POV Jihyo
Já era meu segundo dia naquele hospital, um dos lugares mais desagradáveis que já precisei ficar em minha vida. Estava aflita, andava de um lado para o outro, esperando com que a notícia de que elas finalmente foram transferidas para o quarto normal chegasse.
A culpa também me atingia, se eu tivesse impedido aquelas ideias malucas de Chaeyoung, ao invés de tê-la incentivado, elas não estariam aqui.
Vejo os pais das meninas conversando com o médico, e me aproximo também. Ele falava sobre a situação das meninas, que elas já estavam bem e acordadas. Também já podiam serem visitadas.
Permito-me respirar aliviada, e aguardo minha vez para visitá-las.
POV Chaeyoung
Acordo cansada, e meus olhos abriam-se lentamente, tentando acostumarem-se com a luz do ambiente.
Onde estou?
Lugar claro... Cheirinho de hospital... Hospital...
— Son Chaeyoung? – Aceno positivamente para um homem alto, de cabelos negros, rosto angelical e aparentemente simpático – Me chamo Kim Seokjin, sou o médico que cuidou de você. Você levou uma facada em um lugar meio complicado, o que fez com que na cirurgia eu e minha equipe fossemos o mais cauteloso possível. Agora você deverá tomar alguns remédios e passar uma pomada para a cicatrização da ferida. Eu já anotei tudo e entreguei para o seu pai. Por sinal, ele está aqui para te visitar. Pode entrar, senhor Son.
Eu prestei atenção em tudo o que ele falava, e fiquei de preguiça só de pensar em ter que ficar tomando remédios e passar pomadas em certo intervalo de tempo.
Meu pai se aproximou com um sorriso aberto em seu rosto, parecia aliviado. Seu rosto estava cansado, parecia ter ficado sem dormir.
— Pai, você não dormiu? – Perguntei preocupada.
— Como vou dormir enquanto minha menina está no hospital? E ainda pensando que se eu não tivesse deixado você ter saído aquele dia, vocês estariam bem? – Ele questionava um pouco desesperado.
— A culpa não foi de ninguém além de mim, eu que quis ir atrás do perigo. Agora Mina... C-Como ela está? – Indago com um pouco de medo. Não queria perder Mina, ainda mais sabendo que a culpa seria minha.
— Ela está bem, não se preocupe. Vocês ainda ficaram alguns dias em observação. Então se controle um pouco, se cuida, que aí você vai poder vê-la. Okay?
— Okay – Sorrio.
— Por sinal, Jihyo está aí. Ela está se sentindo culpada pelo que aconteceu. Certifique-se de a fazer sentir segura, vê-la daquela maneira é bem triste... Enfim, estou indo. Xau, e cuide-se, minha garota – Ele diz e deixa um beijo em minha testa. Logo sua figura desaparece pela porta, e uma outra aparece.
Jihyo estava realmente um caco. Ela me abraçou fortemente e começou a falar o quanto foi idiota por ter me incentivado a ir atrás daquele cara. A acalmo falando que a culpa foi inteiramente minha, e que eu iria fazer aquilo com incentivo ou não. Pareceu ter funcionado já que ela estava falando sobre outras coisas. Conversava normalmente com ela, até ter tido uma ideia.
— Jihyo, preciso da sua ajuda – Sorrio, torcendo para que ela aceitasse.
— Pelo seu sorriso, aposto que é alguma arte. Mas, vou te ajudar. Conte me mais sobre isso – Ela disse, e eu comecei a contar alegremente sobre isso.
...
— Por que eu concordei em fazer isso mesmo? Isso é uma loucura – Jihyo estava correndo e me empurrando em uma cadeira de rodas.
— Porque você me ama. Agora vá mais rápido, quero ver Mina logo.
— Você poderia esperar a autorização do médico, não acha?
— Não. Estou sentindo algo estranho desde quando acordei, eu preciso vê-la
— Então realize esse seu desejo – Ela diz e para de andar. Mal havia percebido que já estávamos dentro do quarto de Mina. Ela olhava para nós assustada.
