Capítulo nove

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Capítulo 9

 

Depois de dar aquela desculpa esfarrapada acerca de seu nervosismo, Giulia passou por Paco, ainda sentindo suas pernas moles. Por mais que tivesse gostado do beijo, não iria nunca, de forma alguma, nem mesmo sob tortura, admitir isso para ele!

Paco observou Giulia indo embora e suspirou ao ficar sozinho. Por que tivera que beijá-la justo agora? Ficara maluco, essa era a única resposta!

Giulia já havia deixado bem claro que não queria intimidade nenhuma e qual era sua opinião sobre o assunto e, mesmo sabendo disso e que só estava lá para ajudá-la, a atacou com seu beijo!

Mantenha seu foco, Paco! Você está aqui para ajudá-la e somente isso!, ele ordenou mentalmente e saiu do quarto.

 Giulia o esperava do lado de fora e o fitou por um segundo antes de dizer:

— Eu preciso ir ao banheiro retocar a maquiagem. Fica à vontade. Volto logo.

Ao ficar sozinho, Paco olhou para os lados e disse em voz baixa:

— Muito bem. Hora de se misturar com os convidados.

Ao entrar no banheiro, Giulia olhou-se no espelho e disse apavorada:

— Oh, meu Deus! O que foi aquilo? — colocou a mão nos lábios. — Se só com um beijo ele me deixou assim... imagina como ele deve ser na cama e...

Palavras erradas em momento errado!

A mente de Giulia criou o cenário perfeito: ela nua numa cama, com ele entre suas pernas, enquanto ele acariciava seu...

Ela sacudiu a cabeça e arregalou os olhos, dizendo:

— Pode tirar essa ideia maluca da sua cabeça, Giulia! Você mesma disse que não queria nada com ele. Então esquece! Mesmo que aquele tenha sido o melhor beijo da sua vida... — suspirou e meneou outra vez a cabeça — Não posso ficar pensando nessas coisas.  — voltou a se olhar no espelho e arrumou a maquiagem. Dando-se por satisfeita, saiu do banheiro e fechou a porta atrás de si. Quando se preparava para descer as escadas, ouviu alguém a chamando e parou no lugar.

Oi, Gigi.

Giulia arregalou os olhos ao ver o motivo de seus pesadelos: Went McCoyt, um moreno com seus 1,90 de altura, olhos castanhos e cabelos raspados ao número dois, músculos forjados em academia e uma lábia que deixaria qualquer um de joelhos, parado na sua frente e mais lindo do que ela podia se lembrar.

— Oi, Went. — ela cumprimentou, quase se arrependendo de ter ido até àquela festa.

Ele sorriu e aproximou seu rosto do dela, dando um beijo em sua bochecha.

Giulia ficou paralisada com o ato. Depois de um segundo, arqueou a sobrancelha e deu um sorriso amarelo. Não esperava que ele fizesse isso.

— Oi, Gigi... — afastou-se um pouco e deu outro sorriso. — Pimentinha.

Giulia sentiu seu sangue congelar. Odiava quando ele a chamava de “Pimentinha”. Só existiam duas ocasiões em que ele a chamava assim: ou era na cama, ou para pedir algo.

— Como você está? — ela perguntou por educação.

— Bem... vou indo. — deu um sorriso sexy. — Mas você... — a fitou de cima a baixo e sorriu com uma pontada de malicia: — Está maravilhosa.

Giulia não sabia explicar o porquê, mas sentiu nojo do olhar que recebeu e conteve o ímpeto de esconder seu corpo com as mãos. Parecia que ele a estava comendo com os olhos.

— É... o culpado disso tudo...

— Sou eu. Eu sei... — a interrompeu.

Giulia deu um sorriso irônico e continuou:

— ... é Los Angeles! Sabe... as pessoas lá são muito diferentes daqui. — Touché, Went!

Went a fitou em silêncio, chegando à conclusão que ela voltara com a língua bem afiada.

— É... — ele começou. — Parece que te fez muito bem esse tempo em Los Angeles.

— Mais do que bem! — sorriu lindamente. — Sou praticamente outra pessoa.

Oh, meus Deus! — Dianna gritou, chamando a atenção dos dois. — Oh, meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!

Giulia se virou para a escada e viu Dianna subindo-a correndo. No segundo seguinte, era abraçada por sua prima, que dizia entusiasmada:

— Querida! Como foi de viagem?

— Muito bem... — separou-se sorrindo.

— E o gostosão? Ele veio? — sorriu maliciosa.

Went estreitou levemente os olhos com aquela informação. Gostosão? Que história era aquela?

— O Paco? Claro que sim! — Giulia respondeu.

— Onde ele está?

— Deve estar no salão ou no jardim.

— Querida — Dianna a fitou séria. —, se eu fosse você, não marcaria bobeira deixando ele sozinho com aquele bando de solteirona.

— Oh... eu não tenho com o que me preocupar.

Sabia que Dianna só estava dizendo aquilo tudo por causa de Went, mas Giulia tinha que admitir que adorara a ideia de que Paco poderia mesmo estar com ela.

— Oi, imbecil! — Dianna disse com um sorriso no rosto, assim que fitou Went. — Escuta, já que você dispensou minha priminha brutalmente, sem qualquer razão, não vai se importar se eu a roubar, não é mesmo?

Went ia abrir a boca para responder, mas Dianna não deu nem tempo, completando:

— Obrigada! — sorriu e saiu de lá, puxando Giulia pelo braço e começaram a descer as escadas. — Eu ainda não entendo porque você perde seu tempo com ele. — revirou os olhos. — Eu tive que tirar você de lá!

— Mas não precisava fazer isso...

— Precisava sim! Eu já disse que ele não te merece... aliás, nunca mereceu! Além do mais — disse, ao chegarem ao piso térreo —, por que gastar mais de dois minutos com aquele estúpido do Went, quando aquele pedaço de mau caminho está te esperando? — olhou para frente, encantada.

Giulia seguiu o olhar dela e fitou Paco que estava de costas, conversando com uma rodinha de mulheres.

Como se sentisse alguém o olhando, Paco virou-se para ela e, ao ver Giulia parada, olhando para ele, deu uma piscadinha sexy e voltou-se de costas para elas.

Dianna olhou aquilo tudo muito séria e disse com os olhos arregalados e tom afetado:

— Meu Deus! Acho que gozei!

Giulia arregalou os olhos e olhou para Dianna. Será que estava rodeada por loucos?

 *Não se esqueçam das estrelas, amores! :*

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