Capítulo quatro

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*Amores, não se esqueçam de dar as estrelinhas e, se quuiserem, comentem. Amo comentários! :D Boa leitura! :*

Capítulo 4

Se possível, ouça com o capítulo: Breathless  — The Corrs.

 

 — Oh, droga... — Giulia olhou sonolenta para o relógio que insistia em tocar aquele som agudo e chato e se assustou com a hora. Levantou-se tão rápido que acabou caindo da cama. Aiii! Merda. Por que você vive atrasada, Giulia Vidal? — levantou-se do chão, esfregando o quadril dolorido e foi escovar os dentes.

Tinha ficado quase duas horas tentando comprar a bendita da passagem na noite anterior, mas conseguiu o que queria. Por isso, acabou dormindo muito tarde e acordando com sono.

Quando ela terminava de pentear os cabelos, a campainha soou e Giulia foi até lá ver quem era.

— Olá, sou o mensageiro que a senhora solicitou.

— Oh... Sim, só um minuto. — ela foi para o quarto, pegou a passagem e a colocou dentro de um envelope fechado, escrito: Paco Bauer. Voltou para a sala e sorriu. — Prontinho. — estendeu a mão para entregar o envelope, mas não conseguiu soltá-lo. Por mais que soubesse que tinha de fazer isso, algo a impedia. Talvez fosse uma parte obscura de sua consciência que ainda insistia em viver atolada no meio de sua nada convencional mente.

— A senhora vai ter que soltar para eu poder ir embora. — o mensageiro olhou para a mão dela depois para ela.

— É, eu sei. — sorriu. — Mas você vai ter que me ajudar.

— Okay... — disse lentamente e estreitou os olhos, entranho o jeito dela. Pegou o envelope com uma mão e com a outra segurou a mão de Giulia, puxando lentamente o envelope, fazendo Giulia o soltar.

— Obrigada. — ela agradeceu, com um sorriso aliviado.

O mensageiro foi embora logo em seguida e Giulia fechou a porta, correndo para o quarto, para terminar de arrumar as malas.

Dez minutos depois, Giulia tentava fechar o zíper da mala, mas ele parecia que não queria cooperar com seu tão rotineiro desespero.

— Oh, fecha, fecha, fecha, fecha!!! Oh, droga. Era o que me faltava. — olhou para o relógio e disse desanimada: — Atrasada. — deu um olhar quase assassino para a mala e apontou com o dedo indicador. — Você, sua mala estúpida e sem coração, não vai ajudar, não é? Vamos ver quem é o mais forte aqui e que vai ganhar essa... — ameaçou a mala e começou a travar uma luta com ela.

Cinco minutos depois e uma unha quebrada...

— Ahá! — exclamou vitoriosa. — Bem que eu avisei. — puxou o zíper com facilidade e conseguiu fechá-lo. Olhou novamente para o relógio e saiu correndo para o banheiro, com a intenção de tomar um banho rápido. — Você tem que parar de se atrasar tanto...

Minutos depois, ela terminava o banho e se arrumava o mais rápido que conseguia. O porteiro ligou, avisando que o táxi tinha acabado de chegar. Pegando suas malas, Giulia olhou tudo em volta e fechou o apartamento. Desceu as malas com a ajuda do taxista.

Só ao encontrar-se acomodada dentro do táxi foi que Giulia conseguiu respirar um pouco mais aliviada.

Percorriam as caóticas ruas da cidade e vendo que o taxista não ia muito rápido, Giulia se frustrou e se inclinou um pouco para frente, indagando:

— Moço... não tem como você ir um pouco mais rápido?

— Senhorita, eu estou fazendo o máximo que posso...

— Mas não é o suficiente.

Vinte minutos depois, chegavam — finalmente — ao aeroporto. Giulia descarregou as malas e saiu correndo pelo aeroporto, conseguindo fazer o check-in a tempo.