— Que invasão foi essa? Vocês entraram tão rápido que quase tive um ataque – Ela dizia enquanto estava com as mãos em seu peito. Rimos, e então começamos a conversar. Eu pedia desculpas toda hora, e ela sempre tentava me acalmar. Percebia que as vezes Mina fazia umas caretas, e isso começou a ficar mais frequente. Sua pele estava pálida. Ia perguntar o que era, mas ela deu grito agoniado, e o monitor cardíaco começou a apitar. Surgiram então um médico e alguns enfermeiros, e eu comecei a ficar desesperada.
— Tirem essas meninas daqui, agora! E avisem que precisamos de uma sala de operação – O médico gritou. E Jihyo prontamente começou a me levar para fora.
— Não, não, não! Jihyo, eu quero Mina de volta para mim. Não quero que nada de mal aconteça com ela. Isso tudo é culpa minha, se eu tivesse ficado quieta ela não estaria nessa situação – Comecei a ficar ainda mais desesperada do que antes.
— Hey, se acalme! Tudo vai dar certo, okay? Não sabemos o que aconteceu, mas sabemos que Mina irá ficar bem – Jihyo disse, e me deu um abraço caloroso.
Eu não quero perder Mina. Sabia que algo ruim iria acontecer hoje, mas não quero pensar no pior, mesmo que seja difícil focar nos pensamentos positivos quando sua intuição parece dizer o contrário. Eu não quero perdê-la.
Eu só quero que esse sentimento ruim saia de dentro de mim.
— E foi nesse dia que eu realmente pensei que perderia sua mãe, ainda mais por culpa minha. Pensei que ela não voltaria para mim, pensei que ficaria sem o amor da minha vida – Dizia enquanto olhava para Mina, suspirando.
— Mas eu voltei para você, e finalmente conseguimos ter uma vida feliz ao lado uma da outra – Sorriu fofamente - Quando ela me pediu em casamento, quase pirei.
— Imagino... Mas, ommas, como vocês descobriram que são a pessoa certa uma para outra? – Umji, nossa filha de 16 anos que já estava maior do que a gente, perguntou.
— Eu meio que sempre soube disso, mesmo com tantos obstáculos, nós acabávamos sempre juntas, sempre voltávamos uma para outra. Era como se tivessemos um magnetismo. É inexplicável, mas é algo que só sei sentir. Eu te amo, amor – Mina disse, e eu acabo chorando. Ela me abraça e me dá um beijo na testa.
— Eu heim, não quero ficar de vela. Xau para vocês – Umji fala e ouço a porta de seu quarto ser fechada. Eu e Mina rimos.
— Enfim, também te amo, amor. Amo você demais, você não sabe o quanto sentia sua falta quando estava em outra cidade. Eu mal via a hora de te ver de novo. De fato, estava muito chateada, mas não conseguia controlar essa vontade imensa de te ver. Você é claramente o amor da minha vida – Falo, e sorrio para a japonesa em minha frente. Nos olhamos intensamente, para finalmente termos nossos lábios colados, demonstrando todo o amor que temos uma pela outra.
O amor é algo que é inexplicável, e que a única coisa que devemos fazer com ele, é sentir.
Quando amamos alguém, é algo totalmente intenso, você sente saudades, mesmo que tenha acabado de ver ou falar com a pessoa. Você quer sentir o gosto do beijo, você quer abraçar a pessoa, você quer fazer tudo o que nunca quis fazer com um outro alguém. Você luta, luta para proteger a pessoa que ama. Você se sente mais feliz, mais completo.
O amor pode ser doloroso, mas ele também cura.
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» Back To Me «
Hayran KurguSon Chaeyoung e Myoui Mina são amigas desde pequenas. Contavam uma com a outra para tudo, demonstrando um forte laço de amizade que ganhava mais força com o passar dos anos. Em seus 14 anos, Chaeyoung se vê confusa ao reparar em como certos aconteci...