Capítulo quinze

6.1K 587 28
                                    

Ainda sob o olhar penetrante de Giulia, Paco ligou o chuveiro e entrou debaixo dele. Querendo provocar ainda mais à Giulia, Paco começou a cantar, enquanto ensaboava seu corpo:

— * “I don't care who you are, where you're from, what you did, as long as you love me...

Ao ouvir o que ele cantava, Giulia revirou os olhos. Como ele era abusado!

Perante aquela provocação descarada, Giulia não se conteve e levantou-se, indo em direção ao banheiro.

— Paco... Posso te perguntar uma coisa?

— Claro.

— Assim, só por curiosidade... Você já se sentiu atraído por alguma cliente sua?

Paco parou o que estava fazendo e colocou a cabeça para fora do box, dizendo:

— Olha, eu sei que você está curiosa, mas eu não posso falar das outras clientes.

—Ora... — revirou os olhos. — Por favor... Quantas já quiseram dormir com você?

Paco estreitou os olhos e a fitou com intensidade.

— Se quer mesmo saber, não é tanto pelo sexo. É uma questão de entender o que as pessoas precisam.

— Entender o que as pessoas precisam... — ela repetiu. — Ok. E, bem... O que eu preciso na sua opinião? — indagou, sorrindo.

— Você... — ele voltou-se para o chuveiro, terminando seu banho. — Na minha opinião, precisa ser muito amada!

Giulia não esperava ouvir algo tão simples e complexo ao mesmo tempo, mas que, no fundo de seu coração, sabia que era exatamente a verdade.

Com os olhos arregalados, ela sentou-se em uma cadeira que havia encostada contra uma parede no banheiro e indagou:

— E como você chegou a essa conclusão?

— Oras... — ele colocou a cabeça para fora novamente. — Isso é mais do que lógico! Aquele babaca te deixou e de lá para cá, você não teve mais relacionamento nenhum... Qualquer um com um pouco de inteligência consegue enxergar que você precisa de amor. Só isso.

— Hum... — murmurou e ficou em silêncio.

Paco gostou da cara de atordoada que ela fez e voltou para debaixo do chuveiro. Alguns minutos depois terminou seu banho, desligou o chuveiro e saiu de lá, completamente nu.

— Paco, eu... — ela ergueu a cabeça e, para seu espanto, deu de cara com o membro dele e não pôde deixar de arregalar os olhos e murmurar: — Oh, meu Deus... — colocou a mão sobre o rosto para não olhar aquilo.

— Oras, Giulia, qual o problema? — ele sorriu abertamente. — Porque essa cara?

Giulia deixou uma fresta entre os dedos, o suficiente para olhar o rosto dele e indagou, com uma pitada de indignação:

— Ainda tem a cara de pau de perguntar?! — péssimas escolhas de palavras!, ela concluiu mentalmente. — Você está nu na minha frente.

— Giulia, por Deus! Vai me dizer que você nunca viu um homem nu?

— Sim, já vi. É claro! Mas normalmente eu mantinha algum relacionamento sexual com ele...

Paco a olhou com a sobrancelha arqueada e Giulia retirou sua mão do rosto e o fitou com os olhos arregalados.

Oh, Giulia!, ela se lamentou. Você e essa sua boca grande! Tinha mesmo que tocar nesse assunto?

Sem dizer uma palavra, Giulia pegou uma toalha e entregou para ele.

Proposta de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora