Histórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...
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O alojamento dos soldados me lembrava a cabana da minha cidade, várias camas de palhas espalhadas num cômodo, onde cada uma tinha uma mesa de cabeceira.
O lugar era simples com duas grandes janelas que arejavam o ambiente, alguns candelabros presos nas paredes que davam uma boa iluminação.
Já estava noite e eu finalmente me encontrei sozinha no alojamento, os guardas que estavam antes ali, saíram para a troca de posto e os que vinham descansar ainda não tinham chegado.
Peguei um pedaço de pergaminho e escrevi para Ani, avisando que chegaria mais cedo no lugar marcado, explicaria as condições do porque disso depois, queimei o papel, disse as palavras na antiga língua e o vi desaparecer diante dos meus olhos.
Não tinha desfeito a minha bagagem, meu capacete estava apoiado na mesa ao lado da cama que me destinaram, eu dormi assim que cheguei e agora já passavam das dez da noite, hora da primeira troca noturna.
Esperei os guardas chegarem, eles vinham se arrastando, tiravam suas armaduras e se jogavam nas camas com a roupa que estavam no corpo.
Um soldado se dirigiu a cama que estava do meu lado, ele olhou para mim perguntando se eu ia assumir o próximo turno, pois eu estava vestida com a armadura, lhe disse que não.
- Estou indo na cozinha pegar algo para comer, sou novo aqui, você sabe me dizer aonde fica? – Peguei meu capacete e fiquei de pé esperando a resposta do homem.
Quando o menino me trouxe para o alojamento, me disse que a escada que dava para a torre real, que era onde ficava a biblioteca, ficava próxima a cozinha.
O soldado me deu as direções que eu precisava seguir para chegar até a cozinha, ou pelo menos era o que ele pensava. Os corredores internos do castelo, não eram tão ornamentados como as salas principais, eram todos feitos de pedras com o teto abobadado.
Tochas ficavam presas nas paredes iluminando o caminho, e quando passavam por alguma área onde uma parede ficava vazada a luz da lua entrava na construção, fazendo um contraste com o sombrio corredor.
A cozinha não era muito longe de onde eu estava, já enxergava a porta que estava semiaberta e dela saia um cheiro de pães assados delicioso.
Me dei o direito de farejar o ar por breves segundos antes de começar a subir a escada, que ficava na extremidade esquerda do corredor e seguia direto para meu destino.
A escada era em caracol e tive que subir bem devagar, pois não tinha nenhuma iluminação e era bem estreita. Ao chegar no topo, dei de cara na porta de madeira que deveria dar na biblioteca, senti meu nariz sangrar quando coloquei minha mão no meu rosto.
Tateando a porta encontrei a maçaneta, a girei, mas a porta não abriu, continuei passando a mão pela porta, mas não achei nenhum tipo de fechadura, tentei empurrar e forçar a maçaneta, mas ela não se moveu um centímetro.