Histórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...
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Não sou de colocar música, mas essa me marcou enquanto escrevia e decidi compartilhar com vocês, para escutarem enquanto leem, principalmente da metade do capítulo até o final.
Passei correndo por Kuana que estava saindo do seu quarto, ela me chamou, mas eu a ignorei, entrei no meu quarto e bati a porta com força. Escutei a porta se abrir, e quando me virei para mandar Kuana sair, me deparei com Raoni me olhando.
- Sai.
- Não.
- Se não sai você, então saio eu.
- Você não sai desse quarto, até conversarmos direito!
Raoni me mostra que tinha trancado a porta, e que a chave estava dentro do seu bolso da calça. Mas afinal o que ele quer comigo? Sim, tivemos alguma coisa, que não sei nem falar o que foi, mas não sei se temos mais.
Depois que o queimei no calor do momento na arena, ele nunca mais apareceu. E agora, se voluntariou para ser torturado por mim durante uma semana, como se a atitude infantil que ele teve nunca tivesse existido e como se a cena que ele fez estivesse certa, além de ter tomado chá de sumiço.
Ele estava em pé, em frente a porta, e eu estava perto da janela, mas não deixávamos de nos olharmos, os ânimos estavam alterados, dos dois.
- O que você quer comigo afinal?
- Quero conversar.
- Você quer conversar, então vamos conversar sobre a sua cena desnecessária de ciúme na arena.
- Não foi uma cena de ciúme.
Olho para ele e rio ironicamente, ele só podia estar de brincadeira, vir aqui para conversar e ainda não admitir que estava errado?
- Você Lia, tem que aprender que o mundo não gira ao seu redor.
- Não acho que gire, mas você acha. Raoni você me fez parecer uma criança perante todos os soldados!
- Você agiu feito uma criança mimada!
Nesse momento respirei fundo e fechei meu pulso, isso não ia terminar bem.
- Quem agiu feito criança foi você! Que por ter um ego do tamanho do mundo, não se dignou a vir falar comigo e se desculpar pela cena que fez, preferiu ficar sumido fazendo sabe-se lá o que.
Ele fica calado, suspira e dá dois passos em minha direção, eu recuo o fazendo parar onde estava.
- Se não reparou, alguém não sabe se controlar e queimou meus dois braços!
Sinto seu golpe em suas palavras, se tinha uma coisa que me chateava, era não conseguir controlar os meus poderes. E episódios como o da arena se repetirem ou até pior, me deixavam com muito medo.
