Histórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Os dias foram passando e comecei a entrar na rotina, todos os dias de manhã eu ia treinar com Raoni, nosso ritual de troca de farpas nunca mudava, mas pelo menos ele não podia mais dizer que eu não conseguia acompanha-lo na corrida.
Meu corpo estava desenvolvendo alguns músculos discretos, mas minha respiração estava mil vezes melhor, os exercícios de abdominais e força foram ficando cada vez mais difíceis.
Após o treino me encontrava com Kuana, consegui repetir a cura com as outras crianças, e tentei explicar para ela como se fazia, mas apesar do seu grande esforço, não funcionava.
Kuana começou a treinar meditação comigo e a me ensinar sobre os chacras, me explicou que tínhamos sete chacras diferentes em nosso corpo, o primeiro era o básico que estava ligado a sobrevivência, o segundo era o sacro, ligado a energia sexual, autoestima e criatividade, o terceiro era o plexo solar, que era ligado ao ego e digestão.
Ela esperou eu assimilar as informações que estava falando, e então continuou explicando que o quarto chacra era o cardíaco que significava o amor e o perdão, o quinto era o laríngeo, que expressava a comunicação, auto expressão e a verdade, o sexto era o frontal que se ligava ao terceiro olho, e o sétimo era o coronário, que significava a conexão espiritual, e este, ela achava que poderia me ajudar a quebrar o meu enlaço, caso eu conseguisse dominá-lo.
Após algum tempo na cidade pedi para Kuana me ensinar o idioma deles, afinal não sabia quanto tempo ficaria ali e já estava na hora de aprender a me comunicar, sem um tradutor ambulante do meu lado. Todas as tardes no pico da montanha nos sentávamos para ver o por do sol, nessas horas, ela aproveitava para me ensinar sua língua.
O tempo foi passando e eu me sentia cada vez mais em casa naquele lugar, até esquecia as vezes que o Raruk estava atrás de mim, mas pelo visto aquele monstro não vinha para esse lado do deserto, esse pensamento foi tolo, mas me confortava nas horas mais escuras da noite quando não conseguia dormir.
Uma floresta pegava fogo, a fumaça estava me sufocando, eu gritava o seu nome, mas era em vão, uma mão agarrou o meu braço e me puxava para fora das chamas, eu tentava argumentar que não podia ir embora, que eu tinha que contar para ele, que nós daríamos um jeito.
A mulher que me arrastava estava irredutível na sua decisão, ela me falava que seu dever era me manter segura, e que não deixaria eu me suicidar nas chamas por uma tentativa inútil.
Desisti de lutar contra a mulher que me levava, com lágrimas nos olhos olhei mais uma vez para o fogo que consumia a mata, então me virei, e soube que nunca mais veria aquele lugar.
Acordei suada e gritando, meu corpo todo tremia com a lembrança do sonho que tive, já fazia tempo que não sonhava com essa imagem, mas dessa vez foi diferente, a mulher loira que me arrastava, eu não conseguia ver o rosto dela, quanto mais eu pensava no sonho, mais dor de cabeça eu ficava.