— Espero que ele não perca o voo... — ela disse, ao entrar no avião. Acomodou-se em sua poltrona e pegou uma revista qualquer, começando a folheá-la, nervosa.

— Primeiro voo? — alguém indagou.

Giulia olhou para a mulher sentada na sua frente e sorriu.

— Oh, não... Eu viajo o tempo todo, só estou nervosa porque vou ao casamento da minha irmã mais nova, e o padrinho é meu ex-noivo.

A mulher olhou para ela e tomou um gole de sua bebida.

Giulia revirou os olhos e guardou a revista, resmungando mentalmente: Oh, Giulia Vidal, quando é que você vai aprender a manter sua boca fechada?

Alguns minutos mais tarde, Giulia olhou no seu relógio de pulso, soltou um suspiro e se levantou de sua poltrona. Precisava de alguma bebida, ou acabaria tendo um ataque nervoso.

Um comissário de bordo passou por ela e Giulia aproveitou para pegar uma bebida que estava na bandeja que ele segurava. O comissário olhou para ela e arqueou a sobrancelha.

— Eu não sou medrosa, viajo sempre. — disse olhando para ele. — Só estou um pouco nervosa — tomou um gole da bebida. —, porque meu acompanhante há qualquer momento vai se sentar na 2ª A, e ele é muito, muito, muito bonito. Entendeu o porquê do nervosismo?

O comissário olhou para algo atrás dela e deu um sorriso malicioso.

— Oh, meu Deus... — ele murmurou maravilhado, quase com cara de bobo. — Bonito, querida? Ele é um pecado em forma de gente!

Giulia tomou o resto de sua bebida de um gole só e virou-se lentamente. Paco estava no corredor de costas para ela.

— Oh, meu Deus... — ela respirou fundo, colocou o copo vazio de volta sobre a bandeja e foi andando até ele. — Oi.

Paco se virou de frente para ela.

— Olá, Giulia. — deu um beijo no rosto dela.

Giulia ficou sem reação com aquilo.

— Sente-se. — ele disse, indicando sua poltrona.

Ela o obedeceu como se não passasse de um poodle treinado.

— Que bom que você achou o avião. — ela comentou, sem saber bem o que dizer.

— Desculpe não termos saído antes. — ele dizia. — Deveria ter chegado um pouco mais cedo para nos conhecermos melhor antes do voo.

— Oh, sem problemas. — Giulia olhou para ele e sorriu. — Você deve estar trabalhando muito.

Paco a olhou com a sobrancelha arqueada.

Giulia revirou os olhos e se virou para frente. Mais um fora... Ela e essa boca gigantesca!

Paco ficou olhando para ela e se mexeu no seu acento. Giulia mordiscou o lábio, odiando aquele silencio entre eles e se virou para ele.

— Deixa eu te avisar... — ela começou. — Sabe aquelas famílias que só tem gente maluca? — vendo que ele assentiu com a cabeça, Giulia continuou: — Pois é...  minha família é assim.

— Ok.

Giulia ficou olhando para ele e uma aeromoça se aproximou, oferecendo bebidas. Ela aceitou uma dose e tomou um gole, olhando para Paco.

— Sabe, minha mãe é meio maluca, fala coisas que na maioria das vezes me deixa envergonhada, com vontade de me descabelar e me enfiar em um buraco na terra, mas eu a amo muito. Meu pai é um doce de pessoa, o amo muito. Oh... claro, minha irmã. Ela acha que o mundo gira em torno dela. Sempre teve um pouco de inveja de mim, mas sinceramente, eu nunca consegui entender o porquê...

Paco olhou para ela e tomou um gole de sua bebida, mantendo o silencio entre eles. Giulia mordiscou o lábio e se virou para frente, soltando um longo suspiro.

Essa vai ser uma longa, looongaaa viajem..., ela pensou, enquanto pegava uma revista e começava a lê-la, tentando disfarçar seu nervosismo.

***

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