SAVE ME

Capítulo 25 " Eu nao vou desistir "

Eu choro ainda mais e ele se aproxima devagar e me abraça, eu permito. Me sinto despedaçada, ele também chora comigo em seus braços e isso me dói tanto. Ele não merece alguém como eu.

- Senta aqui meu amor. - eu deixo que ele me guie. Você quer conversar? - ele me pergunta enquanto acaricia meus cabelos. - eu aceno afirmando.

- Mas eu não consigo olhando pra você. - eu olho pra baixo e cubro o meu rosto com as mãos.

Como é difícil mexer na ferida, ela está sangrando hoje como a muito tempo não sangrava. Dizem que o tempo cura tudo mas isso é uma grande mentira, porquê já fazem 7 anos que isso aconteceu e ainda dói do mesmo jeito. Zac não fala nada só me vira no sofá de costas pra ele e me abraça me deitando em seu peito.
Eu respiro fundo buscando uma coragem que eu não tenho, mas eu tenho que encontrar.

- Eu só tinha 17 anos. - eu falo e volto a chorar. Zac me aperta mais em seus braços.

- Não chora meu amor, eu tô aqui com você.

- Ele foi meu namorado por mais de um ano e começou a insistir pra gente ter relações, eu não cedi e terminei com ele. Pouco tempo depois ele foi até minha casa querendo conversar mas eu não o deixei entrar, foi aí que... que ele me empurrou e me deu um chute no estômago. - eu senti a respiração de Zac mais rápida, ele me apertava mais em seus braços provavelmente pra tentar controlar a raiva que sentia, eu sei que não seria fácil pra ele ouvir mas eu tinha que contar, eu comecei e agora vou até o fim.

- Ele me puxou pelos cabelos e me beijou, eu tive medo Zac e o mordi tentando me defender, mas ele me bateu novamente e me amarrou e amordaçou. - eu já chorava descontroladamente. Zac me fazia carinho todo o tempo, tentando me passar segurança. Minha tia chegou na hora e aí eu descobri que ela era cúmplice dele. - nessa hora ele não se aguentou e me interrompeu.

- Ela o ajudou? A sua tia o ajudou? - seu tom era de indignação. - eu acenei confirmando.

- Ela combinou de sair com a Carol pra que ela não aparecesse lá em casa e estragasse os planos deles. Quando ele ficou sozinho comigo ele começou de novo com a tortura, tirou minha mordaça e disse que se eu gritasse ou o mordesse de novo ele me bateria até eu desmaiar. Mas quando ele começou a me acariciar eu me desesperei e gritei, nessa hora ele me deu um chute e quebrou o meu braço.

Eu parei nessa hora, precisava respirar, Zac pegou uma água pra mim e me abraçou do mesmo jeito que estávamos antes.

- Não precisa mais contar Elena, não precisa. - ele falou agoniado.

- Eu quero Zac, eu quero que você saiba de tudo. Eu me acalmei enquanto ele fazia carinho nos meus cabelos e beijava. Eu era virgem... ele não teve nenhuma dó, me machucou tanto, quando o dia amanheceu minha tia foi ao banco e roubou o dinheiro que eu tinha e ele me estuprou de novo, me bateu e dessa vez eu desmaiei. Quando acordei minha tia já estava lá, ela... ela me disse que eu era suja, que não passava de uma vadia que não era digna de amor.

- Você é meu amor, você é digna de todo amor do mundo. - ele falava e continuava me fazendo carinho, fazendocom que eu me sentisse protegida.

- Eu desmaiei de novo e aí quando acordei a Carol estava lá. Fui pro hospital e fiquei um mês internada, quando eu tive alta criei coragem pra sair de casa, eu precisava ver minha vó... mas ela tinha falecido. Eu só não desisti... só não desisti de tudo porque eu tinha a Carol.

Ele me virou de frente pra ele e eu olhei pra baixo. - Olha pra mim linda!
- eu não o fiz e então ele levantou meu queixo levemente. - Você não tem só a Carol, você tem a mim também. - eu chorei e o abracei.

- Zac, eu vou entender se você quiser me deixar. - eu falei aquilo com o coração apertado. Eu sou toda cheia de traumas e eu sei que é complicado...