Proposta de amor

Capítulo treze

 

Depois daquela conversa sem pé nem cabeça que teve com Giulia, Paco foi para o jardim da casa e encostou-se numa mureta, passando a fitar a paisagem.

Perguntava-se por que Giulia mexia tanto com ele. Nem a conhecia direito e, pelo pouco que conhecia, já dera para perceber que ela era pura confusão.

Ainda assim, é encantadora., ele pensou, com um sorriso nos lábios.

Lembrou-se do beijo que tinham trocado há poucos minutos e sentiu algo que não soube explicar. Ter o gosto dos lábios dela nos seus, fora uma das melhores coisas que fizera nos últimos meses. Isso para não dizer anos.

— E ai? — alguém disse, ao aparecer ao lado dele.

— Olá. — Paco disse ao fitá-lo e tomou um gole de sua bebida.

— Você é o namorado da Giu, certo?

Paco olhou atentamente para o homem e perguntou-se como ele sabia disso. Será que o mundo todo sabia?

Pelo visto, sim!

— Sim, eu sou.

— Hum... — o homem encostou-se na mureta e olhou para longe. — É bom saber disso.

— É mesmo? — Paco indagou, com os olhos estreitados. — Posso saber o porquê?

— Bem... É bom saber que ela está saindo com alguém. Seguindo com a vida.

— Você a conhece há muito tempo?

— Muito tempo. — suspirou. — Pelo que eu pude ver, você está fazendo ela muito feliz...

— Que bom. Porque ela merece.

— E muito. — ele voltou a suspirar e deu um sorriso triste.

Por que aquele homem estava dizendo tudo aquilo?, Paco se perguntava.

— Desculpe a pergunta, mas... — Paco dizia. — Quem é você?

— Meu nome é Went. — disse, olhando para Paco. — Went McCoyt.

Quer dizer que aquele era o canalha que desprezou Giulia?

Paco sentiu seu sangue começar a correr mais rápido, devido à instantânea raiva que apossou de seu corpo com aquela novidade.

—  Prazer, Went. Sou Paco Bauer.

— É, já sei o seu nome.

Paco não disse nada, mas ficou olhando para Went, que acompanhou seu silêncio por um longo tempo, também o fitando.  Logo, Went indagou:

— Posso te fazer uma pergunta?

— Pode.

— Você e a Giu... vocês estão juntos há muito tempo?

— Dois meses... Por quê?

— Nada não, só curiosidade... — deu de ombros.

Curioso demais para o gosto de Paco, isso sim! Não conseguia entender o que Giulia tanto vira naquele mané...

— Vocês foram namorados, certo? — Paco indagou, como seu fosse um fato qualquer.

— Por um tempo...

— E porque acabou?

— Bem... Digamos que ela não era para mim. Eu queria mais... — sorriu.

Patife!, Paco revoltou-se. Ela que deveria querer algo mais do que aquele grande imbecil!

— E conseguiu? — Paco sorriu sínico.