A visão da cidade era deslumbrante, nunca tinha visto nada igual na minha vida. Matmata era uma cidade escavada numa montanha, casas, ruas, canais de rios, tudo era talhado na pedra. Não conseguia ver o fim da cidade, pois ela continuava por um portal que ia para dentro da montanha.
Raoni nos levou para perto da caravana de novo, conforme ia me aproximando da cidade mais detalhes conseguia ver. As casas eram da cor da montanha, um marrom avermelhado, o que servia como um ótimo disfarce para esconder a cidade de intrusos, além é claro, das outras rochas que cercavam a cidade, proporcionando uma cobertura ótima.
Conforme passávamos, reparei que as construções que vi de longe não eram simples casas, mas postos de soldados, arsenais e torres de vigia que protegiam a entrada da cidade, o grande portal.
Soldados cumprimentavam seus amigos com abraços, outros apenas faziam saudações, mas todos estavam retirando os obstáculos e ajudando as carroças e animais a passarem pelas ladeiras estreitas, que seguiam para o portal.
O portal era imenso, tinha dois cavalos esculpidos na rocha, um de cada lado, no centro se encontrava uma triquetra, um triângulo de três nós envolvido com um circulo.
Quando adentramos no túnel a iluminação era quase nula, após caminharmos praticamente no escuro durante uns dez minutos, a caravana parou, alguém perguntou alguma coisa que foi respondida instantaneamente por Raoni.
Portas gigantescas se abriram, estávamos dentro da montanha e como do lado de fora, a cidade era toda escavada na rocha, só que aqui dentro tudo era branco.
Casas de diferentes tipos, um rio corria por toda a cidade, crianças e pessoas andando por todos os lados, e do outro lado dos portões, estava uma espécie de castelo, porém, este lembrava mais uma casa enorme com algumas torres com pontas em formato de gotas, do que um castelo tradicional.
A caravana foi se desfazendo, cada pessoa seguia para sua casa e família, os animais estavam sendo levados para serem cuidados, Raoni e eu desmontamos do belo cavalo, ele entregou a corda para um menino, que conduziu o garanhão cidade a dentro. Kuana se juntou a nós e fomos caminhando em direção ao que parecia ser o palácio.
O palácio era bem peculiar, não tinha adornos de ouro e estruturas muito luxuosas, mas não deixava de ser bonito. Suas colunas de mármore eram trabalhadas, cada parede tinha um desenho único, cada cômodo tinha um tema especifico de desenhos, como o deserto, festas, guerra entre outros. No centro do castelo, tinha um pátio que era acessível por todos os lados do prédio.
Fomos em direção ao centro do pátio que era formado por um lindo jardim, a construção da parte externa era linda, com as colunas cobertas com flores de pedra e reais, um rio corria pelo centro do pátio e sumia na extremidade ao sul do mesmo, arbustos com flores azuis e brancas decoravam o jardim que tinha pedras da mesma cor.
No centro dessa bela paisagem, se encontrava uma enorme árvore de cerejeira com um banco de pedra debaixo dela, onde o pai de Kuana se encontrava sentado.
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Rosa Negra - A Ordem da Rosa
FantasíaHistórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...