Capítulo vinte e oito

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*Só um aviso: a coitada da autora aqui não se responsabiliza pelas ações e palavras usadas pelos personagens! U.u kkkk’

Não se esqueçam das estrelas. E se possível, comentem. Quero saber o que estão achando! Sexta tem mais. Beijo, beijo!

[…] “— Você é maluca, isso sim! Eu nunca que iria me apaixonar por uma mulher como a Claire.
— Por que não?

— Isso é outra história... — ficou quieto de repente.

Percebendo que Paco não entraria em detalhes sobre aquilo, ela resolveu voltar ao assunto anterior e indagou:
— Ok, Paco. Mas, se não é ela... Então quem é?


Paco a olhou por tanto tempo e tão intensamente, que Giulia chegou a se sentir incomodada com o olhar. Por que ele não parava de fita-la?
Paco queria dizer a ela, mas ainda não sabia se Giulia estava preparada para conhecer a verdade. Apesar de que já havia dito para ela uma vez, mesmo que ela não se lembrasse de tal fato.
Paco não desviava o olhar um só instante dos olhos dela e Giulia mexeu nos cabelos, cada vez mais incomodada.
Mas que coisa..., ela se queixou mentalmente. Quem via até poderia pensar que era por ela que Paco estava apaixonado...

Giulia prendeu a respiração com aquela conclusão. Oh, Deus! Será que era ela?
Sem se conter, Giulia o fitou e disparou:
— Paco, por acaso essa mulher não sou eu, não é?
Paco arregalou os olhos perante a pergunta inesperada. Será que ela, finalmente, desconfiara de algo?

— E então? — ela voltou a indagar, perante o silêncio dele.
Ele abriu a boca, mas a fechou, incrédulo. Será que dessa vez ela pegou?

— Vai responder ou não? — cruzou os braços sobre o peito.
Ele passou as mãos pelos cabelos e deu um sorriso meio sem graça.
— Por que me pergunta isso?
— Porque... oras! Você fica me olhando com essa cara de bobão e demora uma eternidade para responder quando eu pergunto quem é a garota que você ama... O que queria que eu pensasse?
Paco começou a sorrir por dentro, mas se segurou para não demonstrar isso.
— Sinceramente, não sei...
— Mas você ainda não me respondeu: sou eu ou não?
Paco engoliu em seco. Não custava nada falar a verdade. O máximo que podia ouvir era um não...
Ele passou a mão pelo cabelo e a olhou com intensidade, arriscando a dizer:
— Bem... Seria assim tão ruim se fosse verdade? — deu um leve sorriso.

— Claro que seria! — declarou, estreitando os olhos.
O sorriso de Paco foi morrendo aos poucos.
— Por que diz isso?
— Oras, Paco. Pensa bem: você está aqui para fazer um favor para mim. Tudo bem que combinamos unir o útil ao agradável, mas... até ai, chegar ao ponto de se apaixonar... — meneou a cabeça. — Não foi isso o que combinamos.
Paco não sabia onde se enfiar. Queria com todo coração, que um buraco se abrisse sob seus pés e a terra o engolisse para sempre.

Não acreditava que Giulia pensasse daquela forma...
Sentindo um grande peso no coração e uma tristeza que há muito não sentia, Paco achou melhor ficar calado.
Como ele não respondia, Giulia começou a se preocupar com aquilo. Será que falara alguma bobagem? Outra vez!
Paco a olhou, meio envergonhado, mas Giulia não percebeu esse olhar e disse com cuidado:
— Diz que não está apaixonado por mim, Paco. Por favor...

— Não, Giu... — ele engoliu em seco, sentindo seu coração doer a ponto de deixá-lo sem ar. — Não estou. Não precisa se preocupar com isso... Vamos embora?
Ele disse isso e saiu andando, deixando ela para trás. Por que nunca ninguém lhe avisara que mentir sobre o amor causava tanta dor?
Giulia o viu se afastar e não soube explicar o porquê, mas sentia seu coração pesado. O que estava acontecendo ali? Não era possível que tivesse falado mais alguma bobagem...
Sem explicação alguma, Giulia sentiu seus olhos marejarem ao ver que Paco se afastava cada vez mais e, para piorar, seu coração começava a doer.
Será que ele está mentindo para mim?, ela pensou, mordiscando o lábio e começando a andar.
— Paco! — ela gritou. — Espera.
Paco não deu ouvidos a ela e continuou a andar sem olhar pra trás, mas sabia que ela acelerava o passo para alcançá-lo.
Nessa hora, Giulia teve certeza: falara alguma besteira e, como se já não bastasse, fora a pior de todas!
Paco não parava de andar. Nunca tinha se sentido tão humilhado em toda sua vida.

Mesmo que Giulia nunca soubesse o que ele sentia e a forma como as palavras dela o afetou, ainda assim, aquela fora a maior humilhação de toda sua vida.

