Capítulo 38 " Eu aceito "

267 23 539
                                    

Taylor

- Foi eu, Carol! Eu sou o cara que a beijou a força na boate.

Falei já sentindo o peso que aquelas palavras tinham na minha vida.

- Como é que é? - ela levantou imediatamente. - Eu tenho certeza que não ouvi direito! Repete.

Levantei do sofá e passei as mãos no rosto. Se contar pra Carol estava sendo difícil, imagino quando eu tivesse que olhar nos olhos dela e ver a mesma raiva que estou vendo agora.

Eu não vou aguentar perdê-la por isso.

- Você não ouviu errado... foi eu. - abri os braços e deixei eles caírem ao lado do meu corpo. Eu me sentia derrotado. - Eu tinha bebido, estava frustrado, eu não pensei, quando vi já estava prendendo ela na parede e...

Não consegui terminar a frase. Doía.

Carol andou até onde estavam as bebidas e tomou outra dose de uísque puro. Bateu o copo com força na mesinha de centro e me olhou. Vi o ódio ali. Eu sabia que seria assim.

- Você só pode estar de brincadeira! Se isso é mesmo verdade, o que você acha que eu vou fazer com essa informação? - ela falou nervosa.

- Eu não quero que você faça nada. Aliás quero... Na verdade eu preciso que você ajude a morena, eu tenho medo de que quando eu contar... - senti meu estômago se contorcer. - Eu tenho medo do mal que isso vai causar.

Ela riu mas acho que foi mais de nervoso.

- Mais mal do que você já causou? Ela vai odiar você, aliás, ela já odeia, só não faz ideia de que o homem que ela tanto confia é o mesmo que fez todos os traumas dela voltarem. Você é muito pior do que o Zac, e fica mantendo essa pose de herói.

Ela cuspia essas palavras. Se seus olhos fossem metralhadoras eu estaria morto a muito tempo. Meu coração se apertava com a possibilidade dela não me perdoar.

- Eu a amo, Carol. Amo mais do que a minha vida.

- Quem ama não engana, e foi isso que você fez com ela todo esse tempo.

- Eu ia contar a muito tempo atrás, mas foi quando eu ouvi ela tendo os pesadelos, e depois ouvi você falando que tinha sido por causa do maldito beijo. Aquilo acabou comigo. Eu tive medo dela me odiar, tive medo dela me afastar, porque ali, mesmo sem entender ainda o que eu sentia por ela, ali eu já sabia que não poderia ficar longe.

Sua expressão me mostrando o quanto aquilo a deixou com raiva. Indignada. E eu já esperava. Seria estranho se fosse diferente.

- Se você me contou com a intenção de fugir da sua obrigação de falar...

Não permiti que ela continuasse.

- EU VOU CONTAR! EU! É por mim que ela tem que saber.

- E aí você me contou pra que? Eu não vou mentir pra ela, não tem a menor condição de esconder uma coisa dessas. Meu Deus, Taylor. - ela levou as mãos a cabeça. - Eu odeio muito você por isso.

- Eu entendo, Carol, acredite em mim quando eu digo, você não me odeia mais do que eu mesmo me odeio por conta disso. - sentei me sentindo cansado. A verdade é que eu queria estar com ela agora. E não aqui tendo essa conversa infernal. - Eu não quero que você minta ou esconda, minha intenção é que você me ajude...

SAVE MEOnde histórias criam vida. Descubra agora