Capitulo 3 - Raul

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Raul

Estou na cozinha do meu restaurante, as portas estão se abrindo agora, sempre ás sete horas da noite. Ben está limpando algumas mesas, ele estava entediado em casa , então, pediu para me ajudar essa noite.

- Boa noite, Raul. - Miguel, o meu subchefe chegou pela porta dos fundos. - Parece que hoje o jantar vai ser ótimo. A fila está enorme.

- Maravilha. - Digo.

O ar está aromatizado com incenso de lavanda, a flor preferida da minha filha Madeleine. Desde que ela teve coma alcoólico a minha preocupação com ela aumentou. Tem dias que eu não consigo trabalhar direito, pensando nela.

- Pessoal! - Chamo a atenção de todos. - Hoje a noite promete. Preciso de rapidez e carinho, como sempre. Espero que todos trabalhem felizes, qualquer coisa é só falar comigo. É isso, bom trabalho.

Logo quando todos começaram seus trabalhos. O Ben entrou, ele ainda estava com uma cara de tedio.

- A fila está enorme. - Ben falou. - Vai ter muita coisa para fazer.

- O primeiro pedido é três pratos de costela ao molho barbecue para a mesa dezesseis . - Helena entrou e começou a falar os pedidos anotados. Uma das minhas exigências é falar todos os pedidos em voz alta e depois deixar o papel anotado colado na geladeira. - Dois Yakissoba para a mesa seis, Muffin de parmesão para mesa dois, um prato de batata recheada assada para mesa sete e um ninho de nozes para a mesma mesa, um prato de molho Caprese e uma salada de quinoa para a mesa treze.

- Vamos lá, pessoal. - Miguel bateu as mãos.

Eu abri esse restaurante já faz cinco anos, e já faz muito sucesso. Eu deixei minha profissão de policial, para fazer algo que eu realmente gostasse. A Madeleine e o Benjamin me deram a maior força, os dois realmente foram o meu maior incentivo para abrir o meu restaurante.

Depois que entramos na minha sala, o Ben sentou na cadeira e parecia muito pensativo.

- O que está acontecendo? - Pergunto, segurando a mão dele.

- Não é nada.

- Alguma coisa está acontecendo. - Me agacho ao lado dele e dou um beijo em sua mão. - Tem alguma coisa perturbando você desde cedo.

- É só que... - Ele colocou a mão em meu joelho. - Deixa quieto.

- Agora eu quero saber. - Sei que o Ben não gosta de dividir as angustias dele e muito menos de dar opinião em alguma coisa, mas eu sei quando algo está errado com ele. - Vamos, me diga. Se for algum problema podemos resolver juntos, se for alguma tristeza, eu posso fazer algo para alegrar você.

- Você sabe que eu sempre quis filhos, não é? - Ben acariciou meu rosto e eu balancei a cabeça concordando. - Bom, estamos quase para fazer cinquenta anos e ainda não conversamos sobre isso. Quando começamos a namorar, você já tinha a Maddie ,eu achei que só ela seria suficiente, imaginei que aquela maluca nos daria vários netos. - Nos dois rimos e depois Ben ficou sério. - Eu sei que ela já...

- Por favor, não vamos falar disso. - Digo, ficando um pouco triste. - Você esta pensando em adotar uma criança?

- Não uma, eu gostaria de duas. - Ele me beija e depois afasta o rosto. - Já tem quatro anos que estamos casados no Civil e já tem trinta e dois anos que estamos juntos, acho que esse é o melhor momento. Eu não ligo se estamos velhos. Eu quero dar os nossos nomes para duas crianças e quero ouvir elas me chamar de pai, quero levá-las para a escola, quero fazer a lição de casa com elas , eu quero ama-las. Você topa fazer tudo isso comigo?

- Sim. - Beijo ele. - É claro que eu topo. Eu amo você. Eu faria isso por nos.

- Acho que a Madeleine vai amar essa ideia.

No Ritmo da Nossa Música{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora