Capítulo 16- Madeleine

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Madeleine

Eu fitava o teto do quarto, deitada na cama.
Você o ama... minha cabeça girava ao som das palavras.
Eu não podia amar alguém, sou incapaz de amar alguém. Nunca tive amor por ninguém, além da minha família. Não fui capaz de amar nem mesmo minha filha...
Ouvi uma leve batida na porta, e Zalika surgiu.
— Posso entrar?
Zalika se sentou na cama.
— O que aconteceu? — Perguntou Zalika. — Por que veio se deitar no meio da tarde?
— Não estou bem.
Zalika colocou a mão direita na minha testa.
— Maddie! Você está queimando de febre. Tome um banho que eu vou trazer seu remédio e algo para você comer.
Zalika levantou e saiu.
Depois de mais um tempo deitada, eu fui tomar um banho.
Desci para a sala de televisão e deitei no sofá. Meu corpo estava bastante dolorido. Logo eu peguei no sono.

De repente o mundo parecia ter virado de cabeça para baixo. Tinha um cobertor em cima de mim quando acordei e Zalika estava sentada na poltrona lendo um livro.
— Lika? — Murmurei. Parecia que tinha anos que eu não falava. Agora até minha garganta doía.
— Você quer alguma coisa?
— Água.
Zalika se levantou e foi para a cozinha.
Meus olhos pesavam, eu apenas queria ficar com eles fechados.
— Maddie, aqui sua água.
Zalika me ajudou a me sentar e deu o copo para mim.
— Que horas são? — eu quis saber.
— Quase nove horas da noite. — Zalika sentou no sofá e colocou o copo  na mesinha de centro. — Você apagou. Seus pais ligaram e o delegado ligou e também mandou mensagem.
— O que você falou para eles?
— Que você não estava bem. — Zalika pegou meu celular e me deu. — O Theodoro mandou mensagem também.Por que você não respondeu ele?
Voltei a me deitar.
— Tudo bem. Você não quer falar disso. Não sei o motivo, mas vou tentar entender.  — Zalika se levantou e voltou para a cozinha.
Novamente dormir.

Dou um relance rápido pela sala. Theodoro está sentado no mesmo sofá que eu.
— Madeleine. — Disse Theo, sorrindo. — Tudo bem?
— O que você faz aqui? — Perguntei.
— Eu liguei para sua prima e ela falou que você está doente.
Por um momento eu quis expulsa-lo dali e pedi para ele não me procurar mais. Mas ao invés de fazer isso, eu acabei levantado o cobertor e indiquei para ele se deitar comigo.
— Tudo bem. — Theo entrou para debaixo da coberta e se deitou virado para mim.
Nossos rostos quase grudados, sentindo a respiração um do outro. Ele me abraçou e eu me permitir encostar meu rosto no seu peito. Pela primeira vez eu me sentir protegida nossos braços de um homem.  Ele começou a fazer carinho nos meus cabelos na parte de trás da minha cabeça.
— Desculpa por não ter respondido. — Falei.
— Eu deveria ter mandado mensagem mais cedo. E também falado que eu não ia viajar mais.
— Não. Não era seu direito. — Olhei ele nos olhos. — Mas você mandou, e era meu dever responder pelo menos com uma carinha.
Ele fitou meus lábios, parecia que queria pedi permissão para me beijar. Aproximei meu rosto, colei meus lábios nos dele e fechei os olhos, pressionei a boca na dele, aquele beijo longo, com uma pressão leve e de boca fechada, que foi se descolando e formando um sorriso na boca e abrimos os olhos juntos, terminando com um olhar gostoso entre eu e ele.
Agora Theo se sentia mais confortável para possuir meus lábios quando sentisse vontade. De repente, após carícias suaves, começamos um beijo doce e afável, nossos lábios se encaixam perfeitamente, nossas línguas brincam em uma insaciável disputa. Vamos apertando mais os lábios e as coisas vai acelerando e ficando mais intensa.
— Espera. — Eu estava sem fôlego. —Feito isso já não dá mais pra aguentar? Ai tem que rolar alguma coisa... Mas você me entende, se eu não querer? Meu corpo está muito dolorido. Vamos só dormir.
— Tudo bem. — Ele coloca as mãos em meu rosto. — Você tem aroma de lavanda. Isso é muito agradável.

Pela manhã eu já estava melhor, mas ainda sentia algumas dores. Quando abrir os olhos percebi que o Theo ainda dormia. Fiquei abraçada com ele, até que Zalika veio até a sala.
— Vocês estão pelados? — Zalika sussurrou.
— Não. — Murmurei.
— Eu fiz café. — Zalika abaixou mais a voz. — Eu vou para a delegacia, vou cobrir seu horário.
— Obrigada.
Theo acordou depois de quase meia hora que a Zalika tinha ido embora.
— Bom dia. — Falei.
— Você está melhor? — Theo começou a fazer carinho no meu rosto.
— Um pouco.
Depois ele começou um beijo de leve, ficando ali só triscando os lábios nos meus. Depois a língua tocando os lábios sensualmente e devagarinho. Ele começa aqueles selinhos com uma pitadinha de língua nos lábios, de repente até uma mordidinha suave.
— Você quer que eu fique com você? Posso cozinhar.
— O que você faria?
— O que você desejar.
— Pior que eu não tô com vontade de comer nada. — Fiz uma carinha e ele riu.
— Precisa comer. A Zalika falou que você não comeu nada ainda. Que tal um sopa de frango com legumes?
— Hum, tá ok. Vou tentar comer.
Theo me deu um leve beijo e depois levantou.
— Você gosta muito de lavanda, não é? — Theo olhou um vaso grande em cima da mesinha de centro que tem lavanda plantada.
— São lindas e acalmam.
Theo dar um leve sorriso e começa a andar para a cozinha.
— Peço permissão para entrar nesse lugar maravilhoso. — Theo grita da porta da cozinha.
— Pode entrar  — Eu rir.
Minha cabeça estava doendo novamente, e eu comecei a sentir mais vontade de dormir. Foi a chuva que eu peguei quando fui caminhar, e agora eu estava sofrendo as consequências.
Theo estava sendo totalmente diferente de todos os homens que já esteve comigo, ele ficou aqui mesmo sabendo que não teria chances de mais uma noite de transa. Ele ficou comigo mesmo eu estando doente e se ofereceu para fazer uma comida e ainda insistiu para que eu comesse.
Uma estranha sensação; não sei bem o que realmente é, se é amor ou só fogo de palha, mas quando penso  nele eu começo a tremer, me dá uma falta de ar, um aperto no pulmão e um nervosismo esquisito.
Eu já tinha dormido quando Theo terminou a sopa. Ele se sentou ao meu lado.
— Maddie, vamos comer. — Theo passou a mão na minha costas. — Está quentinho.
Me sentei e peguei o prato.
— Você já comeu? — Perguntei.
— Acho que você tem que fazer compras. Quase não tinha nada, só deu para fazer essa sopa.
— Mas você também não pode ficar sem comer. — A sopa estava realmente boa.
— Não se preocupe. Vou pedi alguma comida.
Como pode existir alguém tão bom? Não sei como a mulher dele o deixou. Me aproximei dele e depositei um leve beijo em seus lábios.

No Ritmo da Nossa Música{Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora