Capítulo 34

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Reina tinha uma expressão indecifrável, não sabia se estava cansada, ou não

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Reina tinha uma expressão indecifrável, não sabia se estava cansada, ou não. Não sabia se gostava do que estava fazendo comigo, ou se poderia me tirar dali mais rápido do que o normal.

Tenho que admitir que a mulher era talentosa, mas consegui aguentar tudo o que ela fez comigo, e ela teve bastante criatividade até agora.

Estava com queimaduras cobertas por sal pelo meu corpo, que já estavam infeccionando, agulhas estavam debaixo das minhas unhas do pé, meus dedos das mãos foram quebrados e esmagados um a um.

Eu continuava amarrada com correntes na mesa, não sabia direito quanto tempo tinha se passado, mas já era a quarta vez que Reina reacendia as tochas.

Conclui que devíamos estar na metade do dia seguinte, uma das formas de tortura era deixar o indivíduo sem noção do tempo, eu não podia ficar assim, então comecei a contar a quantidade de vezes que acendia a tocha, já que cada uma durava em torno de doze horas para apagar.

Reina encheu uma espécie de filtro de pano com água, o pendurou em uma haste de madeira e o colocou na ponta da cama que eu estava, perto da minha cabeça.

Gotas de água pingavam do filtro bem lentamente em minha testa, ela se afastou e guardou o espeto que me queimou, o esmagador de dedos e o alicate.

- Eu deveria sair sem falar nada, mas....

Ela pareceu repensar o que ia falar, encarou o chão por alguns segundos, seu rosto continuava uma interrogação para mim, então se aproximou mais da porta de saída.

- Apenas resista.

E com um barulho alto de mais para aquele lugar, a porta rangeu e se fechou, Reina se foi, me deixando sozinha com o barulho e o incomodo da gota de água em minha testa.

As tochas já estavam quase se apagando, uma penumbra reinava na sala, as gotas que ainda caiam na minha testa pareciam marteladas. Minha respiração estava irregular, eu fechei os olhos para tentar meditar e assim tentar abstrair de onde e do que eu estava passando.

A cada hora que passava, mais difícil ficava de manter minha concentração, e então escutei o ranger da porta. Uma figura alta e encapuzada entrou na sala.

Era um homem gordo, vestindo calças marrons e uma camiseta bege imunda, que deixava seus braços peludos a mostra. Eu me encolhi instantaneamente, por me dar conta que eu usava somente uma calça que já estava quase em trapos.

Ele se aproximou da cama e me olhou, seus olhos eram castanhos escuros, ele analisava o meu estado enquanto fazia sinal de positivo com a cabeça, como se tivesse elogiando o trabalho que foi feito em mim.

- Muito bem Lia, talvez você esteja mais disposta a responder à pergunta hoje?

Eu o encarei e me mantive em silêncio.

- Vejo que não esta muito convencida ainda.

Ele se afastou e pegou o banco de madeira, se Reina já tinha feito isso comigo, estava temerosa pelo que ele ia fazer, quando ele falava parecia sorrir e isso me deu calafrios.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora