Capítulo 33 - Madeleine

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Madeleine 

 

  O forte perfume das rosas inundava o escritório, e , quando uma ligeira brisa da manhã entrou pelas janelas e depois trouxe, pela porta aberta, o delicioso cheiro do café. Um porto seguro tinha se tornado este escritório para mim. Me agarro mais aos braços do meu pai que acabou dormindo comigo no sofá, tenho que confessar que não foi fácil, mas o frio da noite fez com que ficamos mais próximos.

— Foi bom demais ver vocês dois dormindo . — Ben falou. — Ontem a noite estivesse aqui duas vezes. Tive ideias para o meu livro .

— Estou indo trabalhar. Hoje vou enfrentar trânsito. Meu carro está sem gasolina, será que você pode ir buscar no posto? — Me levantei e caminhei até a mochila que o meu pai tinha trazido com as minha roupas. — Por favor. 

— Sim. Mais tarde vou lá. — Ben voltou atenção para o notebook. - Vai voltar para casa, querida?

Não estou fugindo da Zalika, sei que se ela quisesse já teria vindo aqui. Apenas estou querendo um momento tranquilo. E ainda tem o Theo, ele pediu um tempo e até agora não entrou em contato. Precisamos sentar e conversar, realmente não sei como contar para ele que será pai novamente. Não acredito que a minha vida se tornou uma novela da Globo, estou grávida e não conseguir contar ao pai do bebê porque brigamos, isso é tão novela das nove. Agora só falta ficarmos separados e ele voltar com a mulher e descobri que tem um filho só depois de dezoito anos. Balancei minha cabeça para afastar os pensamentos.
 Depois que tomei banho, vesti uma roupa e amarrei o cabelo. Tomei um café da manhã bem leve. Fiquei recostada na porta da cozinha, bebericando um copo grande cheio de suco verde que o Ben fez com laranjas, folhas de couve e pedacinhos de gengibre tudo batido no liquidificador. Conforme eu ia bebendo o liquido verde, contemplei a cintilação das suaves flores cor de mel de um laburno, cujos ramos trêmulos pareciam não poder suportar o peso de tão magnífico esplendor e com monótona insistência as abelhas zumbiam, ao redor das  urnas douradas de uma madressilva, tornavam a calma ainda mais opressiva. Será sempre assim?

— Bom dia, Maddie. — Meu pai entrou na cozinha e estava sem camiseta. Ele se dirigiu até o bule e encheu uma caneca de café. — Não  entendo o porquê de você esta sem beber café.

— Ela fez uma promessa. — Ben entrou na cozinha com um vaso de flores nas mãos. — Olha como as petúnias ficaram lindas.

Meu pai Raul me observava enquanto tomava o café, desviei o olhar do dele e olhei para o Ben.

— Suas flores realmente estão lindas, agorinha mesmo estava olhando para aquelas ali no quintal. — Falei para o Ben.

— As abelhas chegam bem cedo para sobrevoar as madressilva. — Ben se aproximou da porta e olhou o quintal. — Sempre foi o meu sonho ter vários tipos de flores no meu quintal. Querida, nunca desista dos seus sonhos. — Ele colocou o vaso em cima da mesa e voltou o olhar para mim. — Lembro-me que você sonhava constantemente em ir a aquela cidade em Louisiana, como é o nome mesmo?

— Nova Orleans. — Meu pai Raul respondeu.

— Isso mesmo! — Exclamou Ben.

— Lembro muito bem daquela época. A Maddie tinha catorze anos e tinha acabo de entrar no mundo dos vampiros. — Raul colocou a xícara na pia e depois agarrou as costas da cadeira localizada na ponta da mesa e olhou para mim.

— Toda adolescente passa por essa fase. Adolescentes de 2008 conheceram a historia da estudante Bella Swan que conhece Edward Cullen, um belo mas misterioso adolescente. Bella se envolve em um romance perigoso com sua alma gêmea imortal. Lindo romance. — Ben suspirou em tom irônico. — O que aconteceu com Drácula de Bram Stoker? Não se fazem vampiros como antes. O seu favorito era qual?

No Ritmo da Nossa Música{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora