Histórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...
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Em algum lugar das montanhas Kalur, o Raruk que perseguia Lia, se ajoelha perante a uma figura que está sentada numa espécie de trono de pedra, suas vestes negras cobrem todo o seu corpo, deixando de fora só o seu rosto e seus braços.
A figura olha com desprezo para seu servo ajoelhado à sua frente, em seu rosto uma pergunta silenciosa. Ela sinaliza para que o Raruk começasse a falar.
- E então, matou a mulher?
- Sim, ela resistiu bem, mas no final acabei a matando.
- E cadê o corpo?
- Eu não consegui pega-lo, sua filha me interrompeu.
A figura arregalou os olhos, numa cara de surpresa e seu sorriso diminuiu.
- Então como pode ter certeza que a matou?
- Eu tenho.
A figura o olhou desconfiada, não gostando da resposta.
- Me conte sobre a criança.
- É uma jovem, deve ter em torno de dezessete anos.
- Ela te viu? Usou seus poderes contra você? E como sabe que é filha dela?
- Pelo cheiro, elas têm um cheiro único. A menina não usou nenhum poder, parecia mais uma humana inútil, mas não é. Ela me viu quando eu tentei mata-la.
- Tentou?
- Sim, no rio onde a idiota cortou a corda da ponte.
- E você foi derrotado por uma criança?
- Não, eu a reencontrei depois em um vilarejo perto do deserto.
- E?
- A garota entrou no deserto do esquecimento, eu a segui até lá, mas teve uma tempestade de areia e eu a perdi.
- Você perdeu a garota não uma, mais duas vezes?
- Eu tentei rastreá-la de novo, mas não consegui, o deserto sumiu com qualquer pegada ou cheiro!
A voz do Raruk ficava cada vez mais trêmula, sua respiração estava acelerada. Ele continuava ajoelhado, mas pode ver a figura se levantar de seu trono, e vir caminhando em sua direção. Quando se aproximou dele, o agarrou pelo pescoço reptiliano com uma das mãos, o fazendo levantar.
Calafrios percorreram o corpo do Raruk, a figura estava com um olhar de ódio e um sorriso mortal em seus lábios, o aperto em seu pescoço estava cada vez mais forte.
- Pobre criatura imbecil, que não soube lidar com uma criança.
- Por favor, me de mais uma chance eu não vou falhar novamente.
- Eu ia faze-lo general das minhas tropas Blorth, mas como posso ter um general tão fraco, que tem medo de uma criança e nem consegue me confirmar uma morte me trazendo um simples corpo.
- Eu a matei, não tem como ela ter sobrevivido.
A figura agora falava bem perto do rosto do Raruk, seus olhos em chamas e cuspia as palavras em seu rosto.
- Você não tem noção do que aquela mulher pode fazer, são poucas as formas que podem mata-la. Ela já matou muitos de vocês, igual a mim, e sem um corpo para confirmar essa historia, bom, fica difícil acreditar na sua palavra.
O aperto na garganta do Raruk estava muito forte, o monstro estava tendo espasmos com a falta de ar.
- E uma pena que você não soube aproveitar a oportunidade que te dei.
O Raruk arregalou seus olhos quando o sorriso sinistro da figura se alargou, com um movimento rápido de mão quebrou o pescoço do infeliz. A figura largou o pescoço do Raruk morto, fazendo o corpo cair no chão com um barulho alto.
Ela voltou a se sentar no seu trono e chamou um outro Raruk, este era mais alto que o anterior e tinha o corpo mais músculos também, o monstro ao entrar na parte da caverna onde a figura estava, olhou rapidamente para o outro que estava morto e jogado no chão antes de se ajoelhar.
- Preste bastante atenção se não quiser acabar como seu amigo.
- Eu não vou falhar.
Com as mãos entrelaçadas e o queixo apoiado nelas, a figura sorriu para o seu servo.