Capítulo 45

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Eu odeio despedidas, mas algumas pessoas eu não tinha como evitar dizer adeus

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Eu odeio despedidas, mas algumas pessoas eu não tinha como evitar dizer adeus. O pai de Kuana me desejou boa sorte em minha jornada, agradeceu por toda a minha ajuda e disse que se algum dia eu precisasse deles, para não ter medo de pedir.

Estávamos em frente a pedra que selava o túnel da entrada da cidade, Raoni e Reina iriam me levar até a fronteira, Kuana me olhava desolada pela minha partida.

Apesar dela saber que eu partiria logo, nunca é fácil dizer adeus, lhe dei instruções para ela guardar bem a rosa, e disse para não se preocupar que tudo iria se ajeitar.

Em segredo pedi para ela guardar o livro e o pergaminho de Ani, não sabia o que ou quem iria encontrar, e não queria dar mais informações para o reino de Dakar, afinal, informações são poderosas para quem sabe usa-las.

Minha amiga me deu um abraço apertado, lágrimas escorriam por seu rosto. Eu sentiria saudades dela, porque sempre que encontro alguém, uma hora tenho que dizer adeus. Ela sussurrou em meu ouvido, me pedindo para eu voltar e não morrer, dei um sorriso fraco e disse que iria tentar.

Algo me dizia que não era a última vez que iríamos nos encontrar, que nossos caminhos ainda iriam se cruzar, agora quando, eu não sei dizer. Me afastei de seu abraço, precisava ir, já estava alongando de mais as despedidas, me virei para meus dois companheiros e sinalizei para irmos.

A jornada de Matmata até a fronteira dos dois reinos, levava uma semana mais ou menos de caminhada. Poderíamos fazer em menor tempo, mas teríamos que nos arriscar em áreas de tempestade de areias e pelo mar quente, que era a casa das serpentes gigantes, bichos viviam debaixo das areias e adoravam um ser-humano como petisco.

Trouxemos o essencial, eu estava com uma bolsa com algumas mudas de roupa, que eram parecidas com as do reino de Dakar, suprimentos de comida, água, medicamentos, duas adagas e um arco e flecha.

Raoni e Reina, trouxeram somente comida, água e armas, eles não precisariam seguir viagem como eu. Os dias quentes e as noites frias eram um desafio enorme no deserto, graças as roupas preparadas que eles usavam, conseguíamos suportar as temperaturas extremas.

O manto da minha mãe estava guardado em minha bolsa, depois que soube o seu real significado, estou mais cautelosa em usa-lo. Não trouxemos nenhum animal para nos carregar, quanto mais discretamente viajarmos, melhor para não chamarmos atenção.

Os dias iam se passando, não conversamos muito, todas as noites Raoni dormia ao meu lado, acariciando meu cabelo e cantarolando uma canção de seu povo baixinha em meu ouvido, para me ajudar a dormir.

A tensão da viagem estava me dando nos nervos, o que fazia com que eu tivesse insônia, e eu precisava de todas as minhas energias para enfrentar o que vinha pela frente.

Raoni e Reina ficavam revezando em patrulhas durante a noite, eles não me deixavam participar dos turnos. Durante todos os dias eu sentia falta do toque de Raoni, mas a situação não era propicia a tal pensamento, e quanto mais nos aproximávamos da fronteira mais sentia o comandante em Raoni aflorar.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora