CAP.23 - A menina e o rei.

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Apolônios e Emma se viam todos os dias, se beijavam e se amavam onde quer que estivessem. E a cada dia o sentimento pela menina crescia em seu peito. A cada dia ele queria mais, ele sonhava com ela, pensava nela o tempo todo e mesmo quando estava junto a ela sofria por antecedência a hora da despedida.

Do tesouro da rainha, sumiram mais um fino colar de ouro e pérolas e um belo vestido cor de marfim, que fez um belo jogo com os brincos antes furtados. O rapaz cada vez se arriscava mais, tendo levantado suspeitas do General no último roubo, mas o risco não importava e sim ver aquele sorriso que a menina lhe dava, aqueles belos olhos surpresos com tudo o que lhe era dado valiam a pena, fora que vê-la nua toda noite era inspirador.

Enquanto o rapaz entregava o seu amor, Emma começou a ver em Apolônios uma chance real de alguma melhora de vida. Via os presentes e pensava que apesar de ser um soldado de pequeno cargo, aquele rapaz poderia ter algum futuro. Fora que ele alimentava as suas necessidades sexuais. Desde muito nova era muito fogosa e desenvolveu o gosto pelos rapazes bem cedo, fazendo com que alguns soldados sempre soltassem o pequeno sorriso ao passar por ela. E Emma gostava disso.

Sabia aplicar muito bem seu charme, sua beleza natural também facilitava na caça de algum idiota com algo a gastar com ela. E o da vez era Apolônios, gostava de ver o olhar de bobo do rapaz, toda vez que ela lhe dava algum afeto, sabia que daquele ali poderia arrancar até a alma, já que estava completamente apaixonado. E o rapaz conseguiu alguns favores, fazendo com que ela se tornasse não apenas uma assistente de cozinha, mas sim arrumadeira do castelo. Mas ela sempre queria mais.

Emma gostava de ficar um tempo a mais no quarto de Roger, sonhava com o príncipe, sonhava em ser sua amante, de estar ao seu lado e viver naquele glamour, onde uma outra menina qualquer arrumaria as suas coisas com todo o capricho que ela fazia. Ela cheirava as roupas do príncipe chegou um dia a deitar em sua cama e se cobrir com o pesado edredom, sonhando com o contato quente da pele do rapaz junto a sua. Não se aguentou em sua fantasia e chamou Apolônios para o quarto do príncipe e transaram ali mesmo, não ligando para as consequências, caso fossem pegos.

Apesar dos sentimentos destoantes entre o rapaz e a moça, eles continuaram juntos por semanas, até que a menina finalmente decidiu ser vista junto ao rapaz, aceitando seu convite para a festa de formação de cadetes. O orgulho crescia forte no peito do rapaz, que além de estar subindo de patente, aumentando seu prestigio no exército branco ainda exibiria a menina mais linda de todo o reino.

Mas o seu estado de saúde não era igual a sua felicidade e de uns tempos para cá, vivia nas salas de cura junto ao bom e velho Sieguifried, que já não sabia mais o que fazer com suas constantes dores de cabeça e seu cansaço anormal. Gostava de brincar falando que era sua namorada que estava roubando suas forças, mas a preocupação do velho mago era real, pois nunca havia visto tais sintomas em nenhuma outra doença conhecida. O que mais o intrigava era a confusão mental do rapaz, que não era capaz de prestar atenção em qualquer coisa por muito tempo, vivia mudando os assuntos para coisas praticamente sem nexo. Outros soldados já haviam apresentado alguns sintomas parecidos, mas não com a intensidade do rapaz.

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Em outro canto do castelo, Gerard tramava estratégias com Derfel e Ragnar. Chegavam mais relatos das terras Orcs que seres de pele avermelhada foram avistados sobrevoando a região, praticamente fazendo um reconhecimento de área. Na vila azul, Sonny abateu um desses seres sem maiores problemas, fazendo com que a população entrasse em um estado preocupante.

— Eles estão escolhendo os pontos de ataque Gerard. — Praticamente berrou, um alarmado Ragnar.

— E o que você quer que eu faça, o aviso já foi dado para todas as Guildas, todos tem permissão de ataque caso eles apareçam.

Soleria - A Canção de Dama LuaWhere stories live. Discover now