Como poderia mesmo ter acreditado que estava a ponto de contar a verdade para ela?
Ouvia Giulia o chamando, mas fazia de conta de que não estava ouvindo. Se parasse naquela hora, era capaz de falar toda a verdade para ela e acabaria se sentindo mal com aquilo tudo.
Queria que ela soubesse a verdade, que a amava. Mas... Não queria sair machucado daquela situação.
Nunca tinha passado pela sua cabeça, que durante aquele leilão beneficente, ele acabaria encontrando a mulher da sua vida. E que ela não fazia a menor ideia do que ele sentia.
Meu Deus, por que eu fui me apaixonar por ela?, ele se lamentou. Com tantas mulheres espalhadas pelo mundo, eu tinha que ficar amarrado justo na mais complicada e louca de todas?
Seu coração parecia que estava arrebentado. Nunca tinha sentido algo tão forte por uma pessoa, estar a ponto de se declarar, e ser massacrado logo em seguida.
Ele suspirou quando ouviu ela o chamando mais uma vez. Talvez tenha sido melhor assim mesmo... Giulia não estava preparada para isso...

— Paco... me espera!
Paco parou e esperou que ela o alcançasse.
Giulia ficou de frente para ele e se curvou um pouco para frente. Estava ofegante por causa daquela corrida que deu atrás dele.
— Por que você não me esperou?

— Porque eu estou com fome. — ele disse sem fita-la. — E quando tenho fome tenho que comer logo, senão fico de mau humor.
Giulia se endireitou e o fitou com os olhos estreitados. Aquilo era uma baita desculpa esfarrapada que claro, qualquer um detectaria!
— Ok. Se quer comer, vamos... Só me dá um tempinho para recuperar o fôlego, ok? — respirava fundo e Paco não falava nada.
Tinha se formado uma nova tensão entre eles e dessa vez, Giulia não tinha a menor ideia do porquê.
Quando saíram de casa, eles estavam brigados por causa do bilhete de Went. Mesmo assim, Giulia ainda não sabia o porquê ele tinha brigado com ela pela manhã e, agora, tinha mais essa.
Só tinha feito uma simples pergunta: se ele estava apaixonado por ela.
Talvez não devesse ter falado aquilo. Ele devia estar pensando que era aquilo que ela queria: que ele se apaixonasse por ela.

Mas ela sabia bem como eram as coisas. Nunca um homem como Paco se apaixonaria por uma mulher sem graça como ela. Precisava, urgentemente, encarar a realidade!
— E então? — ele indagou depois de um tempo e a fitou. — Pronta?
— Prontíssima! — endireitou-se, sorrindo.
Quando ele viu aquele sorriso, parte daquela tristeza toda começou a ir embora. Um sorriso formou-se em seus lábios e ele pegou na mão de Giulia.
— Aonde você vai me levar? — ele indagou.
— Conheço um lugar mais que perfeito!
Depois de um tempo de caminhada, Giulia parou na frente de um estabelecimento e anunciou:
— Chegamos!
Paco olhou para o lugar, depois para Giulia e indagou:

— É aqui?
— É. — o fitou, sorrindo.
Paco estreitou os olhos e voltou a fitar o lugar.
— Por que essa cara? — Giulia arqueou a sobrancelha.
— Bem... pensei que você ia me levar para outro lugar...
— E pra onde pensou que ia te levar? — estreitou os olhos, desconfiada.
— Bem... nunca se sabe o que pode se passar pela sua cabeça...
— Paco Bauer! Não vai me dizer que você pensou que ia te levar para um...
— Mote! — completou por ela. — Foi exatamente nisso que pensei.

— Você não presta... — revirou os olhos.
— Bem... não tenho culpa se você me fez pensar nisso...
Ela deu um sorriso de lado, maliciosa e indagou:
— Te decepcionou o lugar?
Ele virou a cabeça um pouco para o lado, com os olhos brilhando.
— Bem... Se for pensar por esse lado, digamos que preferia a outra opção...
Giulia aumentou o sorriso e se aproximou dele, passando as mãos pelo seu peito, dizendo baixinho.
— Hum... Podemos ir lá depois...
Paco sentiu um arrepio passar pelo seu corpo e fechou os olhos por um momento.
— Não me tenta, Giulia Vidal. Você não sabe do que eu sou capaz...
— Está me ameaçando, é?
— Sim. Entenda como uma ameaça!
Ela sorriu de leve e deu um selinho nele.
— Mal posso esperar pra você cumprir essa ameaça. — se soltou dele e entrou no Bistrô, deixando ele sozinho do lado de fora.
— Ai, ruiva... — ele murmurou para si mesmo. — Você me paga... Mal sabe o que te espera. — deu um sorriso e entrou no lugar.

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