesmo que ele vai continuar esperando seja o que for para pegar seus poderes? - Diz Samantha e Sarah apenas revira os olhos em discordância.

—  Certo e o que vocês querem que eu faça? – Esbraveja.

—  Vamos pensar em algo, mas você tem que parar de fazer tudo que vem à cabeça. – Samantha esbraveja e admiro o jeito que cuida e se preocupa com Sarah, parece mesmo sua mãe.

—  Primeiro você não deve fazer nada relacionado a magia enquanto a tagarela da sua amiga estiver aqui. – A fito e a mesma começa a andar de um lado para o outro como uma barata tonta.

—  Tudo bem... O casamento é em três semanas, se o acordo me dará o cancelamento, provavelmente esse deve ser o tempo para que o veja novamente. - Suspira. - Ana não pode saber de nós, então enquanto ela estiver aqui, precisamos pensar em algo discretamente, ela vai embora na semana que vem.

—  Certo. – Coloca sua mão na nuca. - Foi uma longa noite, preciso descansar e mais tarde procuro algo para quebrar o feitiço que te faz esquecer do tal Collins. -  Samantha suspira.

A mesma se aproxima de Sarah e se despede com um beijo na testa, em seguida faz um portal e some, fazendo com que Sarah saia do meu lado e sente espaçosa na poltrona ao lado. Ouço seu suspiro cheio de lamentos e me aproximo, me agacho e pego em sua mão, a beijando em seguida, eu não gosto do que está acontecendo.

—  Vamos dar um jeito. – A fito.
Ela se inclina e bagunça levemente meus cabelos, me perco em seus olhos por alguns minutos e a mesma parece pensar em algo.

—  Não me lembro o que ele quer de mim, mas a proposta de me deixar livre me deixa tentada. – Sorri brevemente.

—  Se te deixa tentada, imagine o que faz comigo... Só de pensar em te ver longe dele e poder ficar perto de você sem medo de te perder em semanas, me deixa maluco. - Suspiro. - Mas é como aquela bruxa velha falou, tudo tem consequências, talvez o que ele queira acabe afetando quem está próximo de nós. - Sorri sem humor.

—  Se for para ficarmos juntos, vai acontecer. – Apoia seu corpo no braço da poltrona. -  Às vezes eu me pergunto por que não conseguimos ficar longe um do outro. - Acaricia meu rosto e aprecio seu toque macio.

Me levanto e pego em sua mão, a fazendo se levantar junto comigo, me sento na poltrona e a coloco em meu colo, envolvendo meus braços em sua cintura e ela em minha nuca.

—  Pode ser que esses desafios sejam uma prova... Talvez para saber o que realmente sentimos um pelo outro, se é verdadeiro ou passageiro. – Beijo seu ombro que se encontra nu, pois a alça de seu vestido escorregou por sua pele.

—  As vezes me surpreendo por você não saber o que são sentimentos e descreve-los com tanta perfeição. - Sorri.

—  Acredite... Eu também! – Sorri junto a ela.

A abraço e dou uma beliscada em seu pescoço com minhas presas, o que a faz se arrepiar de imediato.

—  Pare com isso. - Sorri. - Se meu pai nos ver assim, vai nos matar. - Ergo a sobrancelha e não pude evitar de ter pensamentos sujos, eu a desejo e isso não é segredo. - Nem pense em fazer o está se passando nessa mente perversa. – Me repreende.

—  E o que seria? - Sorri com malícia.

—  Eu não sei, mas só por essa cara, você vai aprontar alguma. – Cerra seu olhar.

Olho em volta e ver essa biblioteca, me trás lembranças, as melhores possíveis, mordo meu lábio e uso meus poderes para colocá-la contra uma prateleira e segurar seus pulsos acima da cabeça. 

— Bibliotecas me excitam, ainda mais quando estamos sozinho nela. – A fito.
A primeira vez que nos beijamos se repete em minha cabeça, tenho certeza que ela pensou o mesmo quando percebeu que estávamos sozinhos em uma biblioteca.

— Isso me lembra algo! – A mesma sussurra.

— A mim também.

Solto minhas mãos de seus pulsos e pego em sua cintura, a  puxando para mim, novamente vou me perder em seus lábios, parece que nunca perde a graça beija-la. De repente me afasto e passo a mão em meus cabelos, não sei como, mas seu sangue me trás desejos, algo que já havia controlado antes, mas parece que quanto mais próximo ficamos, mais quero morde-la.

— Ryan... O que foi? – Me fita confusa e demoro a responder, não sei o que me deu. - Ryan?

— Eu não quero que você quebre sua promessa com Evan... De você sabe... Beijar outra pessoa. - Desvio o olhar, pois nunca me sentiria culpado, ainda mais por Evan.

— Mas você nunca se importou com isso... Ontem mesmo me beijou e não se importava com o que Evan pensaria. – Junta as sobrancelhas. - Melhor você me dizer a verdade.

— Essa é a verdade... Eu mudei de ideia... Foi errado o que fiz. – Suspiro, pois nesse momento só estou pensando em seu sangue, talvez eu esteja faminto, já que não bebo sangue humano a algumas horas, ou estou só tentando disfarçar que ainda a vejo como uma fonte de alimento, infelizmente meus instintos não anda ao lado do coração.

— Não se preocupe com isso, Evan também está... Indo atrás de outra pessoa. – Sorri e desvia o olhar.

— Quem? - Me aproximo.

— Ana, ele a convidou para sair amanhã e obvio que ela aceitou. – Me fita.

— Nossa, por essa eu não esperava... Ele está realmente bravo com você. – Sorri, pois esse assunto desviou um pouco meus desejos.

— Nem eu! – Suspira. - Mas enfim... Esse casamento não é do agrado de ambos. – Acaricia meu rosto.

Fico calado, pois meus olhos estão viajando em sua veia principal no pescoço, minhas presas insistem em querer se mostrar, mas não posso fazer isso, eu a amo.

— O que você está me escondendo? – Saio de meus devaneios ao ouvir sua voz.

— Esquece isso... Eu já disse. – Reviro os olhos.

— Acho que não sou a única a não saber mentir. - Sorri.

Acaricio seu rosto por alguns segundos e fecho meus olhos, me afasto e vou em direção a porta lentamente.

— Ryan... Disse algo errado? – Ouço pesar em sua voz, mas não ouso voltar,  preciso me afastar o mais rápido.

— Não... John está vindo.

Saio pela porta e John me fita, mas antes que ele pergunte algo, passo direto e não lhe dou a oportunidade de conversar. Porém a ironia do destino me fez esbarra na única humana presente nesta casa, que sorri para mim e com fome a encosto no corrimão da escada.

— Ei, o que está fazendo? – A mesma me fita e apenas me afasto, não posso beber o sangue de sua melhor amiga, Sarah não me perdoaria nunca.

— Nada, só não entre no meu caminho. – Digo seco e vou para fora de casa.

Continua...

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora