Capítulo 29

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Em algum lugar das montanhas Kalur, o Raruk que perseguia Lia, se ajoelha perante a uma figura que está sentada numa espécie de trono de pedra, suas vestes negras cobrem todo o seu corpo, deixando de fora só o seu rosto e seus braços

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Em algum lugar das montanhas Kalur, o Raruk que perseguia Lia, se ajoelha perante a uma figura que está sentada numa espécie de trono de pedra, suas vestes negras cobrem todo o seu corpo, deixando de fora só o seu rosto e seus braços.

A figura olha com desprezo para seu servo ajoelhado à sua frente, em seu rosto uma pergunta silenciosa. Ela sinaliza para que o Raruk começasse a falar.

- E então, matou a mulher?

- Sim, ela resistiu bem, mas no final acabei a matando.

- E cadê o corpo?

- Eu não consegui pega-lo, sua filha me interrompeu.

A figura arregalou os olhos, numa cara de surpresa e seu sorriso diminuiu.

- Então como pode ter certeza que a matou?

- Eu tenho.

A figura o olhou desconfiada, não gostando da resposta.

- Me conte sobre a criança.

- É uma jovem, deve ter em torno de dezessete anos.

- Ela te viu? Usou seus poderes contra você? E como sabe que é filha dela?

- Pelo cheiro, elas têm um cheiro único. A menina não usou nenhum poder, parecia mais uma humana inútil, mas não é. Ela me viu quando eu tentei mata-la.

- Tentou?

- Sim, no rio onde a idiota cortou a corda da ponte.

- E você foi derrotado por uma criança?

- Não, eu a reencontrei depois em um vilarejo perto do deserto.

- E?

- A garota entrou no deserto do esquecimento, eu a segui até lá, mas teve uma tempestade de areia e eu a perdi.

- Você perdeu a garota não uma, mais duas vezes?

- Eu tentei rastreá-la de novo, mas não consegui, o deserto sumiu com qualquer pegada ou cheiro!

A voz do Raruk ficava cada vez mais trêmula, sua respiração estava acelerada. Ele continuava ajoelhado, mas pode ver a figura se levantar de seu trono, e vir caminhando em sua direção. Quando se aproximou dele, o agarrou pelo pescoço reptiliano com uma das mãos, o fazendo levantar.

Calafrios percorreram o corpo do Raruk, a figura estava com um olhar de ódio e um sorriso mortal em seus lábios, o aperto em seu pescoço estava cada vez mais forte.

- Pobre criatura imbecil, que não soube lidar com uma criança.

- Por favor, me de mais uma chance eu não vou falhar novamente.

- Eu ia faze-lo general das minhas tropas Blorth, mas como posso ter um general tão fraco, que tem medo de uma criança e nem consegue me confirmar uma morte me trazendo um simples corpo.

- Eu a matei, não tem como ela ter sobrevivido.

A figura agora falava bem perto do rosto do Raruk, seus olhos em chamas e cuspia as palavras em seu rosto.

- Você não tem noção do que aquela mulher pode fazer, são poucas as formas que podem mata-la. Ela já matou muitos de vocês, igual a mim, e sem um corpo para confirmar essa historia, bom, fica difícil acreditar na sua palavra.

O aperto na garganta do Raruk estava muito forte, o monstro estava tendo espasmos com a falta de ar.

- E uma pena que você não soube aproveitar a oportunidade que te dei.

O Raruk arregalou seus olhos quando o sorriso sinistro da figura se alargou, com um movimento rápido de mão quebrou o pescoço do infeliz. A figura largou o pescoço do Raruk morto, fazendo o corpo cair no chão com um barulho alto.

Ela voltou a se sentar no seu trono e chamou um outro Raruk, este era mais alto que o anterior e tinha o corpo mais músculos também, o monstro ao entrar na parte da caverna onde a figura estava, olhou rapidamente para o outro que estava morto e jogado no chão antes de se ajoelhar.

- Preste bastante atenção se não quiser acabar como seu amigo.

- Eu não vou falhar.

Com as mãos entrelaçadas e o queixo apoiado nelas, a figura sorriu para o seu servo.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora