Capítulo 9 - Madeleine

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Madeleine 

Talvez eu estivesse um pouco cansada ou algo do tipo, mas desde que acordei eu estava sentada no sofá balançando uma xicara de chá. Já tem uma semana que parei de sai nas ruas para ir até o local de crimes para coletar indícios, agora estou trabalhando no laboratório, fazendo analises dos materiais coletados. Meu ultimo caso nas ruas foi algo um pouco difícil para mim, já que envolvia uma criança de cinco anos.
Olhei para a mesinha de centro, onde o buquê de flores já estava murchando e o cartão ainda estava no mesmo lugar. Eu e o Diego ainda não tínhamos conversado. Meu celular vibrou e eu peguei ele.

De: Theodoro
 Bom dia.
  Você gostaria de ir almoçar comigo?

Meu coração bateu forte com aquele convite, já que o Theo sempre me faz bem.

Para: Theodoro
 Bom. Eu vou querer sim. Mas sem comidas fortes. Qual é o restaurante surpresa de hoje?

Mandei a mensagem. Me levantei e fui até a cozinha. Logo meu celular vibrou.

De: Theodoro
 Casa Quispe kkkk
 A minha casa. Vou fazer um almoço para os colegas do Ethan, então, vou ser o único adulto aqui.

Para: Theodoro
 Vou me arrumar e vou ai.

De: Theodoro 
  Vou mandar a localização.

Fui para o meu quarto e joguei algumas roupas encima da cama, depois de provar três roupas diferentes, eu escolhi um top cropped preto e uma calça cintura alta preta com listras brancas. Depois amarrei meu cabelo num rabo de cavalo.

Foi fácil achar a casa do Theo. Quando toquei o interfone foi Eveline que atendeu e abriu o portão. Estacionei meu carro ao lado do carro do Theo. 
Quando desci, a Eveline veio correndo ao meu encontro.
—Olá, Maddie. — Eveline segurou minha mão. — Meu pai está na cozinha. Vamos.
Me deixei ser guiada por Eveline. A casa deles tem muitas árvores envolta e quando entrei, percebi muitas flores bem cuidadas dentro da casa. Eveline contava sobre uma prova que tinha feito na escola e tinha tirado dez. Logo chegamos na cozinha e eu sentir um olor de frango e meu estomago roncou.
Theo estava trajado com uma camiseta branca com gola canoa e uma bermuda branca com listras azul. Logo quando ele ouviu a voz de Eveline, se virou para nos e sorriu.
— Que bom que você veio. — Ele me analisou.— Está bonita.
Eveline saiu pela outra porta e foi para o quintal.
— Obrigada. — Falei.
— Sente-se. — Theo virou novamente para a pia e começou a cortar alguma coisa. —Experimente essa cestinha de queijo e salpicão, está ai na mesa.
Fui até a mesa e peguei uma cestinha, mordi um pedaço e saboreie aquilo.
— Isso é uma delicia. — Mordi mais um pedaço. — Você que fez?
— Sim. Acabei de fazer. Eu queria fazer uma barquinha de camarão com purê e bacon, mas um dos colegas do Ethan é alérgico. — Theo olhou para mim. — Quer beber alguma coisa?
— Um suco, por favor. — Eu falei 
Logo Theo serviu o suco e depois sentou ao meu lado.
— Como vai as coisas no trabalho? — indagou Theo.
— Bem. Mas cansativo. E o seu?
— O problema do meu trabalho é só os papeis . — Ele olhou bem nos meus olhos. — Acho que aquele dia o seu namorado não gosto de mim. Ele tem que saber que somos apenas amigos.
— Ele não é meu namorado. — Revirei os olhos. — Só um colega de trabalho, ele só estava brincando.
— Ah sim. — Ele sorriu e pegou na minha mão. — Você gostaria...
— Pode cancelar o almoço. — Eveline entrou falando. 
— Cancelar? — Theo soltou minha mão e se levantou. 
— Os amigos do Ethan não vem mais. — Eveline sentou na cadeira. — Eles saíram e não chamaram ele. Parece que eles estavam enganando o Ethan.
— Onde está o Ethan? — Theo foi andando para fora da cozinha.
— Ele se trancou no quarto. — Eveline estava comendo uma cestinha. 
Theo saiu, acho que foi para o quarto do Ethan.
— Eles sempre fazem isso. — Eveline falou. —Sempre cortam o Ethan dos eventos, só porque o Ethan é diferente.
— Diferente? — Perguntei, levantando uma sobrancelha. 
— O Ethan sempre fala isso. Não sei porque. — Eveline falou.
— Desculpa. — Theo entrou voltou para a cozinha. —  Ele está chateado.
— Tudo bem. — Falei. — Também ficaria. Mas ele vai ficar bem? Poderíamos sair para ele animar.
— Quando ele está assim, ele não gosta de sair. — Eveline falou.
— Você poderia almoçar comigo e a Eveline? — Theo perguntou. Ele parecia chateado. — Eu fiz palitos de mussarela e esparguete de milho e quinoa com pesto e frango.
— Eu vou ficar. — Falei.
— E a sobremesa? — Eveline perguntou.
Percebi que o Theo realmente estava sentido pelo filho e eu fiquei triste por ele.
— É torta de pêssego. — Theo começou a colocar as panelas na mesa.
Enquanto eu me empanturrava, a Eveline dava trabalho para comer.
— Se não comer, não vai ter sobremesa. — Theo equilibrava um garfo de esparguete na frente da boca da Eveline, enquanto ela tampava com a mão. — Se você comer, vai poder ir dormir na vovó.
— Se você comer, podemos ir para a minha casa e tomar banho na piscina, o que acha? — Falei. Sei que toda criança gosta de piscina e percebi que na casa do Theo não tem.
— Mas eu não sei nadar. — Eveline olhou para mim.
— Eu vou ensinar você. Podemos comprar bóia de braço. Vai ficar mais fácil para você. — Afirmei.
Eveline ficou um tempo olhando para mim e depois tirou a mão da boca, e o Theo colocou o garfo na boca dela. Depois de um tempo ela mesma estava comendo sozinha.
— Obrigado. — Theo sussurrou para mim.
— Depois você me dar um carro. — Brinquei.
Depois que terminamos, fomos lavar a louça.
— Já pensou em ter filhos? — Theo perguntou.
— Quando eu era pequena. — Falei. — Hoje em dia não. — Theo cravou os olhos em mim. — São coisas fofas quando bebê e criança, mas não sei se conseguiria criar um adolescente.
— Adolescente é complicado, mas tem que dar muita atenção. — Theo sorriu. — Você tem medo do adolescente puxar para você?
— Esse realmente é o problema. — Guardei um prato no armário. — Eu fui muito complicada. Fiz decisões horríveis e nunca pude voltar atrás.
— Eu fui um adolescente tranquilo. — Theo me entregou um copo lavado. — Mas essas decisões te fizeram muito mau?
— Praticamente destruiu minha vida. — Meu coração apertou. — Perdi duas pessoas. — Abaixei o olhar.— Não posso mais falar sobre isso.
— Tudo bem. — Theo colocou a mão no meu ombro. — Se um dia quiser conversar, estarei aqui.
Balancei a cabeça concordando.

Fomos para a minha casa, depois que a mãe do Theo foi ficar com o Ethan.
Logo que chegamos, a Eveline pediu para encher as bóias que compramos numa loja próxima da minha casa. Fui até meu quarto e coloquei um maiô preto.
Depois que o Theo encheu as bóias, caminhamos para a piscina.
— Olha que piscina grande, papai. — Eveline anunciou. — Já tinha visto?
— Sim. — Theo balançou a cabeça concordando.
Entramos na piscina, e Eveline ficou do lado de fora. Logo ela veio até o Theo e pediu para ele pegar ela.
Ele pegou-a e colocou ela na horizontal, colocando a mão pela barriga.
— Bata as pernas. — Theo pediu.
Não sei por quanto tempo ficamos na piscina, apenas curtindo o sol, mas quando saímos já estava quase de noite.
Theo deu banho na Eveline e depois a colocou para dormir no sofá.
— Ela realmente ficou cansada. — Theo chegou na cozinha.
— Piscina faz isso.
Eu estava preparando sanduíches de peito de perú.
— Vou ligar para casa. — Theo falou e saiu para a varanda.
Bati maracajú no liquidificador e fiz suco.
Depois de uns minutos o Theo voltou.
— Tudo bem com o Ethan? — Perguntei.
— Minha mãe levou ele para a casa dela.
— Ah sim. — Peguei a bandeja com os sanduíches. — Fiz um lanche.
Enquanto comíamos os sanduíches na rede da varanda, ele contava algumas coisas para mim.
— Lá estava eu em Londres, com dezenove anos e sozinho. E eu não estava feliz, aí a Justine ligou para mim e contou que estava grávida. Fiquei tão feliz que sai gritando, falando um inglês horrível " vou ser pai!" e todos no parque Regent's Park ficaram me olhando como se eu fosse louco. Foi o melhor momento da minha vida. Tinha só três dias que eu estava fora do Brasil.
— E como foi saber que teria mais uma criança? — Perguntei.
— Foi algo especial também. Principalmente que na época, eu e a Justine já não estávamos tão próximos, ela viajava muito. Ela tinha acabado de viajar para Paris, aí ela ligou para mim e deu a notícia. E eu e  ela ficamos muito felizes e por algum tempo, ficamos muito próximos, parecia que aquele bebê tinha trazido o amor novamente.
Apoiei minha cabeça no ombro dele. Theo acariciou meu rosto com a mão.
— Preciso ir. — Ele se levantou. — Obrigado por tudo.
Me levantei e andei ao lado dele.
— O sanduíche estava ótimo. — Theo sorriu. — Espero um dia poder comer alguma comida sua.
— Um dia eu posso marcar. — Falei.

Meus pais chegaram minutos depois que o Theo e a Eveline foram embora. Fomos direto para a cozinha. Meu pai Raul trouxe frango ao molho de tomate para a janta.
— Eu já fiz um lanche. — Falei.
— Quem comeu com você? — Meu pai olhou para os dois copos sujos na mesa.
— Um amigo. — Falei. Pegando os copos e colocando na pia.
— Entendi. — Meu pai Raul falou.
— Vou deitar. — Falei. — Logo a Zalika vai chegar.
Fui para o meu quarto, tomei banho e fui para a cama. Meu celular vibrou.

   De:Theodoro
    Espero que tenha uma ótima noite.
            Beijos😚

Dei um sorrisinho ao ver que ele colocou um emoji no final da mensagem.

     Para: Theodoro
       Desejo o mesmo 😋

Meu celular vibrou novamente, mas agora a mensagem não era do Theo.

    De: Diego
      Me desculpa por tudo.
    Acho que te amo.

Apaguei a mensagem e coloquei o celular no criado-mudo.
Depois de minutos, eu conseguir dormir.

No Ritmo da Nossa Música{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora