Capítulo dezoito

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 Assim que Giulia entrou na cozinha, sua mãe a fitou com olhos bem atentos e espertos.

— Algum problema, mãe? — Giulia indagou e a fitou rapidamente, enquanto se servia de uma xícara de café.

— Não...  E você? Algum problema?

 — Nenhum...

— Pois não é o que parece.

— Por que diz isso? — estreitou os olhos.

— Que gritos foram aqueles agora há pouco?

Ao ouvir aquilo, Giulia arregalou os olhos e colocou o bule de café sobre a mesa.

— Não deu para saber o que vocês falavam... — Barbra continuava. — Mas escutei vozes alteradas. Para ser mais sincera: uma voz alterada... — como Giulia não disse nada, Barbra continuou: — E era do Paco. O que aconteceu para ele se alterar tanto?

Giulia suspirou e se sentou de frente para a mãe, dizendo:

— Eu disse uma coisa que não devia e ele ficou bravo. Com toda a razão...

— E o que foi que você disse?

— Eu não quero falar sobre isso, mãe...

— Tudo bem. Sabe... — sorriu. — Ás vezes é bom um casal ter essas brigas... o sexo fica melhor.

— Mãe, por favor!

— Até parece que você não sabe disso, meu amor...

— Eu sei... Mas não quero ficar ouvindo minha mãe falar sobre isso. É nojento. — fez numa careta engraçada.

— Nojento? — se fez de ofendida. — E como é que você acha que veio a esse mundo? Que foi entregue pela cegonha?

— Não. Eu nasci de um pé de alface. — comentou, sorrindo. —Só isso explicaria porque sou tão desajeitada.

— Querida... — Barbra riu. — Só você mesmo para dizer isso...

— Mas é a mais pura verdade, mamãe. Eu não entendo como posso ser tão tapada em certas coisas... — suspirou.

— Diz isso sobre o Paco?

— Sobre tudo, mamãe. Sobre tudo...

Acima, no quarto, Paco discou um número e esperou a ligação ser completada, o que não demorou muito para acontecer.

Alô!

— E aí, cara? — Paco o saudou.

Paco, e aí mano? — Raul, seu primo, o saudou. — Como você está?

— Vou indo... — comentou e passou a mão pelo cabelo.

Xi... Te conheço, cara. O que aconteceu?

— Me meti em uma enrascada, e das grandes...

Com a tal da  Giulia?

— Ela mesma...

Cara... Eu bem que te avisei pra não fazer isso, mas você não me escuta.

— Ela estava desesperada, Raul. — tentou se defender. — Não podia deixá-la na mão...

Você ás vezes é muito mole, Paco. Mas isso é bom...

—Muito... — ironizou, rindo. — Tanto que acabei de brigar com ela...

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