Capítulo 19

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2012

O vento bate-me nas costas molhadas, fazendo arrepios percorrerem-me a pele, pelo que me abraço ainda mais ao Ashton em busca de calor.

-Tu tens é uma sorte bem grande que eu gosto de ti, se não bem que te tinha deixado lá em baixo, - diz ele, em tom de resmungo.

-Ei, tu é que decidiste ouvir o Michael e atirar-te de uma falésia. Agora carregas-me até lá cima.

Sim, por uma coisa é atirarmo-nos de uma falésia para dentro de água. Outra coisa completamente diferente é termos que tornar a subir a falésia para chegarmos ao carro. E, como a ideia idiota de confiar no Michael foi do Ashton, obriguei-o a levar-me às cavalitas até ao carro. Já estamos nisto há vinte minutos e não há maneira de finalmente chegarmos ao topo da falésia.

Mas ao menos o Ashton continua a falar, mesmo que sejam coisas estúpidas. Tudo para se certificar que eu não dou pela falta da música.

Depois de finalmente chegarmos ao topo da falésia, o Ashton põe o rádio a tocar (está a dar uma música qualquer do Olly Murs) e tira um casaco com capuz da bagageira.

-Põe isto, se não ainda estragas o vestido.

Faço como ele me diz e ponho o casaco cor-de-vinho. Chega-me até meio das coxas, e as mangas estão-me compridas, mas o seu interior é suave e confortável.

-Ash? - chamo, vendo-o tirar a toalha de cima do carro.

Ele larga imediatamente a toalha e vira-se para mim.

-Diz.

Deixando ir qualquer timidez ou inibição, agarro-o pela cintura e puxo-o para mim, beijando-o. Ele fica surpreendido ao início, e sem reação. Acho que é a primeira vez que sou eu a iniciar um beijo, e não ele.

Mas o Ashton rapidamente "acorda" e me beija de volta, pondo as suas mãos na base do meu cabelo loiro. Os nossos lábios movem-se em sintonia enquanto as suas mãos descem até à minha cintura.

De repente, sinto alguma coisa a esfregar-se contra o meu tornozelo, o que me faz assustar e separar-me do Ashton. Olho imediatamente para baixo em busca da fonte daquele contacto, tal como o Ashton.

O gatinho à nossa frente lança um miado triste que me aperta o coração. Baixo-me para pegar nele e ele aconchega-se imediatamente contra o calor do casaco do Ashton.

-De onde raio veio ele? - pergunto, olhando em volta.

O Ashton faz-lhe festinhas atrás da orelha, fazendo-o começar a ronronar.

-Eu sei lá, - responde o Ashton. - Mas também não o vou deixar aqui, tem ar de quem não come há dias.

-Mas ficas tu com ele. Se apareço em minha casa com um gato, os meus pais expulsam-me!

-Pois, mas se eu tiver um gato em casa, mato-me a mim e à a minha irmã por causa das alergias.

O gatinho torna a miar, e eu aperto-o mais contra o meu peito. Os olhos do Ashton enchem-se de pena.

-Vamos indo para casa e pelo caminho decidimos o que fazemos, - sugere ele.

Concordo com a ideia, e vou sentar-me no lugar ao lado do do condutor, O Ashton faz questão de me segurar uma das mãos durante a viagem toda, enquanto a minha outra mão vai passando pelo dorso do gatinho. Ao fim de meia hora, o Ashton estaciona em frente a uma casa que não conheço.

-Onde estamos? - pergunto, vendo-o abrir a porta do lado dele.

-Casa do Zach.

Pego rapidamente no meu iPod e nos meus phones e ponho a dar a primeira música que encontro - qualquer coisa de um Aiden Grimshaw. Juro que não sei como é que passam a aparecer músicas no meu iPod se eu nem as pus lá.

You've Gone Away • Ashton Irwin #Wattys2014Onde histórias criam vida. Descubra agora